Nota Zero
Depois de todo alvoroço dos primeiros dias, com promessas de choque de gestão na saúde, combate à criminalidade e outros ajustes tão necessários, o que vemos é o caos. Até aí tudo bem.
Os hospitais continuam sem condições de atender a demanda da população, que por sua vez continua sofrendo a cada dia. Os profissionais de saúde fazem os milagres possíveis com recursos tão escassos e seus salários indignos. Pessoas morrem mais e mais nos hospitais por falta de condições básicas de serem atendidas. Isso quando têm a “sorte” de conseguir acesso a tal privilégio, o atendimento.
A segurança parece uma utopia. O número de assaltos aumenta, assim como o de encontros fatais com balas perdidas. Vidas inocentes são dilaceradas cotidianamente. Crianças, jovens, adultos, idosos. Não há idade certa para tragédias como as que vemos, lemos, ouvimos e sofremos todos os dias. Talvez o caso mais emblemático tenha sido o de Edna Ezequiel, moradora do Morro dos Macacos, em Vila Isabel, no Rio de Janeiro. Num espaço de pouco mais de um mês chorou a morte de sua filha Alana (12 anos) e de seu irmão Hélio. Ambas vítimas das já famosas (e temidas) balas perdidas, expressão infeliz para designar balas que matam inocentes e que a meu ver diminui a responsabilidade do Estado sobre essa tragédia social.
Na educação a tragédia social se repete. Milhares de crianças e jovens estão sem aulas por falta de professores. Há o risco de perder o ano letivo, pois muitas disciplinas não estão sendo ministradas. O motivo básico é falta de gestão e respeito a esse serviço básico tão importante que é a educação. Com isso temos um déficit de professores causado por uma baixa taxa de ingressantes (concursados) e um alto número de aposentadorias, além, é claro, da evasão. Professores ganhando abaixo de R$ 500!!! Estagiários de muitos cursos universitários ganham mais do que isso para trabalhar 4 horas por dia. Exercer uma função tão nobre como a de educador por ideologia, sem nem mesmo ter condições de arcar com despesas de transporte? Isso é querer demais.
E se não fosse o bastante ainda iniciamos o mês de maio com a triste imagem abaixo. A homenagem do nosso querido governador Sérgio Cabral à ex-governadora Rosinha Garotinho — cujo nome foi dado a uma ponte em Campos.
Chegamos, assim, ao fundo do poço. Até agora nota zero, Cabral.
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