Imaginem uma mesa suja e fedorenta. Você, com certeza, não quer ficar olhando aquela mesa, tendo aquela visão desagradável, muito menos sentir o cheio que dali brota. Solucionar aquele problema seria tarefa hercúlea. Então, você que é malandro (no mau sentido, é claro), compra uma toalha bem bonita e cobre a mesa. O cheio não desaparece, mas a visão clean faz com que você se sinta melhor e até esqueça a fedentina. É mais ou menos isso que, a meu ver, representa aquele bendito deck. Todos brincam, se divertem, mas o problema da poluição do Rio Carioca (e de outros tantos) continua. A Estação de Tratamento, colada ao deck, não adiantou muita coisa. Muitas vezes encontra-se desligada! Economia de energia? Falta de atenção? Estupidez? Problemas técnicos (sic)? Sei lá! Talvez mau-caratismo. Quem sabe?
Quero conversar, expor, externar, bater um papo, levar um lero, trocar uma ideia. Com quem? Com você, com ninguém, com o divino, com o profano, com o justo, com o injusto, com o tudo e com o nada, comigo mesmo. Como? Com palavras, com imagens, com sons, com silêncios, com conhecimento, com ignorância, com paixão ou neutralidade, com amor ou ódio, com alegria ou tristeza, como eu quiser ou puder. Quando? Talvez agora, ou daqui a pouco, ou nunca, ou sempre. Sobre o quê? Sobre nada... ou TUDO!
domingo, abril 29, 2007
Imaginem uma mesa suja e fedorenta. Você, com certeza, não quer ficar olhando aquela mesa, tendo aquela visão desagradável, muito menos sentir o cheio que dali brota. Solucionar aquele problema seria tarefa hercúlea. Então, você que é malandro (no mau sentido, é claro), compra uma toalha bem bonita e cobre a mesa. O cheio não desaparece, mas a visão clean faz com que você se sinta melhor e até esqueça a fedentina. É mais ou menos isso que, a meu ver, representa aquele bendito deck. Todos brincam, se divertem, mas o problema da poluição do Rio Carioca (e de outros tantos) continua. A Estação de Tratamento, colada ao deck, não adiantou muita coisa. Muitas vezes encontra-se desligada! Economia de energia? Falta de atenção? Estupidez? Problemas técnicos (sic)? Sei lá! Talvez mau-caratismo. Quem sabe?
sexta-feira, abril 27, 2007
Just because we get around (Talkin' 'bout my generation)
Things they do look awful c-c-cold (Talkin' 'bout my generation)
I hope I die before I get old (Talkin' 'bout my generation)
A banda The Zimmers, formada quarenta por velhinhos, ou melhor, seniores britânicos (alguns centenários), regrava My Generation, sucesso do grupo The Who , banda também britânica de rock surgida nos anos 60. O lance legal é trazer tais cidadãos de volta a sociedade, reintegrá-los, romper o isolamento social desses seniores, muitos deles vivendo em pensões, apartados da sociedade que ajudaram a formar. Puro Rock'n Roll!
Ao mesmo tempo em que defendo a liberdade de imprensa, penso é preciso avaliar as atitudes de alguns jornalistas. Após o evento em Campinas, onde um bandido manteve uma mulher e seus filhos reféns por quase 3 dias, hoje pela manhã vejo na TV um apresentador fazendo “um pedido de coração” (palavras dele) ao pai da vítima que pedisse a filha para fazer um contato com a repórter da emissora, que estava enfrente à casa.
Mas de 50 horas de horror e incertezas não foram suficientes para que gerasse pouco pena ou alguma consideração de alguns jornalistas com aquela família. Tudo pela audiência.
A pressão deve ser exercida sobre aqueles que “ditam” as políticas públicas falhas que geram ou agravam o tipo de violência que se viu em Campinas e se repete, em menor ou maior grau, em tantas outras cidades brasileiras. É preciso não só pedir de coração, mas também exigir que a demanda da sociedade por segurança seja atendida.
Li hoje que o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, declarou que reavaliará sua decisão de processar o jornalista Arnaldo Jabor, caso este se retrate ou esclareça melhor suas afirmações. Disse ainda não se tratar de perseguição ao jornalista, mas de "defender a honra". Honra segundo uma definição no meu velho Aurélio é “consideração à virtude, ao talento, à coragem, à santidade, às boas ações ou às qualidades de alguém”. Significa ainda grandeza, retidão, dignidade. Chinaglia, referindo-se a seus colegas deputados, disse que nem todos são puros, “mas a maioria é de homens honrados”. Ora, a metade mais um já são considerados maioria. Mas é difícil concordar com o Chinaglia. Já o comentário do jornalista ameaçado de processo, penso ser o que muitos brasileiros, eleitores, gostariam de expressar. O que vemos ali (na Câmara), e que se reflete aqui (na sociedade) é algo lamentável. Interesses particulares sobrepondo o bem comum. Crianças andando dezenas de quilômetros diariamente e por caminhos penosos, para terem aula (quando têm) em escolas deterioradas, enquanto os senhores deputados passeiam em carros comprados e movidos com dinheiro público, usufruindo de instalações feitas e mantidas com dinheiro do povo. E ainda se luta na justiça para que alguns tenham direito a gratuidade no transporte. Lá, basta que eles se reúnam e pronto. O povo paga.
E quando alguns abrem a boca para externam o que não pode mais ser “segurado”, corre risco de processo. Sei que os comentários do Jabor são duros e geralmente geram polêmica, direito de resposta, processos. Mas, muitas vezes, expressam o que eu penso e gostaria de dizer àqueles canalhas (mesmo que seja a metade menos um). Dizem que não é censura, é defesa da honra, é dar limites à imprensa, é esclarecer as coisas. Como no caso do jornalista Diogo Mainardi, da Veja. Então deve-se fazer silêncio e deixar que eles façam o que bem entendem com o dinheiro público? NÃO. De maneira alguma! É preciso fiscalizar o que os deputados fazem, pensam em fazer e o que já fizeram. Chega de ficar calado. Chega de aceitação.
É preciso saber que o papel da Câmara dos Deputados é “representar o povo brasileiro, legislar sobre os assuntos de interesse nacional e fiscalizar a aplicação dos recursos públicos”. Essas são as três funções primordiais que viabilizam “os anseios da população”. É assim que os deputados devem defender a honra (deles e do povo), Sr. Arlindo Chinaglia.
Para àqueles que não ouviram o comentário que gerou essa reação do presidente da Câmara, podem acessar o áudio no site da CBN. Comentário feito terça-feira, 24 de abril de 2007. Ou clique aqui para ouvir. Abaixo, segue a transcrição.
"Amigos ouvintes, eu costumo colecionar absurdos nacionais que ouço ou vejo ou leio nos jornais para fazer meus comentários aqui na CNB. Muito bem. Há dias que eu não sei como começar, porque há tantas vagabundagens nesse país, que só mesmo sorteando um assunto. Eu sorteei um que saiu no jornal O Estado de São Paulo e acho que foi um peixe grande. O amigo ouvinte já deu a volta ao mundo? Não sei se sabe que são 44 mil km. Pois bem. Todos sabemos que os nossos queridos deputados têm o direito de receber de volta o dinheiro gasto em gasolina. Seja indo para seus redutos eleitorais ou para um motel com sua amante ou seu amante. Pois bem. A Câmara, ou melhor, você e eu, meu amigo, nós pagamos esse custo deste que eles levem notas fiscais para comprovar o gasto da gasosa. Muito bem, de novo. Vai prestando atenção. Nos primeiros dois meses da atual legislatura, os deputados, em dois meses apenas, pediram reembolso de 11 milhões e 200 mil Reais; pagos com a verba da Câmara. Os repórteres do Estadão, Guilherme (?) e Silvia Amorim fizeram as contas e concluíram que entre fevereiro e março, com dinheiro público, os deputados teriam gasto um milhão de litros de gasolina. (...) essa quantidade de gasolina daria para dar a volta ao mundo 255 vezes. São 255 vezes 44 mil km, o que dá a distância de 11 milhões e 200 mil Km. E aí é que vem a resultante mais espantosa ainda. A distância da Terra a Lua é de 384 mil Km, ou seja, (...) daria para fazer a viagem de ida e volta à Lua 15 vezes. Será que eu fiquei louco? Se algum matemático me ouve, verifique se eu estou errado, mas eu acho que não. O Procurador Geral do Tribunal de Contas da União, Lucas (Rocha) Furtado, já os denunciou dizendo que isso é uma forma secreta de se dar aumento de salários, que eles não têm como justificar. Será que o Sr. Arlindo Chinaglia, presidente da Camarâ não vê isso ou só continua pensando no bem do PT? E me digam amigos, quando é que vão prender esses canalhas? Quando é que a PF vai encarar essa gente (...)? Ah, desculpe, eu esqueci, eles têm imunidades e também têm foro privilegiado. É isso aí, amigos otários, otários como eu." - Arnaldo Jabor
quarta-feira, abril 25, 2007
Dica: a Embratel, através do Instituto Embratel, mantêm alguns projetos bem interessantes. Dentre ele, eu destaco o Ponto Comunidade, que tem o objetivo de levar cultura e informação, apoiando as atividades de ensino. Para isso faz uso de alguns recursos tecnológicos, principalmente a Internet. O projeto possui um site que abriga sua Biblioteca Digital Multimídia com um vasto material disponível. São vídeos e imagens de várias categorias. De Internet à Saúde, passando pela Filosofia, lá se encontram gravações digitalizadas de seminários, palestras e programas educativos desenvolvidos por diversas instituições. É também possível acessar a TV PontoCom que transmite programação cultural e educativa 24 horas por dia.
Ponto Comunidade
Instituto Embratel
TV PontoCom
Procurando se acha. A internet guarda muito lixo, mas algumas coisas podem ser salvas. Outra coisa que se tira disso é o fato de grandes empresas, buscando a contrapartida fiscal, estarem investindo em cultura. Elas com certeza vêem os benefícios. Logo, devemos aproveitar também.
terça-feira, abril 24, 2007
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…logo ali, pertinho do Iraque, ficam dois países que não mereceram tanta atenção dos EUA. São eles: Somália e Sudão. Assim como em Ruanda há alguns anos, esses dois países passam por conflitos graves, com centenas de milhares de pessoas mortas e milhões de refugiados. Isso sem falar nas outras mazelas que acompanham tais ‘eventos’ como fome, doenças, estupros, torturas. Sofrimentos para um povo já tão sofrido.
Em Darfur, no Sudão, a situação não é diferente. Embora a ONU ainda não admita o termo genocídio, a morte de 400.000 pessoas, estimada pela maioria das organizações humanitárias que por lá atuam, fala por si só. Recentemente um alto comissário da ONU argumentou que “Darfur é grande demais” para que a força de segurança garanta a… segurança. O presidente dos EUA, W. Bush, “alertou” o presidente do Sudão, Omar Hassan al-Bashir, sobre possíveis atitudes dos EUA. Seria uma intervenção, mas me parece que só ficou no aviso, pelo menos até agora. Será que esse Omar não teria umas armas de destruição em massa guardadas embaixo da cama? Isso ajudaria.
Notícias atualizadas sobre o Sudão
Outros links relacionados:
Darfur - A crise explicada (artigo de Alex De Waal originalmente publicado na revista britânica Prospect)
Darfur: A Genocide We can Stop
Save Darfur
Entenda a crise em Darfur (BBC)
Crisis in Darfur (Human Rights Watch)
Não deixem de ler também os artigos de Gérard Prunier no Le Monde diplomatique Brasil, intitulados Investigação sobre o massacre de Darfur e Algo estranho em Mogadíscio. São bem instrutivos.
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Rights for Robots. Para quem achava que filmes como AI – Inteligência Artificial (do Spielberg), O Homem Bicentenário (baseado na obra de Isaac Asimov), e outros parecidos, ficariam somente na ficção, aí vai uma notícia interessante. Estará sendo discutido hoje, no Museu de Ciências de Londres, o impacto dos avanços na robótica para a sociedade. Dentre os temas que maior destaque está justamente o Direito dos Robôs, proposta criticada por alguns cientistas. Esse debate se baseia num relatório elaborado no ano passado pelo cientista-chefe do governo britânico, Sir David King, que faz projeções para 50 anos.
Museu; evento; notícia em português; notícia em inglês
terça-feira, abril 17, 2007
Com relação ao artigo de Ali Kamel no O Globo de hoje (17/04/2007 - Opinião - página 7).
Talvez o que aconteça no Brasil seja algo conceitual. Racismo, preconceito, diversidade, igualdade, exclusão, inclusão, racial, social, de serviço, econômico, biológico, sociológico, cultural, algo natural, algo fabricado, mistura, DNA, possibilidades e impossibilidades. Nada é simples! O que falar? O que pode ser dito? O que deve ser dito? Como pode ser definido? A correção será natural ou devemos agir? Não há nada a ser corrigido? Está tudo como deve ser? Se buscamos, somos radicais, somos racistas. Alguns são comparados a Adolf Hitler, outros a Jean-Marie Le Pen, alguns até são xenófobos. Se esperamos, nada acontece. Inércia. Silêncio. Aceitação. Somos passivos e não merecedores de maior "espaço" além daqueles que nos são reservados, indicados, naturalmente, biológicamente, sociologicamente. Nada é Simples. Como o vice-presidente disse, não devemos ficar comentando isso, mesmo que exista. Silêncio. Ignorância. Fantasia. Vejam o estardalhaço que isso faz. É preciso, como o autor diz, serenidade. Serenidade, eu digo, para lidar com algo tão arraigado em todos nós. A exclusão é feita, na grande maioria das vezes, com bastante... serenidade.
É como autor diz, "Nada é simples".
O artigo a que me refiro pode ser lido no site do O Globo Digital, edição de 17/01/2007, página 7sexta-feira, abril 13, 2007
"Assim, sob qualquer ângulo que se esteja situado para considerar esta questão, chega-se ao mesmo resultado execrável: o governo da imensa maioria das massas populares se faz por uma minoria privilegiada. Essa minoria, porém, dizem os marxistas, compor-se-á de operários. Sim, com certeza, de antigos operários, mas que, tão logo se tornem governantes ou representantes do povo, cessarão de ser operários e pôr-se-ão a observar o mundo proletário de cima do Estado; não mais representarão o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de governá-lo. Quem duvida disso não conhece a natureza humana ".
... que não deixa de ser bem atual. Infelizmente!
quinta-feira, abril 12, 2007
quarta-feira, abril 11, 2007
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Completam-se hoje 90 anos do nascimento de José Datrino, que viveu até 1996 e por quase 40 anos, após algo terrível, pregou algo simples: a Gentileza. Confortou, consolou, foi gentil, foi humano. O Profeta Gentileza faz falta!
Hoje precisamos muito dessa coisa simples que é a Gentileza para continuarmos sendo Humanos.
Links relacionados ao...
... Projeto Rio com Gentileza
Dalai Lama
Vejam isso. Um grupo de trabalhadores (sic) brasileiros se reuniu e tomou uma importante decisão. Talvez o baixo salário e as péssimas condições de trabalho (sic) tenham contribuído para que eles chegassem a esse consenso. Imaginem se todos os grupos de trabalhadores brasileiros, das diferentes categorias, pudessem se reunir e decidir sobre o que lhes seria melhor? Mas não é assim que a coisa acontece. Isso porque o grupo motivo dessa postagem, ao longo do tempo, vem contribuindo para que os demais grupos percam força. Para que a união, quando exista, não seja suficiente para quebrar as barreiras impostas. O mais interessante: os membros desse primeiro grupo são escolhidos pelos demais grupos.
Ah, a decisão consensual foi a diminuição da jornada de trabalho (sic). Trabalhar segunda-feira? Pra quê? Pra quem?
Links relacionados:
http://oglobo.globo.com/pais/mat/2007/04/10/295302209.asp
www.estadao.com.br/ultimas/nacional/noticias/2007/abr/10/278.htm
sábado, abril 07, 2007
Uma amiga sugeriu essa semana que eu postasse algo sobre a Páscoa. Gostaria, no entanto, de fazer uso de duas palavras inerentes a esse evento religioso: lembrança e reflexão.
Hoje, dia 7 de abril de 2007, fazem 13 anos que ocorreu um evento que merece lembrança e reflexão. Nesse dia, há treze anos, numa quinta-feira, que duraria 100 dias, começava o genocídio de aproximadamente 1 milhão de pessoas.
Um milhão de seres humanos para os quais o resto da humanidade virou as costas. O motivo de serem ignorados? Hoje podemos dizer, com os exemplos recentes, que não eram viáveis comercialmente. Como vêem, o aspecto mercadológico mais uma vez mostra sua influência.
Há algum tempo eu prometi aqui que iria postar algo sobre o genocídio de 1994 em Ruanda, na África. Infelizmente não li todo o material que consegui sobre o assunto (livro, artigos, matérias, análises, entrevistas, etc.); outros que podem ajudar não estão à venda no Brasil. Ainda estou estudando, lendo, assistindo, ouvindo. Mas não poderia deixar essa data sem um registro. Hoje pela manhã assisti (e ainda estou sob o impacto) ao filme Hotel Ruanda que, juntamente com o filme Sometimes in April e o documentário inspirado no livro Shake Hands with the Devil: The Failure of Humanity in Rwanda, ajudam a vislumbrar um pouco do que aconteceu há 13 anos e que, infelizmente, vem acontecendo neste momento no continente africano (em Darfur, por exemplo).
Há milênios, eventos de ódio e amor, de sacrifício e renascimento, de escravidão e libertação, ocorreram para que hoje possamos (embora muitas vezes não o façamos) lembrar e refletir. Há apenas 13 anos ocorreu um evento que merece nossa lembrança e reflexão. Um evento que foi ignorado por quase todos, mas que deve ser estudado, pensado, analisado. Um evento que, como diz o subtítulo do livro do General Roméo Dallaire, foi [A Falha da Humanidade em Ruanda]. Falha essa que está se repetindo em Darfur, a oeste do Sudão.
Fica então o convite: lembrem e reflitam.
quarta-feira, abril 04, 2007
Afinal de contas, quem são os terroristas ??
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Principais fontes:
www.bbc.co.uk
www.reuters.com
www.correiodamanha.pt
terça-feira, abril 03, 2007
Resultado da Enquete
Há algumas semanas eu fiz uma enquete aqui no Blog com o título “A diminuição da maioridade resolve o problema da violência?”. Isso por conta de toda a discussão gerada em torno da morte trágica do menino João Hélio. Infelizmente a violência continua aumentando (pelo menos tenho essa impressão) e a discussão no nível político foi sufocada por assuntos como PAN 2007, aumento dos parlamentares, PAC, caos aéreo, e agora também temos o já famoso aquário a ser construído na área portuário do Rio. Políticas públicas em segurança até o momento não aconteceram. Ou, se acontecem, não têm resultado visível. A área social, que a meu ver seria a chave para um futuro melhor, também fica abandonada, posta em segundo plano (otimismo meu) uma vez que se discutem questões de “maior urgência”. As pesquisas e os noticiários alertam: uma pessoa morre por bala perdida a cada dia; investimentos irrisórios em educação e saúde; prioridades nos gastos de governo põem publicidade acima da educação, etc. Não existe mágica para a mudança que queremos (para melhor), mas um pouco de bom senso de nossos governantes viria a calhar.
Vejam o resultado da enquete, que contou com a participação de meus três leitores, que provavelmente votaram mais de uma vez:
A diminuição da maioridade resolve o problema da violência?
| Número de votos | Percentual |
Não | 18 | 75% |
Sim | 6 | 25% |
Total | 24 | 100% |
segunda-feira, abril 02, 2007
Existem pessoas que realmente fazem a diferença. Uma delas é Aparecida da Conceição Souza, moradora de Paracambi e única professora do Colégio Estadual Jaceruba, em Japeri.
A escola possui 330 alunos matriculados e apenas uma professora. A matéria do Globo On-line informa que, embora tenha havido concurso para contratação de professores naquele município, nenhum profissional quis dar aula em Jaceruba, bairro de difícil acesso. Se não fosse por Cida, como é conhecida a professora, os alunos ficariam sem aula.
Gostaria de focar essa postagem na iniciativa da professora Cida, mas é inevitável uma crítica a política de educação no Brasil. Fala-se em levar internet banda-larga a todas as escolas do país, mas, como já disse, é preciso primeiro levar professores e condições dignas de estudo e permanência, tanto para o aluno quanto para o professor. Pessoas tendo aulas no banheiro, sentadas no chão, diversas turmas numa única sala de aula, em ambientes inóspitos, falta de segurança… absurdos, infelizmente, comuns.
O acesso difícil ao bairro Jaceruba por si só já é uma falha do governo local, que deveria garantir acessibilidade a todos locais habitados (onde moram os eleitores).
De qualquer forma… Parabéns Aparecida!
Quando parece que se chegou a um limite, já um pouco além do fundo do poço, alguém (algumas vezes um político) nos surpreende. Dessa vez foi logo ali, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, e o autor da “surpresa” é o vereador Wilson Leite Passos.
Este político, eleito pelo povo em nosso sistema democrático, têm um projeto baseado nas mesmas idéias usadas por outro sistema político, o Nacional Socialismo, mas conhecido como Nazismo. A eugenia.
Seu projeto de Lei nº 1044/2007 propõe a volta do Serviço Municipal de Eugenia, ex Serviço de Assistência Pré-Nupcial, criado pelo médico carioca Salles Netto (1910/1961) e que funcionou durante 20 anos (de 1955 a 1975). Não conheço o texto do programa anterior, mas o atual, proposto pelo vereador, é bastante contrário a idéia de diversidade. O físico Stephen Hawking, por exemplo, não teria vez na sociedade planejada por nosso vereador.
O que ele parece ignorar é que nossa sociedade já é excludente. Deficientes e outros que o vereador considera menos capazes já enfrentam obstáculos impostos pela sociedade, que é preparada e construída para aqueles “saudáveis e capazes”. O que ele deveria fazer é lutar em prol da integração, do respeito, e da diversidade.
Se não conseguirem abrir o link com o projeto de lei 1044/2007, me mandem um e-mail que eu envio o arquivo em PDF.
domingo, abril 01, 2007
Racismos
VERISSIMO
Preconceito racial e discriminação racial são duas coisas diferentes.
O preconceito é um sentimento, fruto de um condicionamento cultural ou de uma deformação mental, mas sempre uma coisa pessoal, quase sempre incorrigível. Não se legisla sobre sentimentos, não se muda um hábito de pensamento ou uma convicção herdada por decreto.
Já a discriminação racial é o preconceito determinando atitudes, políticas, oportunidades e direitos, o convívio social e o econômico. Não se pode coagir ninguém a gostar de quem não gosta, mas qualquer sociedade democrática, para não desmentir o nome, deve combater a discriminação por todos os meios — inclusive a coação.
Não concordo com quem diz que uma política de cotas para negros no estudo superior é discriminação ao contrário, ou uma forma de paternalismo condescendente tão aviltante quanto a discriminação.
É coação, certo, mas para tentar corrigir um dos desequilíbrios que persistem na sociedade brasileira, o que reflete na educação a desigualdade de oportunidades de brancos e negros em todos os setores, mal disfarçada pela velha conversa da harmonia racial tão nossa. As cotas seriam irrealistas? Melhor igualdade artificial do que igualdade nenhuma.
Agora mesmo caíram em cima de quem disse — numa frase obviamente arrancada do contexto — que racismo de negro contra branco é justificável.
Nenhum racismo é justificável, mas o ressentimento dos negros é. Construiu-se durante todos os anos em que a última nação do mundo a acabar com a escravatura continuou na prática o que tinha abolido no papel. Não se esperava que o preconceito acabasse com o decreto da abolição, mas mais de 100 anos deveriam ter sido mais do que suficientes para que a discriminação diminuísse.
Não diminuiu.
Igualar racismo de negro com racismo de branco não resiste a um teste elementar. O negro pode dizer — distinguindo com nitidez preconceito de discriminação — “Não precisa me amar, só me dê meus direitos”.Qual a frase mais próxima disto que um branco poderia dizer, sem provocar risos? “Não precisa me amar, só tenha paciência?” “Me ame, apesar de tudo?” Pouco convincente.
A menina no mercado
Havia uma menina no mercado. Devia ter uns 12 anos. Talvez menos. Estava atrás de mim no caixa. Tinha dois pacotes de macarrão instantâneo n...
-
" Então é Natal ... ... e o que você fez?". Esse verso se tornou, para mim, o marco inicial das festas de fim de ano. É uma música...