3) Eleições: minhas percepções
O exercício da cidadania, o acontecimento característico da democracia, se deu num ambiente poluído por aproveitadores, imbecis, inescrupulosos que consideram a totalidade da população como massa de manobra. O que se viu nas ruas e na televisão foi algo asqueroso, de dar nojo. A começar pelo presidente da República em campanha apoiando o atual prefeito de Duque de Caxias (que, aliás, teve o que merece nas urnas e deverá desocupar o cargo esse ano). Luiz da Silva, ao lado do prefeito daquela cidade, apresentou um novo hospital como se fosse um presente para o povo. Caramba! O que está acontecendo afinal? Em breve, os motoristas que pararem no sinal vermelho serão aplaudidos, uma vez que, embora estejam fazendo o que devem, será algo raro. É como presentear uma criança por esta passar de ano. O Hospital não é um favor ou presente. É nada mais que a obrigação do prefeito, zelar pela saúde da população. População essa que paga seus impostos e espera o mínimo. E numa cidade com um dos maiores PIBs do país (graças à mãe Petrobras).
Outra coisa são os apelidos esdrúxulos cada vez mais recorrentes nas eleições. Parecem fazer troça dos eleitores e do próprio pleito. Fulano da padaria, beltrano da farmácia, sicrano de alguma outra loja. Pensei que fosse algo somente do Estado Rio, no caso das eleições para prefeito, mas uma simples consulta no portal da Justiça Eleitoral mostra que esse triste fenômeno ocorre em todo o país.
O exercício da cidadania, o acontecimento característico da democracia, se deu num ambiente poluído por aproveitadores, imbecis, inescrupulosos que consideram a totalidade da população como massa de manobra. O que se viu nas ruas e na televisão foi algo asqueroso, de dar nojo. A começar pelo presidente da República em campanha apoiando o atual prefeito de Duque de Caxias (que, aliás, teve o que merece nas urnas e deverá desocupar o cargo esse ano). Luiz da Silva, ao lado do prefeito daquela cidade, apresentou um novo hospital como se fosse um presente para o povo. Caramba! O que está acontecendo afinal? Em breve, os motoristas que pararem no sinal vermelho serão aplaudidos, uma vez que, embora estejam fazendo o que devem, será algo raro. É como presentear uma criança por esta passar de ano. O Hospital não é um favor ou presente. É nada mais que a obrigação do prefeito, zelar pela saúde da população. População essa que paga seus impostos e espera o mínimo. E numa cidade com um dos maiores PIBs do país (graças à mãe Petrobras).
Outra coisa são os apelidos esdrúxulos cada vez mais recorrentes nas eleições. Parecem fazer troça dos eleitores e do próprio pleito. Fulano da padaria, beltrano da farmácia, sicrano de alguma outra loja. Pensei que fosse algo somente do Estado Rio, no caso das eleições para prefeito, mas uma simples consulta no portal da Justiça Eleitoral mostra que esse triste fenômeno ocorre em todo o país.
A poluição completa o quadro vergonhoso. Parece que a cada ano o volume de lixo cresce nas eleições. Panfletos, santinhos, outdoor, carros de som. Apesar de ter visto esse tipo de sujeira em outras votações, fiquei assustado com o que vi.
E com o que ouvi também. Principalmente a demonstração da alienação da juventude, o que assusta ainda mais. Explico e conto. Estava eu voltando de Mesquita, de ônibus. Uma menina sentou no banco de traz e, como bem que poderia deixar de ser, sacou seu comunicador. O bate-papo com o interlocutor, que esses ouvidos captaram, foi sobre a eleição e, me presenteou com algumas pérolas pavorosas, tais como: “peguei um papelzinho no chão e resolvi dar uma moral pro cara”, “O nome? Ah, nem lembro!”. Pela conversar, era a primeira vez que a cidadã ia às urnas. Pensei comigo: haverá futuro? Qual?
Mas algo positivo ocorre. Minha irmãzinha de catorze parece estar consciente da importância da ocasião e das responsabilidades não só de quem vota, mas de quem é eleito. Outro ponto positivo foi a condução de Fernando Gabeira ao segundo turno na cidade do Rio de Janeiro. Espero que o futuro seja assim, com boas possibilidades.
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