quarta-feira, agosto 15, 2007

Million Voices




Música de Wyclef Jean que serviu de trilha sonora para o filme Hotel Ruanda, sobre o genocídio de 1994 naquele país africano. Escrevi há alguns meses um post sobre o que ocorreu em Ruanda. Leiam aqui. O filme, apesar de forte, eu indico aos que quiserem ter uma idéia do que ocorreu.

Com relação a música eu penso que algumas coisas merecem ser consideradas. Além, é claro, do brilhantismo deste haitiano engajado em questões humanitários e que, ao lado de Lauryn Hill e Pras, faz o som do Fugees.


A música de Wyclef, Million Voices, é o grito por uma Africa una. É o inconformismo com a política de dividir para enfraquecer e dominar, usada pelos colonizadores e que tem como resultado muitas das mazelas que vemos hoje no continente Africano. É a lastimação em saber que a busca por riquezas materiais, tais como diamentes, pode destruir tantas vidas.

O futuro é retratado. As crianças que tanto sofrem, aqui dançam, cantam, alegres e felizes. Quando a luz do Sol brilhará novamente sobre elas? Quem ajudará para que isso se torne realidade? É o que perguntam em Kinyarwanda, idioma da família Bantu, falado em Ruanda,
mas também ao sul de Uganda e leste do Congo Kinshasa.

Recentemente, num encontro da União Africana, discutiu-se uma proposta de criação dos Estados Unidos da África. A ídeia é bonita, mas a história e as diferenças atuais a tornam uma utopia. Quem sabe no futuro.


Mas rezo para que a união se concretize além das paredes da política. Conhecer a história, o que aconteceu com o continente, o que fizeram à mãe África, o que mesmo alguns africanos ajudaram a fazer, poderá ajudar a mudar o quadro.

E o entendimento e conhecimento não deve ser somente de africanos sobre África e outros africanos, mas de todos nós que temos nossa história antiga ou recente atada ao continente africano. Quer queiramos ou não. É preciso conhecer.

Citando Alberto da Costa e Silva: "A história da África é importante para nós, brasileiros, porque ajuda a explicar-nos. Mas é importante também por seu valor próprio e porque nos faz melhor compreender o grande continente que fica em nossa fronteira leste e de onde proveio quase a metade de nossos antepassados. Não pode continuar o estudo afastado de nossos currículos, como se fosse matéria exótica. Ainda que disto não tenhamos consciência, o obá do Benin ou o angola a quiluanje estão mais próximos de nós do que os antigos reis da França". (Revista Biblioteca Entre Livros nº 6 - Especial África)

Ni dyar'izuba, Rizagaruga, Hejuru yadju, Nduzaricyeza ricyeza.
[ When will the sun rise again? Who will reveal it us again? ]



A letra completa está nos comentário do clipe no YouTube.
Confiram outros clipes em minha página do YouTube.

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