quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Nosso empregado quer privacidade

Alguns de nossos empregados (que são tantos) receberam cartões de crédito para arcar com despesas extraordinárias e de valor baixo relativas aos serviços que nos prestam. Só que, sem controle e demonstrando falta de ética, começaram a usar tais cartões para comprar artigos de uso pessoal, alugar carros, viagens, etc. Nós, patrões, temos acesso às "faturas" dos cartões e pudemos verificar esses gastos absurdos. Nasce mais um escândalo.

Agora, nossos empregados que são muito unidos, estão pensando em nos tirar o acesso a tais faturas detalhadas. Dizem que é por questão de segurança. Fico pensando qual o tipo de segurança a que se referem. A história parece ficção, um absurdo total, mas é a realidade.

O governo federal considera acabar com a transparência dos gastos com os cartões corporativos. Um governo de caixa dois e muitos ministérios e secretarias especiais, quer ter mais privacidade em suas compras com o dinheiro do povo. Um retrocesso total. Justificam com o argumento da segurança institucional. É, a instituição quer ter a segurança de que não será incomodada quando alugar carros, almoçar em churrascarias, comprar perfumes e artigos de academia.

Não sou contra o cartão, uma vez que as opções são as contas tipo B e os cheques onde o controle não existe e o acompanhamento se torna quase impossível. Com os cartões é possível saber quando, onde e quanto foi gasto, além de quem gastou. E todos os dados podem ficar disponíveis on-line. Isso é transparência, é o princípio da publicidade nos gastos públicos. É, ao meu ver, o certo. Só que o certo agora gera insegurança, o certo não é conveniente.

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