Acho que o negócio é mais embaixo. A declaração da nossa querida ministra do Turismo parece se encaixar adequadamente à atenção dada até o momento ao assunto. Lembrando... Marta Suplicy disse no dia 13/06, ao ser questionada sobre o que ela diria aos que não viajam por causa desse problema (enfrentados por passageiros nos aeroportos), "relaxa e goza; depois você esquece todos os transtornos". Uma ministra de Estado, falando pelo Estado para os cidadãos. Interessante que a expressão é parte de um ditato por demais triste que diz "Já que o estupro é inevitável, relaxa e goza". Com isso vemos, de certa forma, a visão do governo sobre o problema e sobre o que deve ser feito.
Analisando o lado dos controladores... Muitas são as críticas que ouço e leio. Umas dizem que os caras devem fazer seu trabalho ou pedir demissão, outras dizem que eles são um bando de irresponsáveis e deveriam pensar no povo que sofre nos aeroportos. A primeira coisa a notar é esse negócio de povo sofrendo nos aeroportos. Quando o ônibus atrasa e faz muita gente levar bronca no emprego por chegar atrasado, ninguém crítica as empresas ou os órgãos responsáveis por fiscalizar o serviço de transporte público. Pelo contrário; já ouvi declarações do tipo "saia mais cedo de casa para evitar o atraso". Simples assim. Outro porém é o serviço de controlador de tráfego aéreo. Já tive um professor, no pré-vestibular, que era controlador. Não sei quanto ganha um controlador, mas esse cara (não recordo o nome), complementava sua renda dando aulas. Um outro aspecto desse negócio é a questão técnica. Muito se fala em problemas técnicos. Na minha concepção, problemas técnicos são aqueles causados por fatores físicos e/ou lógicos. Fatores físicos podem estar relacionados com os equipamentos (que já se declarou estarem em péssimas condições e defasados para atender a atual demanda de serviço), mas também podem estar relacionados com as pessoas (lembrem-se: controladores são seres humanos, logo, suscetíveis a cansaço, por exemplo). E os fatores lógicos poderão estar relacionados com os softwares (programas de computador necessitam, também, de manutenção, verificação, atualização) e também com as pessoas (repito: controladores são seres humanos, e também são suscetíveis problemas de ordem pscicológica, mental; e requerem, por isso, mais atenção).
Chamar tudo isso de crise aérea é uma maneira de simplificar as coisas.
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