Recentemente minha cidade natal esteve presente nos noticiários. O motivo não me deixa feliz, mas serviu para que o município de Mesquita seja lembrado. Emancipado recentemente (setembro de 1999), Mesquita é o mais novo município do Estado do Rio de Janeiro. Herdou problemas sérios das administrações passadas (era distrito de Nova Iguaçu) e convive com novos. O mais recente teve haver com o resultado das chuvas da última semana. Vários pontos de alagamento, desabrigados, mortos.
Uma criança foi sugada pelas forças das águas e caiu num bueiro. Há algum minha mãe comentou que as tampas dos bueiros estavam sendo roubadas. Passeando por Mesquita é fácil se deparar com buracos abertos, bueiros sem a tampa. Embora nunca tenha levantado, a tampa de um bueiro daqueles, não parece ser algo fácil de carregar. E se a intenção é vender, é bem possível que não tenham ido muito longe. Sugestão à polícia, à prefeitura, aos agentes do Estado pagos para fiscalizar tais coisas e, é claro, aos moradores que porventura tenham acesso: verifiquem nos muitos ferros-velhos e “bagulhões” que existem no município.
À população fica o apelo: assim como aconteceu com a criança, um menino de 9 anos, todos correm o risco. Então, façamos nossa parte, fiscalizando, denunciando, cobrando. Mas nunca esqueçamos de que não devemos ser apenas objetos de ações do Estado. Sejamos sujeitos, participando, agindo e interagindo.
À prefeitura: a segurança da população deve vir antes de questões de embelezamento estrutural, com perfil eleitoreiro. O reflorestamento dos morros que circundam Mesquita favoreceria uma maior retenção d’água, além de contribuir para o clima e paisagem natural do município. E o asfalto deve vir sempre acompanhado de infra-estrutura de drenagem adequada, considerando todos não só a geografia local, uma vez que Mesquita não está isolado. Caso contrário, as pessoas deixam de pisar na lama para se afogarem no asfalto.
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