segunda-feira, dezembro 31, 2012

Um brinde à Vida

Enquanto o último texto do balanço que faço de 2012 não sai [dessa caixola, desse coração irregular, dessa alma confusa…] vou por aqui um poema muito apropriado para o momento. O (re)encontrei há poucos minutos, durante meu 5S material. Resta iniciar, caso isso seja possível, um 5S emocional.

Vale destacar como o texto chegou as minhas mãos. Foi em Buenos Aires, na Feira de San Telmo, em meados desse ano que se finda. Um senhor muito elegante, nos gestos, nas palavras, no olhar e na postura, se aproximou de nossa mesa. Muito educadamente, ofereceu seus versos. A cadência de sua voz ao declamar o poema foi algo único. Um belo momento, cheio de vida.

¡ Vivir!

Vive la  vida com apuro,
ávido, ansioso, impaciente;
no hay pasado ni futuro,
tan sólo existe el presente.

Gózalo sin reflexión,
vívelo sin meditar,
disfruta casa ocasión
sin detenerte a pensar.

No analices el pasado,
que ya se há quedado atrás
y el futuro es impensado,
sabe Dios qué pasará.

Vivír, es gozar la vida,
disfrutarla, embellecerla;
paso a paso, día a día,
antes que puedas perderla.

¡Vive! ya nada te niegues,
pues desde tu nacimiento,
el ataud ya está abierto
esperando a que tu llegues.

Roberto Carlos Cúneo

segunda-feira, dezembro 24, 2012

2012. Um balanço. (parte 3)


Na família

Como a mais importante instituição de nossas vidas pode ser algo tão complexo? Pelo menos para mim. Mas já que me propus fazer um balanço do meu 2012, escrevendo sobre tópicos relevantes [para mim], não posso deixar a família de fora. E, considerando a data, talvez seja o tema certo no momento adequado.

A relação que tenho com minha família não é muito boa. Protocolar em algumas ocasiões, intensa em outras tantas, distante em alguns momentos, inexistente em outros. Em 2012 não foi diferente.

O decorrer do tempo, em se tratando de famílias, deveria significar aprimoramento e fortalecimento de relações, renovação ou reafirmação de tradições. A família nasce, a família cresce, a família envelhece… mas a família não morre. Ou não deveria.

A [minha] família que nasceu e cresceu mostrou-se envelhecida talvez precocemente em 2012. O passar dos dias também significa isso, claro. Tenho consciência. Eu sei. É como naquela música do Alvaiade, belamente cantada pela Velha Guarda da Portela. “O dia se renova todo dia. Eu envelheço cada dia e cada mês. O mundo passa por mim todos os dias. Enquanto eu passo pelo mundo uma vez.” 

Alguns membros de minha família envelheceram, e muito rapidamente em 2012. Os dias se renovaram, as pessoas não. E o mundo continua a passar, naturalmente, a cada dia. Um mundo cheio de possibilidades, mas que parece tão distante dos olhos e das aspirações dessa família que tanto amo. Uma pena.

Posso dizer que me retirei “ao mundo” (e não do mundo) há quase duas décadas e isso, em muitos aspectos, significou um distanciamento, físico, obviamente, mas também intelectual. E, nesse ponto, intelectualidade não significou [apenas] escolaridade (embora seja um ponto relevante nessa história complexa que é minha família), mas compreensão e entendimento… do mundo, das coisas, das causas e efeitos, das consequências, das possibilidades concretas e mesmo das abstratas. Compreensão e entendimento do que [eu] penso ser simples ou complexo.

O fato é que, em 2012, esse distanciamento se elevou, se ampliou. E sou um pessimista. Talvez mude um dia, talvez não. 

O sentimento de culpa também ficou um tanto [mais] evidente e, externalizado em determinado momento deste 2012, tem me ajudado (o reconhecimento desse sentimento) a pelo menos esboçar uma mudança [em mim]. 

História de amor e ódio? Definitivamente, não. História de amor e incompreensão.

Família. A mesma família cujas mulheres homenageei há alguns anos aqui no TUIST.

Bem, fico por aqui no desabafo, vago (é difícil), mas bem pessoal, do tópico família nesse balanço do meu 2012.

Aproveito para desejar a todos e a cada um, independente de seu credo e de sua fé, Feliz Natal!


sábado, dezembro 22, 2012

2012. Um balanço. (parte 2)


Na saúde

Hum… aqui temos um tópico bem particular. Talvez os Maias estivessem mesmo certos. Falar sobre certas coisas aqui no blog é tabu (ou censura, se lembram?). Mas vamos lá. 
Rinite alérgica. Desvio de septo como fator agravante. Repetidas crises ao longo dos últimos quatro ou cinco anos. A última foi bem complicada e, por conselhos da esposa (insistência mesmo), houve uma mudança na abordagem desta “questão”. Agradeço, publicamente.

E eis que a homeopatia ganha espaço. Está sendo bem interessante. Principalmente, e foi a grande novidade de tudo, a forma como se dá a consulta, a pesquisa de causa e efeito. Completamente diferente de tudo o que tive até o momento com médicos alopatas. A conexão com determinadas questões e o impacto dessas questões na saúde. É tudo muito novo, mas estou confiante. 

Continuo praticando o sedentarismo consciente. Caminhadas esporádicas, pedaladas descompromissadas… 

Um pouco de serenidade e calma ajudariam em muitas situações deste intenso 2012. Mas não deu, e deu no que deu. Ficou, isto sim, evidente, que minha saúde física depende de minha saúde emocional. E nesse ponto mais uma vez tenho a impressão de estar sendo óbvio. E estou. Creio que essa relação corpo e mente é evidente para todos. Mens sana in corpore sano.

Resumo do resumo: “e o pulso ainda pulsa.”

CONTINUA...

2012. Um balanço. (parte 1)

Aproveitarei este espaço (eu sempre me aproveitando dele!) e esses dias de festas (quem me conhece sabe que tento me manter longe... tento) para escrever, de forma resumida, como foi o meu 2012. Claro, até este momento. E de forma resumida, também, porque acabo me censurando em alguns pontos. É isso aí, eu me imponho uma censura. Vou dividir os "desabafos" em tópicos de modo que eu possa refletir e melhor externar o que sinto e penso de acordo com minhas lembranças. Mas tudo está relacionado, é uma coisa só.


No trabalho

Um ano interessante. Coisas novas. A começar pelo ambiente de trabalho. Como num ciclo, como uma espécie de déjà vu profissional, eis que volto (após 15 anos!) a trabalhar numa empresa de navegação. Na verdade um ramo bastante relevante da empresa na qual trabalho desde 2008. Muito embora eu tenha estado bem próximo do shipping, prestando serviços na área de telecomunicações, durante mais de 10 anos. Outro aspecto interessante foi “voltar” para o Centro do Rio, lugar onde tanto aprendi e que tanto gosto. A soma desses dois aspectos, um de negócios outro geográfico, me proporcionou retomar o contato com algumas pessoas importantes em minha vida profissional e pessoal.

O trabalho em si – com sua sistemática própria, com processos bem específicos – é outra novidade. Algumas tarefas instigantes, outras monótonas. Algumas claramente relevantes e outras absolutamente dispensáveis e que persistem por puro vício empresarial (lê-se: pessoal que decidem). Ah, sim, continuo um crítico. Com tudo (inclusive alguns problemas) que isso possa me causar. Mas vou até onde posso. 

O idealizado, isto é, atuar em minha área de estudo, ainda não se concretizou. Mas ao longo do tempo tento amadurecer no sentido de aceitação de algumas coisas que, nesse momento, não posso mudar. Em parte creio que minha atuação tem sido importante.

A novidade também se deu nas relações de trabalho. Pessoas, a parte mais crítica de qualquer atividade profissional, de qualquer processo de negócio ou projeto. E foram tantas! Cada uma com sua característica própria, com seu modo de interagir, com sua forma de executar suas funções, suas atribuições. Cada uma com sua experiência, com seu ritmo. Talvez não seja errado afirmar que a convivência foi civilizada, como devem ser as relações humanas. Aprendi. Ensinei. 

Claro, em se tratando de relações humanas eu deixei (ou pelo menos tento deixar) de esperar perfeição. Aborrecimentos e decepções ocorreram. Senti e causei. 

Da alta administração da empresa aos estagiários, aprendizes e tantos outros. Cada um me ensinou algo, cada um me inspirou. Somos todos ensinantes e aprendentes.

Essa mudança também significou sair de uma área de conforto (mais uma vez). Pisei em terreno desconhecido. E me mantive de pé.

Nos estudos

Enfim, a PÓS! De fato tenho de aprender a não adiar certas coisas em minha vida. Pois a cada dia percebo o quanto ela é curta. E a impressão de que tenho mais passado que futuro ainda permeia essa mente conturbada. 

Mas o positivo é que iniciei a pós-graduação. Uma especialização em Gestão Eletrônica de Documentos é uma maneira de me manter “no mercado”. Não menos importante, é uma forma de mostrar respeito por quatro anos de estudos para me graduar numa Universidade “pública, federal e gratuita”, parafraseando um respeitado professor, profissional e teórico da área arquivística.

É certo que devo me dedicar mais e aproveitar mais essa oportunidade para me consolidar como Arquivista, não apenas com um registro na carteira de trabalho (mais uma formalidade), mas como um profissional respeitado da área e na área.

Os estudos também ocorrem através da internet, através da modalidade EAD (ensino à distância). Finalizei um primeiro treinamento em digitalização e pretendo realizar outros na área de documentação. Além disso, farei pelo menos uma Certificação no início de 2013, esta presencial, numa instituição em São Paulo.

Um débito pessoal, em se tratando de estudos, é com relação aos concursos. Como é de conhecimento público (está lá no diário oficial!) fui aprovado nos concursos para o Iphan e para a Eletronuclear. Embora minha classificação não tenha sido tão ruim, também não foi tão boa. Recentemente fiz uma prova para outro órgão público, a Dataprev. Para minha surpresa (e preocupação*) fui também aprovado, embora em minha colocação (19º, média preliminar) fique bem difícil ser convocado. Mas uma coisa ficou bastante clara (embora seja óbvia para qualquer pessoa): eu preciso estudar

(*) Sei que concorri com profissionais que já atuam na área e mesmo recém-formados que, teoricamente, estariam com os conhecimentos mais “frescos” na mente. A primeira coisa que pensei ao verificar o primeiro resultado preliminar foi sobre o nível desses profissionais que estão chegando ou já chegaram ao mercado. Principalmente ao verificar os resultados das provas de português e conhecimentos gerais. Não encarem isso como uma arrogância de minha parte. É uma preocupação genuína. Já demonstrava isso na graduação.

Ainda nos estudos, em 2012 eu não me dediquei muito a outras matérias. Quem acompanha o blog já deve ter percebido o interesse por questões políticas (internas e externas), história, cultura, história, sociedade, literatura, arquivística… E África (sociedade, política, cultura, história). Li pouco. 

A tática de leitura dupla (um na mochila e um na cabeceira) não funcionou muito bem em 2012. Mas a manterei. Não culpo os livros. 

CONTINUA...

domingo, dezembro 16, 2012

Um plano para uma triste realidade

Explicando... Ao longo do tempo o foco em educação diminuiu enquanto o foco na repressão aumentou. Não educaram ontem, hoje reprimem. O "foco" aqui poderia ser substituído por investimento ou coisa do tipo. Assim como a linha de educação poderia representar "família", "infraestrutura", "emprego", "saúde", etc.

A menina no mercado

Havia uma menina no mercado. Devia ter uns 12 anos. Talvez menos. Estava atrás de mim no caixa. Tinha dois pacotes de macarrão instantâneo n...