É mais fácil derrubar a árvore
Recebi de um amigo uma matéria do jornal português Diário de Notícias sobre o caso de Mychal Bell, um adolescente americano de 16 anos condenado por agressão num caso que envolve ainda cinco outros “réus”, também adolescentes. No link vocês poderão ler o caso, em português, no qual Bell recebe pena de 22 anos de prisão após uma briga na escola. Notando que o “vitimado”, atendido logo após o incidente, saiu do hospital após cerca de 3 horas. Estava bem, passa bem.
Como não poderia deixar de ser, resolvi pesquisar mais e vi que a história não é tão simples assim. Percebi também que o conflito racial nos EUA, daqueles que sempre virão filmes dramáticos, infelizmente, ainda existe. Além disso, ficou mais uma vez claro, algo que chamei atenção no blog por ocasião da inscrição do repórter americano no PAN (o “Welcome to Congo”): o Katrina deixou transparecer a mazela que os EUA só enxerga na África e venda os olhos para seu próprio território.
Após a devastação deixada pelo furacão em Nova Orleans, muitos habitantes daquela cidade acabaram por migrar para outras cidades americanas, num movimento que lembra, guardadas as devidas proporções, o que vemos na África com os refugiados. Só que… ajudar refugiados negros africanos é uma coisa, mas ter como vizinho o afro-americano pobre é outra, e inadmissível pelas notícias que li. Declarações de um chefe de polícia numa dessas cidades vizinhas ilustram a forma como alguns vêem os afro-americanos. Jack Strain, xerife de St. Tammany mostra em algumas declarações o “problema” que tem. Dizendo que o governo federal deve encontrar algum lugar para “eles”, que qualquer um que for pego na rua com cabelos dreadlocks (rastafari) receberá visita da polícia, se referindo aos negros como coisas, lixo, animais, e fazendo outras ameaças.
E o Bush ainda quer dar lição de moral ao mundo. Deveria olhar para dentro de casa e não propagar a guerra e alimentar o ódio com sua política externa mixuruca, burra, e arrogante.
As notícias nos jornais americanos dão conta de um ressurgimento, por vezes violento, dos conflitos e tensões raciais de meados do século passado. A referência ao Katrina acontece, pois, tenho maioria negra, os refugiados de Nova Orleans chegaram a cidades de maioria branca. A alteração da paisagem não foi bem vista. Então (re)começa ou começa a vir a tona a verdadeira história (ou seria estória?) americana.
O caso do jovem Mychal Bell é bem por aí. Traz à mente a cena de homens de capuz branco enforcando um negro numa árvore. Um homem negro sendo julgado por um júri branco. Dois sistemas de justiça: um para os americanos e outro para os afro-americanos. No melhor estilo de John Grisham, no livro Mississipi em Chamas.
Ah, voltando ao título do post. Conseguem adivinhar o que fizeram a árvore?
Recebi de um amigo uma matéria do jornal português Diário de Notícias sobre o caso de Mychal Bell, um adolescente americano de 16 anos condenado por agressão num caso que envolve ainda cinco outros “réus”, também adolescentes. No link vocês poderão ler o caso, em português, no qual Bell recebe pena de 22 anos de prisão após uma briga na escola. Notando que o “vitimado”, atendido logo após o incidente, saiu do hospital após cerca de 3 horas. Estava bem, passa bem.
Como não poderia deixar de ser, resolvi pesquisar mais e vi que a história não é tão simples assim. Percebi também que o conflito racial nos EUA, daqueles que sempre virão filmes dramáticos, infelizmente, ainda existe. Além disso, ficou mais uma vez claro, algo que chamei atenção no blog por ocasião da inscrição do repórter americano no PAN (o “Welcome to Congo”): o Katrina deixou transparecer a mazela que os EUA só enxerga na África e venda os olhos para seu próprio território.
Após a devastação deixada pelo furacão em Nova Orleans, muitos habitantes daquela cidade acabaram por migrar para outras cidades americanas, num movimento que lembra, guardadas as devidas proporções, o que vemos na África com os refugiados. Só que… ajudar refugiados negros africanos é uma coisa, mas ter como vizinho o afro-americano pobre é outra, e inadmissível pelas notícias que li. Declarações de um chefe de polícia numa dessas cidades vizinhas ilustram a forma como alguns vêem os afro-americanos. Jack Strain, xerife de St. Tammany mostra em algumas declarações o “problema” que tem. Dizendo que o governo federal deve encontrar algum lugar para “eles”, que qualquer um que for pego na rua com cabelos dreadlocks (rastafari) receberá visita da polícia, se referindo aos negros como coisas, lixo, animais, e fazendo outras ameaças.
E o Bush ainda quer dar lição de moral ao mundo. Deveria olhar para dentro de casa e não propagar a guerra e alimentar o ódio com sua política externa mixuruca, burra, e arrogante.
As notícias nos jornais americanos dão conta de um ressurgimento, por vezes violento, dos conflitos e tensões raciais de meados do século passado. A referência ao Katrina acontece, pois, tenho maioria negra, os refugiados de Nova Orleans chegaram a cidades de maioria branca. A alteração da paisagem não foi bem vista. Então (re)começa ou começa a vir a tona a verdadeira história (ou seria estória?) americana.
O caso do jovem Mychal Bell é bem por aí. Traz à mente a cena de homens de capuz branco enforcando um negro numa árvore. Um homem negro sendo julgado por um júri branco. Dois sistemas de justiça: um para os americanos e outro para os afro-americanos. No melhor estilo de John Grisham, no livro Mississipi em Chamas.
Ah, voltando ao título do post. Conseguem adivinhar o que fizeram a árvore?
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