Já não fosse a tentativa clara de um grupo de parlamentares em tentar acobertar o mau que assola o congresso, ainda temos aí a volta de um dos personagens do ano: Zuleido Veras. Segundo reportagem no Jornal da Tarde, o dono da Gautama está preparando o terreno para sua volta. Volta? O melhor seria, para sua permanência, uma vez que após tudo que se expôs, ele nada sofreu (além de uns dias na cadeia). A matéria diz que o empresário escreveu cartas "não muito extensas", não se arriscando mais em falar ao telefone. Os destinatários seriam deputados e vereadores. As correspondências falam das práticas "corretas" da empresa e seu alto grau de profissionalismo. Numa delas, endereçada ao vereador Alberto Betão Pereira Justino, o Betão, (PSB) presidente da Câmara de Mauá, na Grande São Paulo, lê-se 'Sei que, no momento devido, o exame sereno dos fatos permitirá julgamento técnico e correto que irá recolocar esta discussão no devido trilho, permitindo que as boas práticas da Gautama sejam reconhecidas.' É, no momento devido, pelo que parece, tudo ficará na mesma. Veremos então outras pontes no meio da mata ligando nada a lugar nenhum. Paga, diligentemente, com dinheiro público.
Com relação ao caso (por fora) do Renan Calheiros, presidente do Senado, estamos diante de outra podridão da política nacional. Como declarou o senador Jefferson Peres (PDT/AM), "parece que a ética do país está de cabeça para baixo, está invertida" ... "considera-se um fato corriqueiro, normal, o fato de os (...) investigadores irem consultar o investigado, os juízes irem ouvir o réu para decidir o que fazer". É mesmo. A união deles fica clara nessas ocasiões. Não querem condená-lo, isso é um outro fato já externado pelo corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM/SP), em 31 de maio, quando este declarou "Não quero condená-lo, quero absolvê-lo. Mas quero ter certeza de que ele não vai ser pego na primeira esquina". É interessante notar, com relação ao cargo de Corregedor do Senado, que, conforme art. 2º da Resolução nº 17/1993, dentre suas atribuições estão: promover a manutenção do decoro, da ordem e da disciplina no âmbito do Senado Federal; dar cumprimento às determinações da Mesa referentes à segurança interna e externa da Casa e fazer sindicância sobre denúncias de ilícitos no âmbito do Senado, envolvendo Senadores. Sem comentários!
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