quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Campanha da Fraternidade

A CNBB lançou esta semana a Campanha da Fraternidade 2009, que tem como tema Fraternidade e Segurança Pública e como lema A paz é fruto da justiça. Vejam abaixo a reportagem no Jornal Nacional, exibida ontem.

A primeira coisa que me veio a mente foi a situação em Mesquita. Ex distrito de Nova Iguaçu, emancipado há aproximadamente uma década, a cidade, a meu ver, sofre uma degradação em muitos sentidos. O principal é a questão da violência e do ambiente de insegurança que se instaurou. Não posso dizer que seja algo novo em Mesquita. Já nos meus tempos de criança eventos violentos aconteciam. A diferença é a aceitação, a acomodação, a indiferença que tais eventos dispertam. Parece não mais haver indignação, a não ser quando a violência bate a sua porta.

Lembrei de Mesquita pela quantidade de igrejas e templos religiosos que lá se instalaram. Sejam manifestações de fé de matriz Africana (Umbanda e Candomblé), Templo Espírita, Testemunhas de Jeová, paróquias (Igreja Católica) e inúmeras Igrejas Evangélicas (as chamadas neopentecostais)... E me parece que todas estão falhando num aspecto, o da conscientização e envolvimento, que propõe a campanha.

O que percebo é uma apatia quase que generalizada. As pessoas pregam sua crença até em gírias. Usam sua fé ou, na maioria das vezes, o fato de frequentarem uma Igreja (o que não é a mesma coisa) como algo que as coloca num pedestal, numa redoma que as redime de todos os pecados, que as isenta de todas as responsabilidades. Tudo o que acontece a sua volta parece não ter importância ou impacto em sua vida. Não se dão conta que vivemos numa sociedade. Como se suas vidas estivessem construídas em duas ilhas (sua casa e o tempo religioso que frequentam).

E quando não é apatia, indiferença, fala-se em silêncio e justificam-no com um sentimento, o medo. O medo não é mais desculpa para o silêncio. Essas mesmas pessoas hoje têm acesso outros meios de se expressar. Por isso penso ser importante a abordagem da campanha da CNBB que, no Texto-base resume, num dos objetivos, o que penso.

Desenvolver nas pessoas a capacidade de reconhecer a violência na sua realidade pessoal e social, a fim de que possam se sensibilizar e se mobilizar, assumindo sua responsabilidade pessoal no que diz respeito ao problema da violência e à promoção da cultura da paz.

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