Ideotas de Cabral
Quando começou ele disse que daria um "choque" de gestão na Saúde Pública do Estado (lê-se: capital do Estado do Rio de Janeiro sob os holofotes da imprensa). Como até luz falta nos hospitais, isso comprometeu os planos do governador e mui amigo de Luiz da Silva. Mas ele deve ter ficado satisfeito, pois o principal objetivo parece ter sido atingido: aparecer.
Esse ano ele repetiu o ato do início de mandato. Talvez se torne tradição. Apareceu nos hospitais. Comprovou pessoalmente o que todos já sabem: continua tudo na mesma, isto é, caótico. Pediu desculpas, deu uma de humilde, reconhecendo que é preciso fazer mais. Eu diria que é preciso o básico.
Além da saúde temos a questão da insegurança pública. Muitas mortes, aumento no número de assaltos. A solução a ser considerada: acabar com o carona nas motos. Usa o exemplo da Colômbia (lá parece ter dito um impacto positivo) para, novamente, aparecer. A OAB já entrou na discussão, uma vez que seria uma lei inconstitucional.
Fácil né? Saída de mestre! Por que pensar a fundo e agir com competência, investindo num aparelhamento da polícia (não só em armas, mas nos seres humanos que vestem a farda)? Por que mandar a PM patrulhar as ruas regularmente? Por que parar de briguinhas com o colega César e fazer com que a GM e a PM atuem em conjunto? Parece muito difícil. É melhor inventar ou importar ideotas mirabolantes para... aparecer.
Em tempo: Foi ótima a operação no morro da Mangueira. Bandidos presos, armas e drogas apreendidas... e fortaleza do crime. Mas o tal muro não foi novidade. A polícia, pelo que li, já tinha conhecimento. E por falar em "já sabia", o mesmo com certeza se pode afirmar sobre os consumidores (aqueles de alto poder aquisitivo que financiam o tráfico) e os moradores que, com passividade, contribuem para manter tudo aquilo. Alguns devem pensar "falar é fácil para você que não vive em tal comunidade". Eu perguntaria: será que todos lá são observados 24 horas por dia (lá e fora de lá) de modo que não podem efetuar ligação simples para o Disque-denúncia (2253 1177)? Será? Acho difícil. Será que as muitas ONGs que lá atuam não seriam complacentes com tudo isso? É triste. Um colega uma vez me contou que chegou a dar aulas num pré-vestibular comunitário no morro da Mangueira. Parou, pois acho demais ter de atuar traficantes andando livremente fortemente armados. Uma dica óbvia: sem o envolvimento de fato da população (moradores locais, principalmente) é impossível acabar com a criminalidade nessas comunidades. Não adianta somente criticar o Estado.
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