quinta-feira, maio 15, 2008

Ambientalismo, um palavrão

Parece que há uma contradição entre ambientalismo e desenvolvimentismo. E tal contradição, em minha opinião, é criada e alimentada de forma premeditada por aqueles que visam um desenvolvimento nada sustentável, a qualquer custo.

Estava lendo hoje a coluna Coisas de Política do JB, onde Rodrigo de Almeida comenta essa tal contradição, ou dilema de um governo que se vê (ou melhor, se acha) dividido entre objetivos de desenvolvimento e responsabilidades ambientais. No texto, Rodrigo cita o exemplo da China, que, apesar de sinais de mudança, parece ter seu crescimento pautado numa agressão ao meio-ambiente que torna o ar de algumas se suas cidades quase que irrespirável. O Brasil teria, segundo o autor, o benefício de poder olhar a China como exemplo.

Muito se fala que por aqui existem mudanças positivas, mais o grau de mudança e a velocidade com que são implantadas parecem não ser suficientes. O discurso vai para um lado e a prática para outro. A saída da Senadora Marina Silva do ministério do Meio Ambiente sinaliza que o governo não tolera "barreiras" em seu programa de crescimento. Li várias declarações de pessoas do governo que falam de Marina como uma radical, um empecilho. O termo "ambientalista" é usado quase como um palavrão. Ambientalistas, para tais críticos, são os radicais, algumas vezes chatos, que impediriam ou atrapalhariam o crescimento do país.

A vaga parece ter sido confirmada para outro "ambientalista". Esse com posturas que até então me agradam no Rio de Janeiro, apesar de parecer gostar de aparecer demais. A pergunta que fica é: será que Minc continuará sendo o Minc que foi até aqui. Ou, estando em campo, jogará conforme as regras que parecem estar estabelecidas.

Para Marina, um pedido: no Senado, por favor, continue sendo ambientalista.

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