segunda-feira, abril 27, 2009

O Índio e a Raposa

O Dia do Índio já passou (ou seria melhor dizer, o dia oficial em homenagem ao indígena - 19 de Abril - já passou) mas sempre é tempo de refletirmos sobre a situação dos brasileiros, sejam eles índios, brancos, negros...

Indico dois textos do Bessa (Jose Ribamar Bessa Freire). Sempre didático e numa linguagem leve e atraente, no primeiro texto Bessa discute artigos recentes escritos por Aldo Rebelo (deputado do PCdoB-SP), "Ele jura que a demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol é 'um grande equívoco que agride o interesse nacional'. Defende a permanência dos arrozeiros de Roraima na área, argumentando que eles 'ocupam a terra e a fazem produzir riquezas em benefício de todos'. Ataca os índios - a quem chama de 'silvícolas', por impedirem 'que floresça a vivificação clássica penosamente iniciada pelos bandeirantes para sinalizar a posse inalienável do território".

No segundo texto Bessa responde questões expostas por um de seus leitores, "A Raposa Serra do Sol, que representa 7.5% do território de Roraima, tem 17,5 mil km2. Lá vivem 18.700 índios: um por km2. Tem gente que acha que é muita terra pra pouco índio. E para seis arrozeiros?"

Ambos valem como fonte de informação e reflexão.

domingo, abril 26, 2009

É de assustar!

Tenho lido e assistido notícias e noticiários sobre o caso das passagens aéreas, usadas como bem privado, por deputados e senadores em Brasília (Qual seria o resultado de uma investigação nos Estados e Municípios?). Fico enojado, revoltado. Decepcionado não! Infelizmente esse é um sentimento que não cabe mais. Seria ingenuidade e ignorância.

Basta se informar sobre todos os casos de corrupção, de falta de ética, de imoralidade que acontece no meio político. Decepcionado ficaria se o quadro atual trouxesse algo completamente diferente do que temos visto. Não é o caso. O que tem mudado (ou melhor, o que tem vindo à tona) são modalidades diferentes da mesma sacanagem. É como um Kama Sutra político, onde cada ato nos é revelado aos poucos.

Num dia temos aquela posição onde um deputado constrói um castelo com nosso dinheiro. Isso nos enlouquece. Mas aparentemente não satisfaz ao ladrão-político. Passasse então para outra posição, onde um senador emprega seus parentes como assessores de gabinete. Pensamos: o que virá agora? Mais outra posição, e mais outra, e mais outra… parece infindável. São muitas as possibilidades. A mais recente consegue levar os políticos às alturas. Literalmente.

Mas existe algo nisso tudo que me deixa assustado. E infelizmente é um tipo de coisa que observo no meu dia-a-dia. Se notarem algumas das explicações, as declarações desses marginais engravatados, vocês poderão comprovar o que noto. Eles acreditam que o que fazem é um direito que lhes assiste! Eles realmente acreditam nisso.

Fazendo uma analogia que poderá parecer grotesca, pensei em outro criminoso: o Marcola. Isso mesmo, o líder (ainda é?) da organização criminosa PCC (Partido... ou melhor, Primeiro Comando da Capital). Não consigo esquecer a cena onde esse bandido, na cadeia, questiona um agente penitenciário: “Você acredita no que você faz?”. Essa pergunta, direta, com teor ideológico, para reflexão, apesar de ter sido direcionada ao agente penitenciário, relevou (pelo menos para mim) algo até óbvio, Marcola acreditava nos seus atos. Isto é, quando cometeu ou mandou cometer todos aqueles crimes, ele não refletiu sobre o certo e o errado. Ele acreditava em seus atos.

Da mesma forma temos os políticos. Imaginem seres como o Marcola, Fernandinho Beira-Mar (que também acredita no que faz) tivessem o poder de alterar o texto da lei, para que seus crimes fossem tolerados, ou melhor, não fossem mais considerados crimes? Imaginem essa situação. Filme de terror? Não. Nossa realidade.

Senadores, Deputados, Ministros, Presidentes, Vereadores, Prefeitos. Eis nossos representantes. Eleitos pelo “povo” (essa palavra soa cada vez mais pejorativa), pagos com dinheiro público, com a função constitucional de extrema responsabilidade na consolidação de um Estado Democrático de Direito, pelo qual tantos lutaram. É de assustar!

domingo, abril 12, 2009

domingo, abril 05, 2009

Qual é o seu ponto?

O PNUD, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, está elaborando um relatório sobre Desenvolvimento Humano que será publicado no próximo ano. E eles querem saber nossa opinião. Para tanto, fazem duas perguntas (na verdade uma pergunta com justificativa da resposta) que podem parecer simples, mas com certeza muitos titubeiam ao responder:

O que precisa mudar no Brasil para
a sua Vida melhorar de verdade?
Por quê?

Muitas pessoas não acreditam ou não dão a devida importância aos Relatórios de organismos internacionais, tais como a ONU e suas agências, o Human Rights Watch dentre outros. Mas esses relatórios têm sim um impacto. Nem que seja para deixar constrangidos os governantes ou para nos chocar, mostrando em síntese algumas mazelas que parecemos fazer questão de ignorar, ou simplesmente incorporamos em nosso cotidiano, como algo normal.

É preciso, então, incomodar, mexer, instigar, provocar, gerar desconforto. É um passo para mudança. Escreverei, com certeza, algumas palavras. E você?

Acesse a página do Brasil Ponto a Ponto e dê sua resposta, que pode ser em texto ou vídeo.

sábado, abril 04, 2009

Generalidades

1 - Me assusta ver que as pessoas se importaram mais com o desenrolar do caso Funkeira Perlla x Jogador Léo moura do que com o desenrolar do caso Senado-Câmara x Nosso Dinheiro. O que terá mais impacto no nosso dia-a-dia? Tenho medo da resposta.

2 - O Globo publica reportagem sobre a aprovação, pela maioria, da operação Choque de Ordem, empreendida pelo prefeito Eduardo Paes. Por coincidência, hoje eu passei pela Avenida Brasil e pude ver, na passarela em frente à FioCruz (palco de uma das "batidas" do Secretário responsável pela Operação) que os vendedores ainda ocupam boa parte do que deveria servir aos pedestres. É certo que as barracas não voltaram, mas as grades estão servindo muito bem como vitrine para os diversos produtos. Parece que a voltagem desse choque é bem baixa.

3 - Morro Dona Marta. Parece que se tornou uma vitrine para ações sociais e de segurança. O Governo se gaba, os projetos se instalam (internet gratuita, grama no telhado..., até um muro polêmico). Os traficantes foram expulsos. Reina a Paz. Acho ótimo. Me sinto feliz pelas pessoas de bem que ali moram, que poderão usufruir de uma atmosfera de sossego. Mas calma aí. Expulsos? Não deveriam ter sido presos? Quem é expulso de algum lugar, passa a ocupar outro. Parece lógico, não acham? Pois bem. Hoje (ô dia intenso) ouvi pela terceira vez, de pessoas que vivem em lugares distintos, algo que parece responder a questão. O tráfico surgiu em áreas onde não havia ou era pouco expressivo. Miguel Couto, em Nova Iguaçu, e um lugar em Caxias, ambos na Baixada Fluminense. A reclamação é a mesma. Os traficantes expulsos no Rio migraram para a Baixada. Excelente estratégia dos covardes bandidos, esses canalhas safados. Foram para lugares sem visibilidade midiática. É algo como varrer a sujeita para debaixo do tapete.

4 - Chaves, o Hugo, o presidente de extrema esquerda venezuelano que ladra e não deixa de morder os dólares americanos que consegue com seu petróleo abundante, é uma peça. Uma peça perigosa, que fique claro. É realmente interessante. Vejam bem: o cara prega algo como o socialismo; demoniza o capitalismo; se mantém financeiramente ás custas do capitalismo que tanto demoniza; critica a política externa estadunidense por não ter respeitado, dentre outras coisas, questões humanitárias; mas prende seus opositores, numa demonstração de menino mimado que não atura críticas - a outra opção seria uma ditadura que nasce... mas fico com a opção do mimo; e ainda convida à sua "casa", apóia, defende, um monstro chamado Omar Al-Bashir. E tem um monte de meio-intelectual-meio-esquerda que ainda defente esse sujeito?

A menina no mercado

Havia uma menina no mercado. Devia ter uns 12 anos. Talvez menos. Estava atrás de mim no caixa. Tinha dois pacotes de macarrão instantâneo n...