quarta-feira, junho 25, 2008

Minha revolta é grande

Robert Mugabe é um ditador sanguinário que se mantém como presidente do Zimbábue impondo a política do medo na população e assassinando seus opositores. É uma praga que talvez tenha vindo ao mundo para que nos fosse permitido, mais uma vez, refletir sobre o quão desumano pode ser um "ser humano". Não muito tempo antes outro facínora se vez notar. Se olharem bem para o bigodinho do monstro que assola a África, verão uma semelhança com a besta que assolou a Europa décadas atrás, assassinando Judeus, Testemunhas de Jeová, Ciganos... Hitler.

Espero que aqueles que se dizem guardiões da paz mundial, defensores da democracia e dos direitos humanos, não se mantenham em seu típico estado de inércia silenciosa que permite que monstruosidades aconteçam e se agravem. Enquanto se discute, confortavelmente, se vale ou não a pena intervir.

Penso que Mugabe já cumpriu seu papel aqui. Deve sair. Ele tem mais de oitenta anos e, se a humanidade tiver sorte, irá morrer logo. Repito, sem receio de críticas, espero que ele morra., e rápido. Mas como a situação do Zimbábue é crítica, é bom que os países vizinhos e os membros da ONU tomem providências mais que urgentes de modo a extirpar esse bicho peçonhento do convívio humano. E que incluam no pacote aqueles que apóiam as atrocidades do monstro, acatando suas ordens e seguindo sua política de violência, intimidação e medo; pois são igualmente culpados.

E se palavras não bastam, uma imagem talvez possa sensibilizar quem quer que seja.

A criança na foto é uma das vítimas do que Mugabe tem a oferecer. Seu pai é (ou era) um opositor do governo. Suas perninhas, engessadas como podem ver na foto, foram quebradas pelos soldados de Mugabe.

quarta-feira, junho 18, 2008

Rio não é Colômbia

"(...) É bom que fique claro, muito embora ainda imaginem alguns estrategistas, que o Rio não é a Colômbia nem tampouco o Haiti. Nem sempre as mesmas soluções aqui se aplicam. A criminalidade do Rio é atípica, portanto caso de difícil e complexa solução. É necessário estar preparado técnica e psicologicamente para atuar de forma equilibrada para intervir em locais de difícil acesso, em morros e favelas, em presença de civis, respeitando os limites da lei e da legítima defesa, num quadro de legalidade ordinária, dentro de um estado democrático de direito."

Artigo de Milton Corrêa da Costa (Tenente Coronel PM do Rio e estudioso em segurança pública) publicado hoje no O Globo Online.

terça-feira, junho 17, 2008

Cadê a mão amiga nesse braço forte?

Algum dos objetivos:

- Colaborar com o desenvolvimento nacional e a Defesa Civil
- Desenvolver uma doutrina dinâmica, moderna e ajustada à realidade brasileira
- Manter-se permanentemente integrado à Nação
- Preservar a imagem junto à opinião pública e sensibilizar a sociedade quanto à importância da instituição para o País
- Preservar as tradições, a memória e os valores morais, culturais e históricos

Uma das missões:

- Como ação subsidiária, participar do desenvolvimento nacional e da defesa civil, na forma da Lei.

As (péssimas) notícias que refletem a realidade:

- Militares entregam três jovens moradores do Morro da Providência a uma facção rival a que atua naquela comunidade. Os jovens foram mortos.
- Militares acusados não se arrependem, dizendo que queriam dar um "corretivo" nos jovens.
- Militares acusados sabiam o que seria o provável destino dos jovens nas mãos da facção rival.

A realidade é que qualquer braço forte ou fraco, qualquer mão amiga ou inimiga, está associada(o) a uma mente construída e moldada pelas coisas boas e ruins que a sociedade oferece. Como qualquer ser humano é cheio de preconceitos, dúvidas, falhas de caráter, distorções éticas e morais (que, por vezes, são relativizados). Juntando tudo isso ao visível autoritarismo que parece compor o "ser" militar, temos tragédias como essa. Resta saber se criminosos serão tratados como tal. Resta saber se o fato será usado como exemplo para que não mais aconteça.

Fonte: Exército Brasileiro (objetivos e missão), O Globo Online, O Dia Online

segunda-feira, junho 16, 2008

Blogueiros censurados



Li a pouco uma notícia sobre o aumento do número de prisões de blogueiros. Denúncias, críticas, opiniões... tudo isso desagrada aos governantes que se sentem confortáveis com o poder (ditatorial) da canetada, da prisão injustificada, da repressão. Vejam o gráfico do relatório da WIA (World Information Access) que integra o texto Blogger Arrests.

Continuarei escrevendo, falando, pensando, refletindo, criticando, denunciando e, sempre que possível, postando tudo aqui.


Dia da Criança Africana

Hoje comemora-se o dia da criança africana. A data foi instituída em 1991 em Addis Abeba, Etiópia, pela Organização de Unidade Africana (OUA), em memória das crianças negras de Soweto, na África do Sul, massacradas num 16 de Junho de 1976 ao manifestarem-se pacificamente contra a política educacional do governo racista de então, mais expecificamente contra uma lei que os obrigava a terem aulas em africâner, a língua oficial do governo.


No movimento que ficou conhecido como o Levante de Soweto, o estudante Hector Petersen de 13 anos foi morto a tiro pelas forças do governo, tornando-se símbolo do movimento contra o racismo no país. Hector foi a primeira de muitas vítimas.

Hoje, a situação das crianças africanas continua trágica. As mortes continuam sendo contadas aos montes em Darfur, no Sudão. Mas não é apenas na África que as crianças, tidas como o futuro do mundo, sofrem no presente a que estão expostas. Da África do Sul às ruas do Rio de Janeiro, da Amazônia à Miamar, na Ásia, crianças são as principais vítimas da desumanidade daqueles que as deveriam proteger.



quinta-feira, junho 12, 2008

É Hoje
Gostaria de postar diretamente um vídeo, mas estou no momento sem acesso ao Youtube. Por isso, coloco aqui o link de uma postagem, desta mesma e especial data, que traz o vídeo. É só clicar aqui.

segunda-feira, junho 09, 2008

Com a palavra, Marina Silva

Publicado hoje na Folha de São Paulo

Em legítima defesa

(...) O Estado brasileiro criou medidas de proteção ambiental, muitas vezes em situações difíceis. Esse acúmulo alcança hoje limiar estratégico de inserção da variável ambiental no coração do processo de desenvolvimento. A sociedade entende esse momento, apóia, demanda. Diante disso, o Estado não pode se encolher diante do ponto a que ele mesmo chegou.
Movimentos retrógrados, saudosistas do tempo da terra sem lei, fazem pressões e recebem acenos de possíveis flexibilizações. Mas a sociedade bloqueia e restringe esses acordos. A Amazônia é o maior exemplo. A opinião pública mantém o debate, banca o combate ao desmatamento, dá suporte para a manutenção da lei do licenciamento e para a não-flexibilização da legislação ambiental.
(...)
Há agora uma discussão importante que resume tudo: é preciso dinheiro para implementar as medidas e normas criadas, porém a relatoria ambiental do Orçamento que está sendo discutido no Congresso foi entregue à bancada ruralista, cuja oposição às medidas de combate ao desmatamento é conhecida. Talvez tenha havido uma negociação para assegurar aos aliados a relatoria das agendas de aceleração do crescimento. E o meio ambiente parece não ter tido a mesma prioridade.
Boa parte do Estado ainda vê na política ambiental um mal necessário. Fala-se em compatibilizar desenvolvimento e meio ambiente, como se fossem adversários a serem conciliados. O Brasil não tem que compatibilizar, tem que buscar um crescimento econômico cuja concepção já contenha a conservação ambiental. Que não veja as áreas preservadas como partes "retiradas da produção" e, sim, como imprescindíveis à produção equilibrada e com alguma noção de bem público. Isso é possível? Se não for, para um país que ainda tem 60% do seu território com florestas, então é mesmo hora de aumentamos, em legítima defesa, nosso estado de alerta.
Pintando para limpar

Muito interessante. Cientistas da Alemanha inventaram uma tinta que imita o processo de fotossíntese das plantas. A tinta, já no mercado, é o resultado de uma pesquisa que durou cinco anos. Sob o efeito da luz, natural ou artificial, ela promove um reação que degrada ou reduz o nível de substâncias orgânicas nocivas no ar (mau cheiro, fumaça de cigarro, etc.). "A pintura consegue desintegrar substâncias como o monóxido de carbono, o formoldeído, o dicloroetileno, o benzeno e os óxidos de nitrogênio. E o faz de maneira que não contamina." Leiam matéria da Revista Envolverde.

domingo, junho 08, 2008

SkinBostas Tupiniquins

E eis que os miseráveis de espírito, desprovidos inteligência e humanidade, atacam novamente. Um bando de xexelentos com merda da cabeça, racista (e, como tal, imbecis), provavelmente filhinhos-de-papai no pior dos sentidos, promoveram mais um ato de barbárie. Foi em SP, nesta madrugada, segundo reportagem do portal Terra. Os energúmenos boçais de cabeça raspada atuaram como é característico de sua espécie (não podem ser considerados humanos, esses seres selvagens): covardemente. Estavam eles praticando seu esporte favorito - insultar negro - quando foram interrompidos por um policial à paisana. Como crianças mimadas que são impedidas de fazer travessuras, os despresíveis canalhas ficaram chateados e agrediram o policial com soco inglês, cano, chutes e pontapés. Esse não é o primeiro ato covarde desses cretinos. Os safados vêm fazendo das suas há muito tempo. Deve-se fazer justiça condenando-os e afastando esse tipo de fezes com cabeça raspada, tronco e membros do convíveo humano, pois fedem e espestiam o ambiente.
[Amazônia] Brasil

O Boom das ONGs desde 2002
O Brasil fechado à brasileiros
O descaso/descontrole do Estado
É sabido, é conhecido, é ignorado.
O perdedor é óbvio.
Mas quem estaria ganhando com isso?

Leia entrevista de Luiz Lessa sobre a atuação das ONGs na Amazônia ('as Ongs são estado paralelo na Amazônia'), publicada hoje no O Dia Online.

sexta-feira, junho 06, 2008

A intolerância belicosa da ministra

"Está cada vez mais evidente que o fogo é inimigo", foi a declaração da Ministra da Casa Senil, quer dizer, Civil à uma rádio sobre as acusações de que teria forçado uma barra junto à ANAC para que esta fizesse vista grossa no processo de venda da Varig e VarigLog. Leia reportagem na AE.

Destrinchando... peguemos duas palavras: fogo e inimigo. Fogo remete ao sentido belicoso, guerra, violência. Se está sendo "atacada", pode se defender atacando, armando, sem se preocupar com ética (coisa notoriamente ausente naquelas bandas). E inimigo? Bem, inimigo é quem não a está seguindo cegamente. Discordar, criticar, debater politicamente e, é claro, denunciar possíveis falcatruas é ser inimigo. Ou dá ou desce. Ministra pauleira, essa.
Fátima, exemplo e contraste

Esses dias estranhei a ausência de Fátima Bernardes no Jornal Nacional. Hoje fiquei sabendo o motivo: uma cirurgia num dos seios. O site da Patrícia Kogut, no O Globo Online, publica um texto ditado por Fátima que, seguindo orientações médicas, deve evitar certos esforços. Leiam parte do texto abaixo.

(…) Na noite de 20 de maio, uma terça-feira, ao me preparar para dormir, notei uma manchinha quase transparente no sutiã - exatamente na direção do mamilo esquerdo. Era a quantidade de uma gotinha, não mais do que isso. Fiquei preocupada e liguei imediatamente para a minha ginecologista. Ainda bem. (…) Fui encaminhada a um especialista em ultra-sonografia, que notou a dilatação ductal (é este o nome do problema). No mesmo dia, quarta-feira, saí do ultra-som já com hora marcada num mastologista. O médico me examinou, avaliou todos os meus exames e me pediu outros tantos. Exames de sangue, ressonância magnética.
Na semana seguinte, já com os esses dados, o mastologista me explicou que tudo indicava se tratar de um problema benigno. Que havia uma multiplicação de células nos dutos, mas células "típicas". Isso é bom. Significa que as células não apresentavam anomalia nenhuma - e que esta é uma característica sinalizadora de benignidade. Mas o médico me explicou que, pelo sim pelo não, a indicação, em casos assim, é de extração dos dutos mamários para a análise patológica e para evitar futuras inflamações recorrentes na mama. E fui encaminhada ao meu clínico, que conduziu os exames de risco cirúrgico, sempre necessários antes de uma operação.
Na última quarta-feira, dia 4, em questão de 90 minutos, o médico extraiu os dutos mamários e o cirurgião plástico se encarregou de evitar que a mama ficasse com alguma seqüela estética. Voltei para casa no mesmo dia com um curativo - e a recomendação de evitar movimentos laterais com o braço esquerdo. Repouso e cuidado foram os conselhos básicos - que tenho cumprido religiosamente desde então. Já na noite da quinta-feira,dia 5, o resultado do exame patológico assegurou que o problema era benigno. Foi tudo muito rápido, preciso e oportuno.
(…) Clique aqui para ler a íntegra.

O simples ato de expor seu problema, os procedimentos, o medo, e tudo o mais, faz com que Fátima Bernardes seja um exemplo.

O contraste a que me refiro no título aparece quando comparamos todo o processo - de acompanhamento e ação de profissionais de saúde, com recursos para que, entre a percepção de algo diferente e a cirurgia, transcorresse apenas 15 dias - com a grande maioria da população feminina que fica a mercê do desserviço público de saúde.

Não se trata aqui de uma comparação rancorosa ou invejosa. Longe disso. O intuito é refletir, “Trocando uma idéia sobre tudo”. Admiro a profissional Fátima Bernardes e, apesar de não conhecê-la pessoalmente, me parece uma boa pessoa, merecedora de coisas boas, de saúde, de paz. O que sempre me chama atenção é que os recursos para detecção/diagnóstico e tratamento existem. Incluindo a boa vontade e competência profissional, a disponibilidade (por vezes o médico que atende no particular é o mesmo que atende no público). Será tão impossível que não possa haver o mesmo para todas as brasileiras? É bem provável, isso não ficou claro, que o tratamento tenha sido conduzido pela via particular. (*) E como comparações são inevitáveis, isso mostra, de forma categórica, toda a incompetência da gestão do sistema de saúde pública. Incompetência essa que é agravada pela política de ignorância promovida em todas as instâncias do poder público, pelo ranço de “servidor público” como sinônimo de mal servir, pela corrupção endêmica e impune, e por todo um processo que parece ter se enraizado de forma a nos fazer acreditar que é assim mesmo, essa é a vida…

Que a Fátima Bernardes se recupere rapidamente e volte a iluminar o telejornal da noite com sua presença. E torço também, assim como creio que ela torce, para que o bom atendimento, a competência, a diligência profissional e os recursos de análise/diagnóstico e tratamento sejam mais comuns.

(*) Algumas observações: Existem hospitais públicos considerados referência e reconhecidos internacionalmente; os recursos a que Fátima teve acesso em um provável hospital particular muito provavelmente custaram menos do que algumas porcarias ultrapassadas e superfaturadas que muitas vezes nem chegam a ser desembaladas para uso em hospitais públicos (corrupção, descaso, incompetência, impunidade, desumanidade); existem diplomados (não os consigo chamar de médicos, muito menos profissionais) que atendem muito bem em hospitais privados onde seus “clientes” são igualmente seus “iguais” e, nas horas que cumprem carga horária em unidades públicas de atendimento atuam como se estivessem lidando com “coisas” que não merecem atenção, nem educação, nem um olhar; que me desculpem os médicos e profissionais de saúde competentes e humanos, pois sei que existem, o que falo é de experiência própria, não é invenção.

Fátima foi diagnosticada como tendo uma dilatação ductal, que também é conhecida como ectasia ductal e pode ser definida como “a dilatação dos ductos terminais que ficam embaixo da aréola. A formação do nódulo doloroso geralmente ocorre em fases mais tardias, com ou sem retração da pele que circunda a aréola. Pode ocorrer também saída de líquido e inversão do mamilo. É uma doença mais comum em mulheres próximas à menopausa e que amamentaram. O tratamento é a retirada do tecido mamário envolvido se houver incômodo para a paciente.” Se possível, divulguem, pois considero importante conhecer.

"Integridade é fazer o certo, mesmo que ninguém esteja vigiando."

"Integrity is doing the right thing, even if nobody is watching"

"La integridad es hacer lo correcto aunque nadie nos esté mirando"


Jim Stovall
O fator Dilma

Mãe do PAC (Plano para Acobertar os Corruptos), "Homem" forte do governo, provável candidata à presidência, blindado em forma de ministra, a poderosa chefona... Assim como roubo não é roubo, é equívoco e dossiê não é dossiê, é banco de dados, favorecimento, conluio e outras maracutarias provavelmente não são o que parecem. E assim vemos como essa inacreditável pessoa consegue se safar de tudo. Rebatendo tudo o que nos parece mais que provado, se indignando com provas (que concluem, mostram, provam). É impressionante.
Charge: Novaes - Jornal do Brasil
Roubar não é crime

Isso mesmo. Pelo menos para o governo e parlamentares. O roubo de dinheiro público é tão somente um "equívoco", se cometido por aliados, e no máximo um "erro grave" se ato da oposição. É o que concluí o relatório da CPI dos cartões. Leia aqui ou aqui.
Assim eu fico cada vez mais confuso. Antigamente roubo era crime, pecado, coisa feia, algo que não se devia fazer. Hoje não. É equívoco. Fica difícil educar as crianças. Mas difícil ainda é imaginar um país melhor no futuro sem os devidos bons exemplos no presente.

terça-feira, junho 03, 2008

A estupidez de um grupo medíocre

Ontem, no bairro do Catete, Rio de Janeiro, um grupo de quatro imbecis se dizendo enviados de 'deus' (isso, aqui eu coloco 'deus' em minúsculas, pois esse deus não pode ser comparado com DEUS) invadiram e depredaram o Centro Espírita Cruz de Oxalá. Segundo notícia, o Centro mistura conceitos de religiões afro-brasileiras e do kardecismo.

A visão negativa que as religiões afro-brasileiras têm está diretamente ligada ao racismo existente na sociedade, que se manifesta algumas vezes de maneira sutil, outras nem tanto. Os ensinamentos de Allan Kardec também não são lá muito aceitos, apesar de associados a nomes ilustres em todas as camadas sociais, como Chico Xavier.

Eis que a harmonia, a liberdade, a procura de um caminho físico e espiritual melhor, de paz, faz com que ambas as crenças se unam. É como entendo o Centro, apesar de não conhecer, pelas poucas informações lidas.

Eis também que dois pares de imbecis, em toda sua cretinice estúpida, juntando todo seu preconceito, ódio, cegueira, ausência (de bondade, de amor, de clareza, de consciência, de inteligência...) e dizendo-se enviados de um tal 'deus', aparecem para tentar desarmonizar o lugar. Aparecem para externar seu ódio, seu preconceito, sua intolerância.

A cadeia seria um bom destino para os quatro. Lá é o lugar para os incapazes (de viver em sociedade, de conviver como seres humanos, de respeitar o outro).

À senhora Edimar Moreira, dona do Centro, resta a solidariedade deste que, embora não freqüente ou siga as doutrinas de Kardec ou cultos afro-brasileiros, sabe respeitar e reconhecer sua importância, beleza e força. Espero que tudo seja reconstruído, embora o mais importante creio não ter sido tocado: sua Fé.
Foto: Fernando Quevedo/O Globo

domingo, junho 01, 2008

A criança em seu mundo

Estava eu procurando produções desse grande filósofo e educador que é o professor Mário Sérgio Cortella e eis que me deparo com um vídeo de uma palestra sua. O título é A crinça em seu mundo e foi exibida no programa Café Filosófico, produção da TV Cultura e hoje disponível na Internet.

Considero uma palestra das mais importantes, não só para educadores, seu foco, mas para todas as pessoas, independente de terem ou não filhos, para que pensem de forma mais aprofundada sobre o que vivemos e estamos construindo. Lembrando que somos produtos e, também, produtores de nossa sociedade, daí a grande responsabilidade que não pode ser delegada tão somente à políticas de Estado quando se fala em educação.

Recentemente escrevi algo sobre o papel da televisão, com seu desserviço à educação. Também escrevi sobre a intenção bastante aplaudida do governo em por internet em todas as escolas - quando vemos que existem escolas que não possuem o básico - como se o acesso à rede fosse a salvação da lavoura (*). Assim com o já refleti aqui sobre a ignorância ser uma política de Estado, tendo em vista essas políticas imbecis e imbecilizantes. Mas essa palestra, feita para educadores, vai além da crítica aos governos. Traz para as relações pessoais, que começam em casa, o papel fundamental na formação das pessoas. Detalhe de suma importância ao se pensar em "educar", "ensinar"... São questões simples, como poderão ver, mais que por vezes nem notamos e vamos contribuindo para a construção desse tipo de evolução às avessas, espécie de involução voluntária.

(*) À propósito, o professor escreveu recentemente um artigo onde comenta esse maravilhamento com a internet. Diz ele: "Informação é diferente de conhecimento. Por isso é uma armadilha, que hoje se utiliza em excesso, colocarmos, por exemplo, a internet como um grande meio de acesso ao conhecimento. Não é. A internet é um grande meio de acesso à informação. Transformar informação em conhecimento exige um passo adicional. A maior parte das pessoas se maravilha, com toda razão, com a internet porque ela é, sem dúvida, o mais brilhante e eficaz meio que nós dispomos para a repartição da informação. Mas de nada adianta você ter a internet como ferramenta se você não souber o que deseja, qual é o lugar onde você quer chegar." - O Conhecimento e o Sabor do Saber. DOM - Revista da Fundação Dom Cabral, v. JUN 08, p. 86-89, 2008. Clique aqui para baixar ou, caso não consiga, é só falar.

As palavras sempre bem colocadas de Cortella nos fazem refletir sobre questões das mais diversas em termos de educação, de formação pessoal, de futuro, de esperança, que como ele bem lembra citando seu mestre Paulo Freira, aqui não trata de uma esperança do verbo esperar, e sim do verbo esperançar.

De acordo com o educador Mário Sérgio Cortella, nós estamos sacando o futuro por antecipação. Significa que nós estamos gastando os meios que permitiriam a existência de próximas gerações. Segundo sua análise, nós anunciamos às crianças: Não haverá futuro, não haverá meio ambiente, não haverá segurança, não haverá trabalho. Vocês não têm presente!? A criança tem o mundo da imaginação, da poesia, da fábula, da infância, e muitas vezes, os adultos não conseguem entrar nesse mundo. Mas, segundo o próprio educador, é preciso criar relações mais próximas com as crianças e saber quais são as suas necessidades e desejos para que possamos formar cidadãos conscientes e atuantes. O programa traz ainda a participação da atriz Maria Luisa Mendonça que interpreta o poema "Verbo Ser", de Carlos Drummond de Andrade e texto de Carl Jung.



A menina no mercado

Havia uma menina no mercado. Devia ter uns 12 anos. Talvez menos. Estava atrás de mim no caixa. Tinha dois pacotes de macarrão instantâneo n...