sexta-feira, outubro 19, 2007

Licença para matar

Nas últimas semanas ocorreram vários acidentes nas estradas, como sempre. Os que chegaram à mídia foram todos causados por imprudência do motorista. As estradas, assim como o Congresso, são ambientes de impunidade. Eu realmente não entendo. É de conhecimento geral que uma pessoa alcoolizada tem seus reflexos prejudicados, isso para dizer o mínimo. Logo, ela deve estar ciente disso. Pois bem, se uma pessoa resolve dirigir, estando bêbada, está assumindo um grande risco. É fato. Assim como se alguém resolve apontar uma arma carregada para outra pessoa. A arma pode disparar. Isso também é fato. Então, por que a pena prevista é homicídio culposo e não doloso? Isso é retirar a responsabilidade que de fato existe. Se bebeu, sabia e quis assumir o risco. É dolo. Tinha a intenção. Responsabilidade é algo esperado de todos, mas legalmente deve ser exigida. Infelizmente o que se vê é no máximo uma prisão de alguns dias e liberação, para serviços comunitários, doações de cestas básicas.

Soma-se a isso casos como o do promotor que, embriagado e na contramão, matou três pessoas em SP. Não pode ser preso em flagrante por conta dos privilégios do Ministério Público Estadual (MPE). Mais impunidade!

Impunidade como o que vemos no caso de Gabriela Ribeiro, baleada e morta aos 14 anos durante um assalto no metrô do Rio. O STF anulou a sentença de um dos acusados. Motivos técnicos. Gostaria de ouvir um dos ministros que votaram a favor da anulação explicando aos familiares de Gabriela esses detalhes técnicos.

A bandidagem realmente é uma categoria privilegiada. A lei está a seu favor.

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