Não penso que daí saia coisa que preste.
Quero conversar, expor, externar, bater um papo, levar um lero, trocar uma ideia. Com quem? Com você, com ninguém, com o divino, com o profano, com o justo, com o injusto, com o tudo e com o nada, comigo mesmo. Como? Com palavras, com imagens, com sons, com silêncios, com conhecimento, com ignorância, com paixão ou neutralidade, com amor ou ódio, com alegria ou tristeza, como eu quiser ou puder. Quando? Talvez agora, ou daqui a pouco, ou nunca, ou sempre. Sobre o quê? Sobre nada... ou TUDO!
terça-feira, julho 31, 2007
Não penso que daí saia coisa que preste.
Leia aqui, aqui, e aqui.
sexta-feira, julho 27, 2007
Nos últimos dias fiquem sem assunto. Talvez pela quantidade de coisas que acontecem todos os dias e merecem um comentário, mesmo que somente uma exclamação de horror, susto, incredulidade, indignação, ou até mesmo de humor. Acabo ficando perdido.
O bom desempenho do Brasil nos jogos Pan-americanos, com atletas apresentando um verdadeiro espetáculo. O clima de aparente calmaria que vemos no Rio de Janeiro durante os jogos… ou talvez alguns acontecimentos não estejam merecendo a devida cobertura da imprensa, em detrimento do evento maior, o PAN2007. Risos com a espontaneidade da platéia ao responder do “hoy” na abertura dos jogos. Mesma ocasião e, embora alguns não acreditem, mesma espontaneidade com que a mesma platéia ofereceu suas vaias a um bem assistido presidente.
Ainda tem os atletas cubanos que aproveitaram os jogos para “desertar”. Um deles, talvez o primeiro, disse algo sobre “melhores oportunidades” (?). Gostaria de ouvir os outros. Cuba: amada e odiada, ou simplesmente mal compreendida? Eis a questão.
O acidente com o avião da TAM em Congonhas foi algo de assustador. Já tive oportunidade de viajar de avião, utilizando aquele aeroporto e os serviços da TAM. Nas viagens, independente da companhia aérea, eu me sinto incomodado com um fato: peso 70 quilos e mal consigo pular e essa coisa que me leva tem várias toneladas e voa. As leis da física e aerodinâmica não me convenceram ainda!
Congonhas. A melhor definição que ouvi foi: “é um porta-aviões cercado por mar de casas”. Acho que foi do Alexandre Garcia, não sei. De qualquer forma que penso que, fatalidade à parte, foi tragédia anunciada. Culpados? Sim, existem. Os que, por um motivo ou outro, ignoraram sinais óbvios, deixaram de investir o que era para ser investido, não respeitaram a vida. Uma reportagem do JB comenta que o montante que deveria ser investido na infra-estrutura aeroportuária foi “anexado” a conta do governo, aumentando, assim, o famoso superávit. Viva à economia, ou melhor, viva à imagem econômica na nação perante investidores estrangeiros. Viva alguma coisa, pois outros choram a morte de 200 pessoas.
A cobertura da imprensa foi intensa, algumas vezes até extrapolando o que penso ser adequado. Outras, despeitando um momento de dor, como quando eram anunciados os nomes dos passageiros. Mas, a maioria das vezes, fez seu papel. Pressionando a quem de direito por informações a que temos direito. Investimentos anunciados, ministro da defesa trocado… aguardemos resultados.
Ah, invadiram a fazenda do Renan. Disso que achei graça. Não pude deixar de rir. O MST fez algo de bom.
Os problemas climáticos na Europa também chamam atenção. Centenas morrendo de calor, milhares desabrigados por enchentes. Na América do Sul temos o frio e neve na Argentina. A natureza também prega susto na Ásia, com o terremoto no Japão, que levanta a preocupação quanto à segurança das usinas nucleares, uma vez que houve vazamento.
São tantos assuntos e amplamente cobertos pela imprensa nacional que acabo por deslocar o foco para outros. São assuntos que também julgo importantes e não os vejo nos telejornais ou na mídia impressa. A internet ajuda muito, uma vez que temos acesso aos jornais e revistas do mundo inteiro. Então, navego em busca de assuntos que também envolvem seres humanos.
Falo de seres humanos da África, Ásia, Oriente Médio. Desta última região, temos certa cobertura da imprensa. Atentados, carros e homens-bomba, sofrimento, dor. Conflitos religiosos agravados por questões de ordem financeira e especulatória, por petróleo ou assuntos estratégicos, estão presentes no dia-a-dia dos jornais. Infelizmente não se chega a uma solução para essa agonia. Fico pensando se os que se dizem defensores da paz realmente querem uma solução que não seja para seus próprios problemas e interesses.
Na África temos as velhas questões, que contribuem para tornar o nome do continente num adjetivo pejorativo. Temos também interesses econômicos suplantando questões de ordem mais humanitária. Darfur. Aproximadamente 200 mil mortos (muitos elevam a cifra para 400 mil). Aproximadamente 2 milhões de refugiados nas fronteiras do país, Sudão. Os governantes negam genocídio. Dizem que existe paz. Que as pessoas estão vivendo normalmente suas vidas.
A razão para o discurso: a imagem negativa afastaria investimentos no setor financeiro e energético (Petróleo) em franca expansão no país. A intervenção é mais que necessária, mas questões que não entendo atrasam a salvação dos milhões de seres humanos que padecem naquela região. Ainda na África temo uma situação que a cada dia se agrava, no Zimbábue. Da mesma forma têm-se refugiados, seres humanos que buscam nada menos do que a própria sobrevivência, fugindo de sua terra natal. Fugindo das políticas de outros seres humanos, políticas nada humanas. Já escrevi aqui no Blog sobre a questão de Darfur, no Sudão, e pretendo desenvolver mais sobre o que ocorre em Zimbábue.
Recentemente tomei conhecimento de outra crise humanitária. Mais uma. Ásia. O país, pouco conhecido, é Burma. Na imprensa internacional é tido como “a crise esquecida”. Tendo como países fronteiriços o Laos, Índia, Bangladesh e Tailândia, este país vive há mais de uma década sob um forte regime repressor, que mantêm uma máquina de guerra composta por meio milhão de militares, mesmo sem ter (ainda) inimigos externos. Regime esse que institucionalizou o trabalho forçado, a prisão política, os assassinados e massacres, o estupro. Regime que usa, segundo relatos, crianças como soldados. Um regime que investe metade da riqueza no setor militar em detrimento da educação e saúde de sua população. População que chegou a ter uma taxa de mortalidade infantil, na região leste, estimada em 221 mortes por 1000 nascidos, segundo reportagem do britânico The Independent. Um regime que deveria estar recebendo sansões internacionais, mas questões mercadológicas são postas em primeiro lugar. Na verdade alguns países já adotam as sanções, mas multinacionais não querem perder o mercado.
Como bem diz o título do artigo de John Bercow para o The Independent de ontem, “A plight we can ignore no longer” [Uma situação que não podemos mais ignorar]. É, vejo que tem muita coisa a ser dita, escrita, exposta, divulgada. E feita.
quinta-feira, julho 26, 2007
sábado, julho 21, 2007
Recentemente li um e-mail, estilo corrente-auto-ajuda-dica-de-vida, com um texto atribuído ao teólogo e escritor Leonardo Boff, cujo título era Ressonância Schumann. Achei tudo muito interessante e, num primeiro momento, tive diante de mim a explicação “científica” para muitas coisas. Realmente o teólogo escreve muito bem. Resolvi então pesquisar mais sobre o assunto.
A primeira surpresa foi quanto à data. O texto, realmente escrito por Leonardo Boff, foi publicado em Março de 2004 no Jornal do Brasil, mas ainda encontra-se disponível no site do teólogo. Para ler, clique aqui. Considerando o tema da moda, o artigo se torna bem atual.
Algo interessante na pesquisa é quanto aos sites que citam a relação da freqüência ou ressonância schumann com os seres humanos. Basicamente têm em seus títulos algo do tipo “luz”, “esotérica”, “nova era”, “bruxo”, “alpha”, “beta”, “UFOs”, “gnosiologia”, “era de aquário”…enfim, páginas com enfoque esotérico.
Pesquisando um pouco mais, e como já era de se esperar, encontrei críticas ao artigo do teólogo. Confesso que fiquei contente, pois aqui o assunto passa a ser tratado no meio científico. Não desmerecendo o lado esotérico, mas críticas tentem a produzir conhecimento, esclarecimento… luz. Pelo que encontrei, os especialistas no assunto, incluindo físicos e outros cientistas, como os do Observatório Nacional (vá ao item 1406), não contestam os fatos e sim as conclusões e correlações de Leonardo Boff. Também ficou claro que muitas informações não são consideradas no artigo do teólogo, como, por exemplo, a existência de não uma, mas sim várias freqüências. Seria então conveniente chamar o fenômeno de Freqüências Schumann. Segundo informações da página de Física de uma universidade que trabalha com a medição e observação de tais fenômenos, não houve a alteração relatada por Boff, o pico da freqüência continua.
Parti, então, para uma pesquisa mais aprofundada com o objetivo de chegar a uma conclusão, ou me enrolar mais ainda. O que não seria novidade.
Na página da NASA, realmente não encontrei nenhuma referência ao dito simulador de ressonância Schumann ou mesmo sobre o caso dos pilotos. Quem souber onde posso confirmar isso, me diga, seria um favor. Penso que algo assim deveria ser notícia fácil. Confirmei sim a existência de tais “equipamentos” a nível bem comercial, disponíveis em várias páginas na internet. É fácil comprar um via internet! E a maioria desses portais de venda cita a existência dos simuladores nas espaçonaves da NASA, como estratégia de marketing certamente. Mas não fornecem informação alguma que possibilite confirmação. Logo, mais dúvidas pairam.
Gosto muito dos textos de Leonardo Boff. Costumo lê-los sempre se posso. Mas este traz algumas informações talvez um tanto… digamos, forçosas. Misturando de fatos reais e informação científica com teorias esotéricas acaba por confundir, mais que elucidar, convencer ou informar. Boff relaciona as coisas ruins (produtos da humanidade, da qual faço parte) com uma dita mudança da ordem física (mas especificamente no ponto em que diz: “Coincidentemente…”).
Penso que o ritmo acelerado, que o artigo comenta, está relacionado com uma mudança do padrão de vida, que podemos observar ao longo dos anos. Nós estamos realmente mais “acelerados”. Precisamos conhecer e saber mais para estarmos integrados à sociedade. Isso é estressante! Sendo estresse uma “alteração global de nosso organismo para adaptar-se à uma situação nova ou às mudanças de um modo geral” – situação que criamos. Trabalha-se mais para se ter o mínimo de conforto. Com isso passamos menos tempo fazendo coisas prazerosas. E a relação do ser humano com o planeta tem se dado de forma destrutiva, principalmente nas últimas décadas. Nós modificamos o meio ambiente. Somos hoje mais de 6 bilhões de pessoas. Isso por si só já gera um impacto negativo, uma vez que o crescimento se dá de forma desordenada, não planejada. Comemos, bebemos, plantamos, desmatamos, extraímos, arrancamos, sujamos, modificamos, alteramos, caçamos, matamos, dizimamos, construímos, destruímos, desperdiçamos, queimamos, esquentamos o planeta… e continuamos nascendo, crescendo e repetindo antigos erros ou cometendo novas tolices. Nós, seres humanos, tão racionais e evoluídos. Não vejo nada de esotérico ou transcendental nisso. Vejo fatos. Fatos, com certeza, infelizes. Vejo conseqüências, produtos, efeitos, resultados.
Mas concordo quando ele diz que o planeta é um organismo vivo e que “precisamos respirar juntos com a Terra para conspirar com ela pela paz”. E sendo ambos (o ser humano e o planeta) organismos vivos, talvez possamos usar o conceito de simbiose, introduzido em 1878 pelo o botânico alemão Heinrich Anton de Bary (1831-1888) e que pode ser definido como “uma relação mutuamente vantajosa entre dois ou mais organismos vivos de espécies diferentes”. Talvez o que falte seja o reconhecimento [e respeito] dessa relação de simbiose.
Mas é só uma opinião.
quinta-feira, julho 19, 2007
Indico a entrevista de Adib Jatene, cirurgião brasileiro respeitado internacionalmente, na revista IstoÉ Online. Concedida a jornalista Mônica Tarantino, é de certa forma uma análise da situação da saúde pública, da formação do profissional de medicina e, ainda mais abrangente, da questão social e política no Brasil.
A medicina “não trata das coisas que as pessoas têm. Trata da pessoa. Não pode ser um negócio, não é um meio de enriquecer, de conquistar posição social. Pode acontecer, mas o seu objetivo é ajudar pessoas que sofrem”, diz, ao comentar seu recente livro “Cartas a um Jovem Médico - Uma escolha pela vida”. Para ler, clique aqui.
quarta-feira, julho 18, 2007
terça-feira, julho 17, 2007
Ô assunto cansativo! Uns dizem que o local e o momento eram inoportunos. Eu perguntaria a esses: Qual seria então o momento dos que não estão contentes externarem seu descontentamento? E não me venham com respostas esdrúxulas. Sejam objetivos. Perguntaria também o seguinte: o Luiz da Silva por acaso está com 100% de aprovação nas pesquisas, ou mesmo teve 100% dos votos na última eleição? E vou mais além… Se o antônimo de vaia é o aplauso, por que esse último não sobrepujou o primeiro já que há tantos apoiadores, contentes?
Um governante disse que foi armação. Chegou mesmo a indicar onde estava localizado o grupo que iniciou as vaias e que foram “contaminando” outros. Essa talvez seja a mais forte. Outro político, sem usar sua típica jaqueta vermelha, afirmou que o povo do Rio percebeu que o governo federal queria se vangloriar do evento, se apossar dos créditos. Não levou em conta o montante que o governo federal investiu do dinheiro do povo. O vaiado disse que ficou triste. Comparando com uma festa para a qual foi convidado e encontrou pessoas que não o queriam ali. Não fique triste assim. As vaias foram tão somente a opinião dos que não aprovam certas coisas que andam rolando; e que você sabe. Se não sabe, procure se informar e fortaleça o coro das vaias.
Mas é isso, não se pode vaiar. Vaiar é agora um disparate. É tentar estragar a festa. Devem pensar assim: a festa é justamente para esquecermos as lambanças e essas vaias inoportunas nos fazem lembrar tudo, que droga!
Ouvi e li tanta coisa. Muitas engraçadas, outras tristes, algumas absurdas… todas válidas. Lição: estamos numa democracia, existe até um negócio chamado liberdade de expressão. Ah, muitos esqueceram ou ignoraram esse detalhe nos comentários e análises. Detalhe esse que me lembrou outra notícia recente. Aquela campanha da Peugeot satirizando a “famosa” declaração de nossa ministra sexóloga do Turismo, o “relaxa e goza”, foi suspensa. A empresa diz que já era previsto na concepção da propaganda, e que isso nada tem haver com possíveis pressões do governo. Tudo certo, tudo bem. Mas fiquei com a impressão de que uma vaia foi abafada.
Mas o PAN continua!
Já comentei aqui o caso da agressão feita por jovens de classe média a uma empregada doméstica. Clique aqui para reler. O título desta nova postagem é a recente alegação desses jovens maiores de idade, bandidos e agressores, e que representam exceção em nosso país, uma vez que tiveram algo que muitos não têm: oportunidade. O juiz mandou e vão continuar onde devem, onde todo criminoso deve ficar, no xilindró, atrás das grades, na cadeia. Não poderão, durante algum tempo, sair para “zoar as putas”. Clique aqui para ler a matéria relacionada.
sexta-feira, julho 13, 2007
For those who care about energy and the environment, more specifically about biofuels, I would like to suggest the article “Biofuels-Myths of the Agro-fuels Transition” by Eric Holt-Giménez, Executive Director of Food First/Institute for Food and Development Policy. It’s available on the institute website. Just click here.
Biocombustíveis e Meio Ambiente
Para os que se interessam por energia e meio-ambiente, mais especificamente sobre biocombustíveis, eu gostaria de sugerir o artigo “Biocombustíveis - Mitos da transição para o Agro-combustível” de Eric Holt-Giménez, Diretor Executivo do Food First/Institute for Food and Development Policy. O artigo encontra-se disponível na página do instituto. Clique aqui.
Norte x Sul: um produz, o outro consome. Os biocombustíveis proporcionarão desenvolvimento rural? É realmente uma fonte de energia limpa e verde? Os governos podem garantir a preservação das florestas? Existe o risco de aumentar a fome usando comida para produção de combustível? São os pontos abordados no artigo. (em inglês)
quarta-feira, julho 11, 2007
segunda-feira, julho 09, 2007
Juízes Contra a Corrupção
“Em 19 anos, dos 130 processos distribuídos no STF, apenas 6 foram julgados, e absolvidos – 46 deles foram remetidos à instância inferior, 13 prescreveram e 52 continuam tramitando na Corte. No STJ – que recebeu 483 processos de 1989 até junho de 2007 –, a situação não é muito diferente: há 11 absolvições, 5 condenações e 71 prescrições. Foram remetidas à instância inferior 126 ações, e ao STF, 10 processos. Ainda há 81 ações em tramitação.”
Na última quinta-feira (5) a Associação dos Magistrados Brasileiros lançou uma campanha intitulada, “Juízes contra a corrupção” onde, dentre outras medidas, defendem o fim o foro privilegiado. Algo de muito positivo, em minha opinião. Num estudo, disponível na internet, a associação mostra os números da corrupção no Brasil. Abaixo, leiam uma parte sobre o foro privilegiado.
EXTINÇÃO DO FORO PRIVILEGIADO: UMA NECESSIDADE
É imperioso que a sociedade brasileira e os Poderes constituídos comecem a refletir e a discutir acerca da necessidade de extinção do foro privilegiado.
Longe de representar uma prerrogativa de defesa e preservação funcional da autoridade, objetivo para o qual foi originalmente concebido, o instituto do foro privilegiado, ao longo da história, tem se transfigurado em um inconcebível privilégio, vez que tem sido recorrentemente utilizado como instrumento de preservação da impunidade por agentes políticos e servidores públicos, em diferentes esferas e Poderes do Estado.
Os processos que, em sentido amplo, investigam corrupção de autoridades e lesão ao patrimônio público demandam, pela relevância dos bens protegidos, uma prestação jurisdicional célere e eficiente. Ocorre que, infelizmente, a notória falta de estrutura dos Tribunais brasileiros, aliada à dificuldade de implantação de políticas nacionais de gestão eficiente do Judiciário, tem contribuído para a morosidade do julgamento destas espécies de processo, em franco descrédito das instituições, sobretudo do Poder Judiciário.
Neste passo, entendemos que devem ser apoiadas todas as iniciativas gerenciais e legislativas que contribuam para modificar este cenário.
E é assim que a AMB posiciona-se contrariamente à Proposta de Emenda à Constituição nº 358, de 2005, no tocante à extensão do foro privilegiado também para a ação popular e a ação civil pública contra atos do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal que passariam ao STF e contra atos dos ministros de Estado e comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica, ou do próprio Tribunal que passariam ao STJ.
Ao mesmo tempo, afigura-se como relevante e necessária a propositura imediata de uma PEC que ponha fim, imediatamente, ao foro privilegiado, em todas as suas instâncias e esferas.
Interessante também a visão contrária, de certa forma, ao fim do privilégio. Leiam o artigo do Juiz de Direito LUIZ GUILHERME MARQUES da 2ª Vara Cível de Juiz de Fora – MG. A insegurança, nesse caso, seria o entrave aos [justos] julgamentos.
Fonte: AMB - Associação dos Magistrados Brasileiros
sexta-feira, julho 06, 2007
Sempre comento com amigos que, há alguns anos, eu saía muito à noite. Freqüentava o famoso baile charme do viaduto Negrão de Lima, em Madureira, ia aos sambas no Clube Renascença, no Andaraí, sem falar das farras pelo Centro e Lapa. Morando então em Mesquita, terra santa, e com o último ônibus (a porcaria do 005) saindo da Praça Mauá às 23:30, invariavelmente me restava – quando a noitada não era em Madureira, Marechal, etc. – a opção de voltar para casa via Central do Brasil, com ônibus e ambiente irregulares. Ou, como eu mais fazia, seguir para Madureira ou Cascadura onde haviam ônibus ininterruptos para Nova Iguaçu, passando por Mesquita. Além, é claro, de ônibus pirata e de Kombi. Saltava então na esquina de casa (e as benditas paredes que me acompanhavam até o portão). Hoje estou medroso.
Dizem que, quem não deve não teme. Isso é passado! O caso que ocupa a primeira página do Jornal Extra de hoje, por si só já serve para rebater o velho dito popular. E não é a primeira vez que isso acontece. Um inocente é morto por, dentre outros motivos injustificáveis, não se curvar aos esculachos proporcionados por aqueles que deveriam nos proteger. Tapas na cara, xingamentos, tiros de esculacho, ameaças, extorsões, abusos. Basta um olhar reprovador ou digno (a dignidade não é bem vista), para incitar e iniciar os “procedimentos” de alguns desses funcionários públicos na área de segurança.
E digo que não é a primeira vez, pois, nesse caso, lá estava uma das tão famosas câmeras de segurança. Apesar de cada vez mais freqüentes em estabelecimentos comerciais, elas ainda são raras em muitos outros, principalmente na Baixada Fluminense. E tais “procedimentos” ocorrem, tenho certeza, em muitos outros lugares onde o Estado só aparece para tais atos. Ah, é claro, em tempos de eleições também. É de dar medo!
Apesar de teorizar, eu não sei qual seria minha reação ao receber um tapa de um sujeito desses. O que contribui para aumentar meu medo. A cena mostra um despreparo total de alguns integrantes da nossa PM. Ficará difícil para alguns rebater as críticas quanto às ações no Complexo do Alemão. Mais difícil ainda criticar os relatórios da Anistia Internacional sobre a questão de segurança pública no Rio de Janeiro. Isso sem falar na família de Rubineu Nobre, de 29 anos (minha idade), vigia, executado num posto de gasolina na Baixada Fluminense.
quinta-feira, julho 05, 2007
[Your signature is more powerful than you think]
A animação abaixo foi desenvolvida pela Anistia Internacional. É algo bastante interessante, pois mostra, de forma tocante e sensível, como as pessoas podem ajudar outras, simplesmente se posicionando diante de um fato, demonstrando solidariedade, reivindicando, protestando.
Seria o poder social e humanitário da assinatura. Isso se considerarmos os tão conhecidos abaixo-assinados. Muitas vezes banalizados (ou banais), outras vezes feitos de forma inadequada, desacreditados, etc. Mas não podemos desanimar. Devemos usá-lo como forma de pressão, reivindicação, protesto, luta pelos direitos, sejam nossos ou de outros.
Mas penso que também podemos fazer outra leitura da mensagem transmitida. Basta lembrarmos que, em muitos casos, apenas uma assinatura é suficiente. A decisão sobre vida e morte, a deliberação sobre guerra e paz, liberdade e cárcere. Mas podemos ser a força que produz essa assinatura. Basta que: 1) conheçamos (mazelas sociais estão ocorrendo neste momento e poucos sabem), e conhecendo… 2) nos importemos de fato (muitos se comovem com imagens – reais – de fome, dor, abandono, injustiça, da mesma forma como se comovem com um filme que passa na TV, no cinema… e o incomodo também passa após a sessão, ou próximo intervalo comercial; e nos importando… 3) busquemos meios de nos posicionar de alguma forma, mesmo que seja apenas sócio-politicamente (um abaixo assinado ou pedido encaminhado à autoridade mais próxima, por exemplo), ou informacionalmente (trabalhando para que o conhecimento daquilo seja mais difundido). Talvez não dê em nada, mas a opção da inércia e da ignorância é mais prejudicial, a todos.
"O mundo não é. O mundo está sendo. Como subjetividade curiosa, inteligente, interferidora na objetividade com que dialeticamente me relaciono, meu papel no mundo não é só o de quem constata o que ocorre mas também o de quem intervém como sujeito de ocorrências. Não sou apenas objeto da História mas seu sujeito igualmente. No mundo da História, da cultura, da política, constato não para me adaptar mas para mudar”. (Paulo Freire)
terça-feira, julho 03, 2007
KGB, murders, bombs, poison, intelligence, spying. Reading a David Hears’ article about Russian journalist Yelena Tregubova on Mail&Guardian, it was like reading a Ludlum’s fiction. Instead, it was concerning the lack of freedom speech in Russia. The article entitled “Journalism is my only weapon”, describes the journey of Tregubova for keeping writing and also keeping alive. Something that was not possible for 152 of his colleagues who were murdered since the Russian constitution granted the freedom of speech in 1993. But Putin’s regime disallows criticism.
We must be aware of what is going on in our life, region, city, country, continent, in the world. The journalists have a key position for that. By the moment they keep silent (sometimes involuntarily) our right of information is affected. So, they must write, they must speech, they must communicate. Like us, bloggers around the World. We have done our job by posting news/information about our country, analysis on different issues, comments, using Internet as a tool of fighting for freedom of information. It’s not fiction, it is reality; and it’s about our world, our life.
So, keep posting!
Parece um livro do Robert Ludlum, mas não é
KGB, assassinatos, bombas, envenenamento, inteligência, espionagem. Lendo o artigo de David Hears sobre a jornalista russa Yelena Tregubova no jornal online Mail&Guardian, parecia estar lendo um dos livros de ficção de Robert Ludlum. Na verdade a matéria era basicamente sobre a falta de liberdade de expressão na Rússia. Intitulada “O jornalismo é minha única arma”, a reportagem descreve as situações sofridas porYelena para continuar escrevendo e se mantendo viva. Algo que não foi possível para outros 152 jornalistas russos, mortos desde 1993, quando o direito de expressão ficou estabelecido constitucionalmente. Mas o regime de Putin parece não aprovar críticas.
Devemos estar atentos ao que acontece em nossas vidas, em nossa região, país, continente, em nosso mundo. Os jornalistas têm um papel fundamental nisso. A partir do momento que silenciam, ou são silenciados, nosso direito a informação fica comprometido. Logo, eles devem sim escrever, devem falar, devem comunicar. Assim como nós, blogueiros do mundo. Fazemos nosso papel postando novidades e informações sobre nosso país, analisando diferentes assuntos, fazendo comentários, usando a internet como ferramenta na luta em prol da liberdade de informação. Isso não é ficção, é a realidade; e é sobre nosso mundo e nossas vidas.
Então, continue postando!
A menina no mercado
Havia uma menina no mercado. Devia ter uns 12 anos. Talvez menos. Estava atrás de mim no caixa. Tinha dois pacotes de macarrão instantâneo n...
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Havia uma menina no mercado. Devia ter uns 12 anos. Talvez menos. Estava atrás de mim no caixa. Tinha dois pacotes de macarrão instantâneo n...