A continuidade da web e o acesso à informação
Em Março deste ano escrevi duas postagens sobre acesso e preservação da informação em meio digital. Ambas relacionadas com os links, endereços de internet (web sites) que nada mais são que uma referência, um meio de acesso a uma informação armazenada na Internet.
Em Março deste ano escrevi duas postagens sobre acesso e preservação da informação em meio digital. Ambas relacionadas com os links, endereços de internet (web sites) que nada mais são que uma referência, um meio de acesso a uma informação armazenada na Internet.
A primeira postagem foi sobre informações que não mais estavam acessíveis uma vez que seus links haviam sido alterados ou removidos. E, quando no segundo caso, sem recurso de redirecionamento automático para o novo “local”; algo relativamente simples para os informáticos. O título da postagem é Link perdido, acesso comprometido.
A segunda postagem foi um exemplo prático da primeira. Naquela mesma época, os jornais International Herald Tribune e o NY Times se “fundiram”, prevalecendo o segundo. Naqueles dias, todos os links de reportagens (todos as referências de documentos) do IHT – e eu tinha alguns – eram direcionados para a página principal do NY Times. É como se a ficha de um livro numa biblioteca lhe conduzisse sempre a recepção dessa instituição, agora com outro nome. O título da postagem é Péssimo exemplo.
Pois bem. Hoje, li uma matéria sobre o projeto do Arquivo Nacional da Inglaterra (The National Archives – UK) chamado Web Continuity (algo como Continuidade Web). O projeto, a ser lançado oficialmente no próximo mês, é de grande importância no âmbito da preservação digital de arquivos públicos.
O Web Continuity foi apresentado em Dezembro de 2008 por Amanda Spencer, chefe do projeto, na 4ª Conferência Internacional de Curadoria Digital (4th International Digital Curation Conference) , evento organizado pelo DCC (Digital Curation Centre) . O trabalho, entítulado UK Government Web Continuity: Persisting access through aligning infrastructures (Persistindo o acesso através de alinhar as infra-estruturas) pode ser lido aqui.
Spencer faz um comentário interessante, que nos faz pensar na origem dessa cultura de não se preservar o link. “Quando foi criada, a internet era considerada como efêmera. As páginas web não eram vistas como documentos que precisavam ser preservados.” Hoje sabemos que muitos documentos importantes, para a administração pública, por exemplo, só existem em meio digital com acesso via internet. Garantir esse acesso é garantir não somente o funcionamento adequado do Estado, mas a nossa cidadania.
A propósito, buscando referências antigas de matérias do antigo International Herald Tribune, posso ver que o redirecionamento automático foi enfim implantado. Ponto para o grupo NY Times. A web continua!
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