Pode mas não deve. A liberdade trancada no armário
Hipocrisia. O ato de fingir ter crenças, virtudes e sentimentos que a pessoa na verdade não possui. O mundo está cheio disso. Mais uma característica do ser humano, tão racional que é. Como na música do Barão Vermelho “Por que a gente é assim?… Canibais de nós mesmos…”.
Ontem presenciei uma cena a princípio curiosa, mas que se tornou incômoda. Um incômodo livre de preconceitos, gerado pela incompreensão de um fato que deveria, mas não pôde ser; ou poderia, mas para muitos simplesmente não deve acontecer. Por isso foi incômodo, angustiante, confuso. Ao mesmo tempo uma oportunidade de reflexão.
No ponto de ônibus, ao sair da faculdade, vi duas mulheres jovens que tentavam, sem êxito, esconder sua homossexualidade. Não creio ser necessário detalhar ou descrever a cena. A intenção aqui é discutir, ou simplesmente refletir, sobre a hipocrisia nossa de cada dia.
Recentemente um caso envolvendo um senador estadunidense (mais um), deu ensejo ao debate. Larry Craig, da bancada conservadora, opositor do casamento gay e de outras políticas de viés mais liberal com relação aos homossexuais, foi flagrado num banheiro de um aeroporto fazendo sinais de solicitação sexual para um policial à paisana (que sorte, hein?!). Confessou o crime para negar dois meses depois, quando o caso vazou. Disse ele: “Eu não sou gay e nunca fui gay”. Parece comédia, mas esse episódio se soma a outros tantos para ilustrar a hipocrisia que ronda o meio político em particular e a sociedade em geral. Leiam a matéria [O ocaso da liga dos hipócritas] de Patricia Campos Mello do Estadão.
Hipocrisia. O ato de fingir ter crenças, virtudes e sentimentos que a pessoa na verdade não possui. O mundo está cheio disso. Mais uma característica do ser humano, tão racional que é. Como na música do Barão Vermelho “Por que a gente é assim?… Canibais de nós mesmos…”.
Ontem presenciei uma cena a princípio curiosa, mas que se tornou incômoda. Um incômodo livre de preconceitos, gerado pela incompreensão de um fato que deveria, mas não pôde ser; ou poderia, mas para muitos simplesmente não deve acontecer. Por isso foi incômodo, angustiante, confuso. Ao mesmo tempo uma oportunidade de reflexão.
No ponto de ônibus, ao sair da faculdade, vi duas mulheres jovens que tentavam, sem êxito, esconder sua homossexualidade. Não creio ser necessário detalhar ou descrever a cena. A intenção aqui é discutir, ou simplesmente refletir, sobre a hipocrisia nossa de cada dia.
Recentemente um caso envolvendo um senador estadunidense (mais um), deu ensejo ao debate. Larry Craig, da bancada conservadora, opositor do casamento gay e de outras políticas de viés mais liberal com relação aos homossexuais, foi flagrado num banheiro de um aeroporto fazendo sinais de solicitação sexual para um policial à paisana (que sorte, hein?!). Confessou o crime para negar dois meses depois, quando o caso vazou. Disse ele: “Eu não sou gay e nunca fui gay”. Parece comédia, mas esse episódio se soma a outros tantos para ilustrar a hipocrisia que ronda o meio político em particular e a sociedade em geral. Leiam a matéria [O ocaso da liga dos hipócritas] de Patricia Campos Mello do Estadão.
“Arranhe um altruísta e veja um hipócrita sangrar.”
M. T. Ghiselin
O mais grave neste caso envolvendo o político é justamente o conservadorismo defendido por ele. De certa forma foi bom para o grupo que sofre a oposição, uma vez que o episódio pinta a bandeira conservadora com as cores do arco-íris.
Mas a hipocrisia permanece. Os eventos só serviram para trazer à tona algo que fica trancado, que é tabu. No ponto de ônibus se materializou o resultado dessa hipocrisia, de forma triste em minha opinião, pois assiste algo sofrível. O caso do político, apesar das claras diferenças (a polícia estava no local para coibir um crime: sexo em local público), também ajuda a mostrar que, mesmo os que lutam por determinada causa, algumas vezes lutam contra si. Hipocrisia, mentira, falsidade.
Sob a máscara do esquecimento e do equívoco, invocando
como justificação a ausência de más intenções, os homens
expressam sentimentos e paixões cuja realidade seria bem
melhor, tanto para eles próprios como para os outros, que
confessassem a partir do momento em que não estão à
altura de os dominar. Sigmund Freud
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