Aceite e aplauda sempre, ou fique calado.
"...Ê, ô ô, vida de gado, povo marcado, ê, povo feliz...", como na música Admirável Gado Novo, do Zé Ramalho. Parece ser exatamente isso que querem. E ainda falam do período da ditadura como se praticassem algo totalmente diferente hoje. Realmente fica difícil entender esses distintos cavalheiros. Vejamos. Durante a inauguração de uma unidade do CEFET em Campos, no Rio, algumas pessoas, entre estudantes e professores, resolveram protestar contra as condições de trabalho e estudo atuais, usando nariz de palhaço e apitos. Segundo reportagem (leia aqui ou aqui), o senhor Sérgio Cabral “Filho” não gostou e os chamou atenção, criticando-os, da mesma forma fez nosso querido presidente Luiz da Silva, presente para a inauguração.
Então está tudo muito bem. Ambos são sinônimos de perfeição como “funcionários públicos”. Estão exercendo seus papéis de forma primorosa. Logo, fiquemos quietos ou aplaudamos. Certo? Errado! Mesmo que dentre cem itens ou ações, um única estivesse em desacordo, os cidadãos (padrões de ambos) teriam o direito de reclamar, de criticar, de expor o que pensam e o que sentem.
Parece a lei da mordaça. Eles não aceitam críticas. Os hospitais do Rio, mesmo após todo o teatro do início do governo estadual, com promessas de choque de gestão (sic) continuam na mesma. Escolas sem professores a maior parte do ano. Isso sem falar nas precárias condições estruturais e os salários miseráveis. E agora ainda temos aumento parcelado para professores e policiais. Parece piada!
E caso o preclaro Luiz da Silva não perceba, não adianta sair por aí construindo instituições de ensino, ou melhor, prédios voltados para educação, enquanto as existentes encontram-se nas condições atuais. Já escrevi sobre o caso específico da Unirio, onde estudo.
E fala da bolsa de doutorado como se fosse algum furto por parte dos doutorandos. Além disso, a grana que se paga em impostos daria para estender o benefício. Talvez se não ficasse insistindo num concurso público durante tantos anos o senhor poderia hoje estar ganhando a tal bolsa. Mas concordo que o concurso para o qual passou em 2002 e 2006 é bem melhor, até porque não requer nível superior e a relação candidato-vaga é menor. Sem falar no salário, no tempo para se aposentar, no alojamento, etc. Já um doutorado…
Mas fiquemos calados. Vamos aceitar humildemente aberrações como a continuação da CPMF (Cobrança Permanente sobre Movimentação Financeira). Mesmo que eles peguem toda a grana arrecadada e não apliquem em saúde e educação. Pra que estudar? Faça um concurso que exija apenas o nível fundamental ou nem isso e tenha atendimento médico hospitalar de primeira linha. SUS para quê?
É isso aí, meus notáveis cavalheiros. Está tudo muito bom, esta tudo muito bem. Eu, que não presto mesmo, não vou prometer ficar calado para que se sintam mais confortáveis. Mas não os xingarei aqui no blog, isso eu faço mentalmente ou mesmo em conversas com amigos. Aqui eu só analiso e faço alguns comentários inocentes. Mas ficar calado não! Isso é pedir demais. Espero que não se irritem, mas se acontecer: f…
"...Ê, ô ô, vida de gado, povo marcado, ê, povo feliz...", como na música Admirável Gado Novo, do Zé Ramalho. Parece ser exatamente isso que querem. E ainda falam do período da ditadura como se praticassem algo totalmente diferente hoje. Realmente fica difícil entender esses distintos cavalheiros. Vejamos. Durante a inauguração de uma unidade do CEFET em Campos, no Rio, algumas pessoas, entre estudantes e professores, resolveram protestar contra as condições de trabalho e estudo atuais, usando nariz de palhaço e apitos. Segundo reportagem (leia aqui ou aqui), o senhor Sérgio Cabral “Filho” não gostou e os chamou atenção, criticando-os, da mesma forma fez nosso querido presidente Luiz da Silva, presente para a inauguração.
Então está tudo muito bem. Ambos são sinônimos de perfeição como “funcionários públicos”. Estão exercendo seus papéis de forma primorosa. Logo, fiquemos quietos ou aplaudamos. Certo? Errado! Mesmo que dentre cem itens ou ações, um única estivesse em desacordo, os cidadãos (padrões de ambos) teriam o direito de reclamar, de criticar, de expor o que pensam e o que sentem.
Parece a lei da mordaça. Eles não aceitam críticas. Os hospitais do Rio, mesmo após todo o teatro do início do governo estadual, com promessas de choque de gestão (sic) continuam na mesma. Escolas sem professores a maior parte do ano. Isso sem falar nas precárias condições estruturais e os salários miseráveis. E agora ainda temos aumento parcelado para professores e policiais. Parece piada!
E caso o preclaro Luiz da Silva não perceba, não adianta sair por aí construindo instituições de ensino, ou melhor, prédios voltados para educação, enquanto as existentes encontram-se nas condições atuais. Já escrevi sobre o caso específico da Unirio, onde estudo.
E fala da bolsa de doutorado como se fosse algum furto por parte dos doutorandos. Além disso, a grana que se paga em impostos daria para estender o benefício. Talvez se não ficasse insistindo num concurso público durante tantos anos o senhor poderia hoje estar ganhando a tal bolsa. Mas concordo que o concurso para o qual passou em 2002 e 2006 é bem melhor, até porque não requer nível superior e a relação candidato-vaga é menor. Sem falar no salário, no tempo para se aposentar, no alojamento, etc. Já um doutorado…
Mas fiquemos calados. Vamos aceitar humildemente aberrações como a continuação da CPMF (Cobrança Permanente sobre Movimentação Financeira). Mesmo que eles peguem toda a grana arrecadada e não apliquem em saúde e educação. Pra que estudar? Faça um concurso que exija apenas o nível fundamental ou nem isso e tenha atendimento médico hospitalar de primeira linha. SUS para quê?
É isso aí, meus notáveis cavalheiros. Está tudo muito bom, esta tudo muito bem. Eu, que não presto mesmo, não vou prometer ficar calado para que se sintam mais confortáveis. Mas não os xingarei aqui no blog, isso eu faço mentalmente ou mesmo em conversas com amigos. Aqui eu só analiso e faço alguns comentários inocentes. Mas ficar calado não! Isso é pedir demais. Espero que não se irritem, mas se acontecer: f…
2 comentários:
Rapaz!...Estou sem fôlego! Essas últimas palavras pareciam cadenciar uma investida militar! ehehe!
Concordo com você! Surpreendo-me em demasia com as coisas que o governo tem feito. Não esperava muito do Lula e sei das limitações, mas compactuo com as suas driscrepâncias em relação a origem de sua família. Entendo que o homem muda constantemente, mas as suas atitudes atualmente sufocam até "companheiros" de longa data.
Parabéns pela análise!
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