Sayed Pervez Kambaksh
Este é o nome de um estudante afegão de 23 anos, que foi preso ano passado acusado de blasfemar contra o Islã e condenado à morte. O crime que Sayed cometeu foi fazer download de um documento, um artigo, sobre o Islã e os direitos das mulheres de um site Iraniano. Logo foi questionado por seus próprios professores, que disseram terem sido informados por outros estudantes que o artigo teria sido escrito pelo próprio Sayed. Uma mentira. Os nomes dos estudantes não foram revelados, se é que existem.
Logo depois foi procurado pelo serviço de inteligência nacional do Afeganistão, que o prenderam por acessar o website. Ao protestar, disseram que era para sua própria segurança, pois corria o risco de ser assassinado. Seu caso foi amplamente divulgado pelo jornal britânico The Independent, que iniciou uma petição para pressionar o governo afegão no sentido de cancelar a execução de Sayed.
Dividindo a cela com assassinos, ladrões e terroristas, Sayed também foi agredido por presos fundamentalistas. Não teve direito a defesa, seja com advogado ou mesmo falando a seu favor. Os juízes, alguns guardas e o "promotor", o trataram, desde o início, como um criminoso. Quatro minutos; este foi, segundo ele, o tempo necessário para que o julgassem. O veredicto: culpado. Pena: a morte.
Esse é mais um caso de inexistência dos direitos humanos. E num país que seria aliado de Bush. Mas isso é outra história. Não é novidade e nem exclusividade daquele país o que se vê no caso de Sayed. Abu Ghraib e Guantánamo também são exemplos disso. Claro, nem todos os presos são santos. Mas muitos são inocentes, pelo que é reportado internacionalmente.
Mas o caso de Sayed Pervez Kambaksh é emblemático. Direitos humanos sendo violados pelo simples fato de buscarem informações sobre... Direitos humanos.
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