Em defesa da honra
Li hoje que o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, declarou que reavaliará sua decisão de processar o jornalista Arnaldo Jabor, caso este se retrate ou esclareça melhor suas afirmações. Disse ainda não se tratar de perseguição ao jornalista, mas de "defender a honra". Honra segundo uma definição no meu velho Aurélio é “consideração à virtude, ao talento, à coragem, à santidade, às boas ações ou às qualidades de alguém”. Significa ainda grandeza, retidão, dignidade. Chinaglia, referindo-se a seus colegas deputados, disse que nem todos são puros, “mas a maioria é de homens honrados”. Ora, a metade mais um já são considerados maioria. Mas é difícil concordar com o Chinaglia. Já o comentário do jornalista ameaçado de processo, penso ser o que muitos brasileiros, eleitores, gostariam de expressar. O que vemos ali (na Câmara), e que se reflete aqui (na sociedade) é algo lamentável. Interesses particulares sobrepondo o bem comum. Crianças andando dezenas de quilômetros diariamente e por caminhos penosos, para terem aula (quando têm) em escolas deterioradas, enquanto os senhores deputados passeiam em carros comprados e movidos com dinheiro público, usufruindo de instalações feitas e mantidas com dinheiro do povo. E ainda se luta na justiça para que alguns tenham direito a gratuidade no transporte. Lá, basta que eles se reúnam e pronto. O povo paga.
E quando alguns abrem a boca para externam o que não pode mais ser “segurado”, corre risco de processo. Sei que os comentários do Jabor são duros e geralmente geram polêmica, direito de resposta, processos. Mas, muitas vezes, expressam o que eu penso e gostaria de dizer àqueles canalhas (mesmo que seja a metade menos um). Dizem que não é censura, é defesa da honra, é dar limites à imprensa, é esclarecer as coisas. Como no caso do jornalista Diogo Mainardi, da Veja. Então deve-se fazer silêncio e deixar que eles façam o que bem entendem com o dinheiro público? NÃO. De maneira alguma! É preciso fiscalizar o que os deputados fazem, pensam em fazer e o que já fizeram. Chega de ficar calado. Chega de aceitação.
É preciso saber que o papel da Câmara dos Deputados é “representar o povo brasileiro, legislar sobre os assuntos de interesse nacional e fiscalizar a aplicação dos recursos públicos”. Essas são as três funções primordiais que viabilizam “os anseios da população”. É assim que os deputados devem defender a honra (deles e do povo), Sr. Arlindo Chinaglia.
Para àqueles que não ouviram o comentário que gerou essa reação do presidente da Câmara, podem acessar o áudio no site da CBN. Comentário feito terça-feira, 24 de abril de 2007. Ou clique aqui para ouvir. Abaixo, segue a transcrição.
"Amigos ouvintes, eu costumo colecionar absurdos nacionais que ouço ou vejo ou leio nos jornais para fazer meus comentários aqui na CNB. Muito bem. Há dias que eu não sei como começar, porque há tantas vagabundagens nesse país, que só mesmo sorteando um assunto. Eu sorteei um que saiu no jornal O Estado de São Paulo e acho que foi um peixe grande. O amigo ouvinte já deu a volta ao mundo? Não sei se sabe que são 44 mil km. Pois bem. Todos sabemos que os nossos queridos deputados têm o direito de receber de volta o dinheiro gasto em gasolina. Seja indo para seus redutos eleitorais ou para um motel com sua amante ou seu amante. Pois bem. A Câmara, ou melhor, você e eu, meu amigo, nós pagamos esse custo deste que eles levem notas fiscais para comprovar o gasto da gasosa. Muito bem, de novo. Vai prestando atenção. Nos primeiros dois meses da atual legislatura, os deputados, em dois meses apenas, pediram reembolso de 11 milhões e 200 mil Reais; pagos com a verba da Câmara. Os repórteres do Estadão, Guilherme (?) e Silvia Amorim fizeram as contas e concluíram que entre fevereiro e março, com dinheiro público, os deputados teriam gasto um milhão de litros de gasolina. (...) essa quantidade de gasolina daria para dar a volta ao mundo 255 vezes. São 255 vezes 44 mil km, o que dá a distância de 11 milhões e 200 mil Km. E aí é que vem a resultante mais espantosa ainda. A distância da Terra a Lua é de 384 mil Km, ou seja, (...) daria para fazer a viagem de ida e volta à Lua 15 vezes. Será que eu fiquei louco? Se algum matemático me ouve, verifique se eu estou errado, mas eu acho que não. O Procurador Geral do Tribunal de Contas da União, Lucas (Rocha) Furtado, já os denunciou dizendo que isso é uma forma secreta de se dar aumento de salários, que eles não têm como justificar. Será que o Sr. Arlindo Chinaglia, presidente da Camarâ não vê isso ou só continua pensando no bem do PT? E me digam amigos, quando é que vão prender esses canalhas? Quando é que a PF vai encarar essa gente (...)? Ah, desculpe, eu esqueci, eles têm imunidades e também têm foro privilegiado. É isso aí, amigos otários, otários como eu." - Arnaldo Jabor
Li hoje que o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, declarou que reavaliará sua decisão de processar o jornalista Arnaldo Jabor, caso este se retrate ou esclareça melhor suas afirmações. Disse ainda não se tratar de perseguição ao jornalista, mas de "defender a honra". Honra segundo uma definição no meu velho Aurélio é “consideração à virtude, ao talento, à coragem, à santidade, às boas ações ou às qualidades de alguém”. Significa ainda grandeza, retidão, dignidade. Chinaglia, referindo-se a seus colegas deputados, disse que nem todos são puros, “mas a maioria é de homens honrados”. Ora, a metade mais um já são considerados maioria. Mas é difícil concordar com o Chinaglia. Já o comentário do jornalista ameaçado de processo, penso ser o que muitos brasileiros, eleitores, gostariam de expressar. O que vemos ali (na Câmara), e que se reflete aqui (na sociedade) é algo lamentável. Interesses particulares sobrepondo o bem comum. Crianças andando dezenas de quilômetros diariamente e por caminhos penosos, para terem aula (quando têm) em escolas deterioradas, enquanto os senhores deputados passeiam em carros comprados e movidos com dinheiro público, usufruindo de instalações feitas e mantidas com dinheiro do povo. E ainda se luta na justiça para que alguns tenham direito a gratuidade no transporte. Lá, basta que eles se reúnam e pronto. O povo paga.
E quando alguns abrem a boca para externam o que não pode mais ser “segurado”, corre risco de processo. Sei que os comentários do Jabor são duros e geralmente geram polêmica, direito de resposta, processos. Mas, muitas vezes, expressam o que eu penso e gostaria de dizer àqueles canalhas (mesmo que seja a metade menos um). Dizem que não é censura, é defesa da honra, é dar limites à imprensa, é esclarecer as coisas. Como no caso do jornalista Diogo Mainardi, da Veja. Então deve-se fazer silêncio e deixar que eles façam o que bem entendem com o dinheiro público? NÃO. De maneira alguma! É preciso fiscalizar o que os deputados fazem, pensam em fazer e o que já fizeram. Chega de ficar calado. Chega de aceitação.
É preciso saber que o papel da Câmara dos Deputados é “representar o povo brasileiro, legislar sobre os assuntos de interesse nacional e fiscalizar a aplicação dos recursos públicos”. Essas são as três funções primordiais que viabilizam “os anseios da população”. É assim que os deputados devem defender a honra (deles e do povo), Sr. Arlindo Chinaglia.
Para àqueles que não ouviram o comentário que gerou essa reação do presidente da Câmara, podem acessar o áudio no site da CBN. Comentário feito terça-feira, 24 de abril de 2007. Ou clique aqui para ouvir. Abaixo, segue a transcrição.
"Amigos ouvintes, eu costumo colecionar absurdos nacionais que ouço ou vejo ou leio nos jornais para fazer meus comentários aqui na CNB. Muito bem. Há dias que eu não sei como começar, porque há tantas vagabundagens nesse país, que só mesmo sorteando um assunto. Eu sorteei um que saiu no jornal O Estado de São Paulo e acho que foi um peixe grande. O amigo ouvinte já deu a volta ao mundo? Não sei se sabe que são 44 mil km. Pois bem. Todos sabemos que os nossos queridos deputados têm o direito de receber de volta o dinheiro gasto em gasolina. Seja indo para seus redutos eleitorais ou para um motel com sua amante ou seu amante. Pois bem. A Câmara, ou melhor, você e eu, meu amigo, nós pagamos esse custo deste que eles levem notas fiscais para comprovar o gasto da gasosa. Muito bem, de novo. Vai prestando atenção. Nos primeiros dois meses da atual legislatura, os deputados, em dois meses apenas, pediram reembolso de 11 milhões e 200 mil Reais; pagos com a verba da Câmara. Os repórteres do Estadão, Guilherme (?) e Silvia Amorim fizeram as contas e concluíram que entre fevereiro e março, com dinheiro público, os deputados teriam gasto um milhão de litros de gasolina. (...) essa quantidade de gasolina daria para dar a volta ao mundo 255 vezes. São 255 vezes 44 mil km, o que dá a distância de 11 milhões e 200 mil Km. E aí é que vem a resultante mais espantosa ainda. A distância da Terra a Lua é de 384 mil Km, ou seja, (...) daria para fazer a viagem de ida e volta à Lua 15 vezes. Será que eu fiquei louco? Se algum matemático me ouve, verifique se eu estou errado, mas eu acho que não. O Procurador Geral do Tribunal de Contas da União, Lucas (Rocha) Furtado, já os denunciou dizendo que isso é uma forma secreta de se dar aumento de salários, que eles não têm como justificar. Será que o Sr. Arlindo Chinaglia, presidente da Camarâ não vê isso ou só continua pensando no bem do PT? E me digam amigos, quando é que vão prender esses canalhas? Quando é que a PF vai encarar essa gente (...)? Ah, desculpe, eu esqueci, eles têm imunidades e também têm foro privilegiado. É isso aí, amigos otários, otários como eu." - Arnaldo Jabor
Um comentário:
You write very well.
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