Ressonância Schumann
Recentemente li um e-mail, estilo corrente-auto-ajuda-dica-de-vida, com um texto atribuído ao teólogo e escritor Leonardo Boff, cujo título era Ressonância Schumann. Achei tudo muito interessante e, num primeiro momento, tive diante de mim a explicação “científica” para muitas coisas. Realmente o teólogo escreve muito bem. Resolvi então pesquisar mais sobre o assunto.
A primeira surpresa foi quanto à data. O texto, realmente escrito por Leonardo Boff, foi publicado em Março de 2004 no Jornal do Brasil, mas ainda encontra-se disponível no site do teólogo. Para ler, clique aqui. Considerando o tema da moda, o artigo se torna bem atual.
Algo interessante na pesquisa é quanto aos sites que citam a relação da freqüência ou ressonância schumann com os seres humanos. Basicamente têm em seus títulos algo do tipo “luz”, “esotérica”, “nova era”, “bruxo”, “alpha”, “beta”, “UFOs”, “gnosiologia”, “era de aquário”…enfim, páginas com enfoque esotérico.
Pesquisando um pouco mais, e como já era de se esperar, encontrei críticas ao artigo do teólogo. Confesso que fiquei contente, pois aqui o assunto passa a ser tratado no meio científico. Não desmerecendo o lado esotérico, mas críticas tentem a produzir conhecimento, esclarecimento… luz. Pelo que encontrei, os especialistas no assunto, incluindo físicos e outros cientistas, como os do Observatório Nacional (vá ao item 1406), não contestam os fatos e sim as conclusões e correlações de Leonardo Boff. Também ficou claro que muitas informações não são consideradas no artigo do teólogo, como, por exemplo, a existência de não uma, mas sim várias freqüências. Seria então conveniente chamar o fenômeno de Freqüências Schumann. Segundo informações da página de Física de uma universidade que trabalha com a medição e observação de tais fenômenos, não houve a alteração relatada por Boff, o pico da freqüência continua.
Parti, então, para uma pesquisa mais aprofundada com o objetivo de chegar a uma conclusão, ou me enrolar mais ainda. O que não seria novidade.
Na página da NASA, realmente não encontrei nenhuma referência ao dito simulador de ressonância Schumann ou mesmo sobre o caso dos pilotos. Quem souber onde posso confirmar isso, me diga, seria um favor. Penso que algo assim deveria ser notícia fácil. Confirmei sim a existência de tais “equipamentos” a nível bem comercial, disponíveis em várias páginas na internet. É fácil comprar um via internet! E a maioria desses portais de venda cita a existência dos simuladores nas espaçonaves da NASA, como estratégia de marketing certamente. Mas não fornecem informação alguma que possibilite confirmação. Logo, mais dúvidas pairam.
Gosto muito dos textos de Leonardo Boff. Costumo lê-los sempre se posso. Mas este traz algumas informações talvez um tanto… digamos, forçosas. Misturando de fatos reais e informação científica com teorias esotéricas acaba por confundir, mais que elucidar, convencer ou informar. Boff relaciona as coisas ruins (produtos da humanidade, da qual faço parte) com uma dita mudança da ordem física (mas especificamente no ponto em que diz: “Coincidentemente…”).
Penso que o ritmo acelerado, que o artigo comenta, está relacionado com uma mudança do padrão de vida, que podemos observar ao longo dos anos. Nós estamos realmente mais “acelerados”. Precisamos conhecer e saber mais para estarmos integrados à sociedade. Isso é estressante! Sendo estresse uma “alteração global de nosso organismo para adaptar-se à uma situação nova ou às mudanças de um modo geral” – situação que criamos. Trabalha-se mais para se ter o mínimo de conforto. Com isso passamos menos tempo fazendo coisas prazerosas. E a relação do ser humano com o planeta tem se dado de forma destrutiva, principalmente nas últimas décadas. Nós modificamos o meio ambiente. Somos hoje mais de 6 bilhões de pessoas. Isso por si só já gera um impacto negativo, uma vez que o crescimento se dá de forma desordenada, não planejada. Comemos, bebemos, plantamos, desmatamos, extraímos, arrancamos, sujamos, modificamos, alteramos, caçamos, matamos, dizimamos, construímos, destruímos, desperdiçamos, queimamos, esquentamos o planeta… e continuamos nascendo, crescendo e repetindo antigos erros ou cometendo novas tolices. Nós, seres humanos, tão racionais e evoluídos. Não vejo nada de esotérico ou transcendental nisso. Vejo fatos. Fatos, com certeza, infelizes. Vejo conseqüências, produtos, efeitos, resultados.
Mas concordo quando ele diz que o planeta é um organismo vivo e que “precisamos respirar juntos com a Terra para conspirar com ela pela paz”. E sendo ambos (o ser humano e o planeta) organismos vivos, talvez possamos usar o conceito de simbiose, introduzido em 1878 pelo o botânico alemão Heinrich Anton de Bary (1831-1888) e que pode ser definido como “uma relação mutuamente vantajosa entre dois ou mais organismos vivos de espécies diferentes”. Talvez o que falte seja o reconhecimento [e respeito] dessa relação de simbiose.
Mas é só uma opinião.
Recentemente li um e-mail, estilo corrente-auto-ajuda-dica-de-vida, com um texto atribuído ao teólogo e escritor Leonardo Boff, cujo título era Ressonância Schumann. Achei tudo muito interessante e, num primeiro momento, tive diante de mim a explicação “científica” para muitas coisas. Realmente o teólogo escreve muito bem. Resolvi então pesquisar mais sobre o assunto.
A primeira surpresa foi quanto à data. O texto, realmente escrito por Leonardo Boff, foi publicado em Março de 2004 no Jornal do Brasil, mas ainda encontra-se disponível no site do teólogo. Para ler, clique aqui. Considerando o tema da moda, o artigo se torna bem atual.
Algo interessante na pesquisa é quanto aos sites que citam a relação da freqüência ou ressonância schumann com os seres humanos. Basicamente têm em seus títulos algo do tipo “luz”, “esotérica”, “nova era”, “bruxo”, “alpha”, “beta”, “UFOs”, “gnosiologia”, “era de aquário”…enfim, páginas com enfoque esotérico.
Pesquisando um pouco mais, e como já era de se esperar, encontrei críticas ao artigo do teólogo. Confesso que fiquei contente, pois aqui o assunto passa a ser tratado no meio científico. Não desmerecendo o lado esotérico, mas críticas tentem a produzir conhecimento, esclarecimento… luz. Pelo que encontrei, os especialistas no assunto, incluindo físicos e outros cientistas, como os do Observatório Nacional (vá ao item 1406), não contestam os fatos e sim as conclusões e correlações de Leonardo Boff. Também ficou claro que muitas informações não são consideradas no artigo do teólogo, como, por exemplo, a existência de não uma, mas sim várias freqüências. Seria então conveniente chamar o fenômeno de Freqüências Schumann. Segundo informações da página de Física de uma universidade que trabalha com a medição e observação de tais fenômenos, não houve a alteração relatada por Boff, o pico da freqüência continua.
Parti, então, para uma pesquisa mais aprofundada com o objetivo de chegar a uma conclusão, ou me enrolar mais ainda. O que não seria novidade.
Na página da NASA, realmente não encontrei nenhuma referência ao dito simulador de ressonância Schumann ou mesmo sobre o caso dos pilotos. Quem souber onde posso confirmar isso, me diga, seria um favor. Penso que algo assim deveria ser notícia fácil. Confirmei sim a existência de tais “equipamentos” a nível bem comercial, disponíveis em várias páginas na internet. É fácil comprar um via internet! E a maioria desses portais de venda cita a existência dos simuladores nas espaçonaves da NASA, como estratégia de marketing certamente. Mas não fornecem informação alguma que possibilite confirmação. Logo, mais dúvidas pairam.
Gosto muito dos textos de Leonardo Boff. Costumo lê-los sempre se posso. Mas este traz algumas informações talvez um tanto… digamos, forçosas. Misturando de fatos reais e informação científica com teorias esotéricas acaba por confundir, mais que elucidar, convencer ou informar. Boff relaciona as coisas ruins (produtos da humanidade, da qual faço parte) com uma dita mudança da ordem física (mas especificamente no ponto em que diz: “Coincidentemente…”).
Penso que o ritmo acelerado, que o artigo comenta, está relacionado com uma mudança do padrão de vida, que podemos observar ao longo dos anos. Nós estamos realmente mais “acelerados”. Precisamos conhecer e saber mais para estarmos integrados à sociedade. Isso é estressante! Sendo estresse uma “alteração global de nosso organismo para adaptar-se à uma situação nova ou às mudanças de um modo geral” – situação que criamos. Trabalha-se mais para se ter o mínimo de conforto. Com isso passamos menos tempo fazendo coisas prazerosas. E a relação do ser humano com o planeta tem se dado de forma destrutiva, principalmente nas últimas décadas. Nós modificamos o meio ambiente. Somos hoje mais de 6 bilhões de pessoas. Isso por si só já gera um impacto negativo, uma vez que o crescimento se dá de forma desordenada, não planejada. Comemos, bebemos, plantamos, desmatamos, extraímos, arrancamos, sujamos, modificamos, alteramos, caçamos, matamos, dizimamos, construímos, destruímos, desperdiçamos, queimamos, esquentamos o planeta… e continuamos nascendo, crescendo e repetindo antigos erros ou cometendo novas tolices. Nós, seres humanos, tão racionais e evoluídos. Não vejo nada de esotérico ou transcendental nisso. Vejo fatos. Fatos, com certeza, infelizes. Vejo conseqüências, produtos, efeitos, resultados.
Mas concordo quando ele diz que o planeta é um organismo vivo e que “precisamos respirar juntos com a Terra para conspirar com ela pela paz”. E sendo ambos (o ser humano e o planeta) organismos vivos, talvez possamos usar o conceito de simbiose, introduzido em 1878 pelo o botânico alemão Heinrich Anton de Bary (1831-1888) e que pode ser definido como “uma relação mutuamente vantajosa entre dois ou mais organismos vivos de espécies diferentes”. Talvez o que falte seja o reconhecimento [e respeito] dessa relação de simbiose.
Mas é só uma opinião.
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