segunda-feira, junho 11, 2007

“A classe política rouba, rouba, e não acontece nada”

Também título de uma reportagem. Desta vez trata-se de uma entrevista concedida à revista Isto É pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS). Aqui o senador gaúcho expõe seus pensamentos sobre a degradação ética e moral que vê no Congresso brasileiro (Senado + Câmara) e no ambiente político nacional. Afirma que a mudança deve ser exigida pela sociedade. Essa entrevista tem muito haver com a postagem anterior, sobre a reportagem da revista Época. Mas uma vez falamos em corrupção. Sobre pessoas ocupando cargos públicos, mas agindo em benefício próprio.

Um item que chama atenção em ambas as reportagens é a questão do foro privilegiado, que fere o quinto artigo de nossa tão amada constituição (Art. 5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza…). Fiz uma pesquisa rápida e vejo que se trata da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) n° 358/2005, ainda em tramitação no congresso. Clique aqui. A PEC propõe o foro privilegiado inclusive para ex-autoridades. “É ser generoso com os ladrões de milhões e rigoroso com os ladrões de tostões”, li num editorial.

Se você vir o que aconteceu no caso de Fernando Collor, alguém disse que, perto do que acontece hoje, ele deveria ser levado para um tribunal de pequenas causas”. Cita em determinado ponto da entrevista. Também aborda a questão da venda, por R$ 3 bilhões, da Companhia Vale do Rio Doce, hoje avaliada em R$ 90 bilhões. Coisas que nos fazem refletir.

Aí, nós temos o corregedor, Romeu Tuma, dizendo que quer absolver (o Renan Calheiros), não quer condenar. Eu nunca vi isso na minha vida”. Realmente, analisando todos os fatos que nos são apresentados, percebemos que é preciso mudar muita coisa. “Agora, eu, no lugar dele (Renan), me licenciaria”. Diz Simon. O senador faz uma comparação que usei recentemente no blog, entre o que aconteceu no Japão e aqui. Lá o suicídio do político corrupto, aqui… bem, aqui não aconteceu nada.

Os atalhos para a entrevista são: primeira e segunda parte

Mais?

PEC 358/2005 na íntegra

Privilégio para improbidade?

Foro privilegiado – artigo de Fernando Machado da Silva Lima


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