quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Uma maçã podre pode estragar todo o cesto


Ontem (31/01) aconteceu, como já era de se esperar, um protesto contra o fim do cheque-cidadão. Segundo reportagem do O Dia, cerca de 300 pessoas fizeram a manifestação em frente ao Palácio Guanabara. Uma manifestação democrática e bem organizada, que suscitou uma pergunta interessante do novo governador fez uma pergunta interessante: “Queria saber quem pagou os ônibus"?

Não sou contra o auxílio para as pessoas que precisam. Ainda mais numa sociedade assolada pela corrupção, com canalhas “trabalhando” de forma a manter boa parcela da população como está: pobre e sem perspectiva.

Mas, assim como existem tais canalhas, existem também os que se aproveitam de uma política de distribuição de renda ou inclusão social (o que essa não é) para ganharem um dinheirinho extra. Pessoais que se inscrevem nesses programas não porque precisam naquele momento, como muitos realmente precisam, mas para aumentar sua renda em R$ 100, podendo assim investir seu dinheiro em outras prioridades (DVD, TV, cerveja, festas, etc.). Não se enganem, pois isso acontece bastante.

Enquanto isso, juntando falhas no programa (mais especificamente na questão das inscrições/cadastro) e a má fé de alguns, um número bastante alto de brasileiros não têm o que comer. E isso sem contar aqueles que estão fora das estatísticas.

Uma maçã podre (os canalhas e aproveitadores) estragando todo o cesto (o programa e sua importância para a vida de muitos). Mas isso não deve ser motivo para tirar o “peixe” da rede daqueles que precisam, até porque à maioria não foi ensinado o ofício da pesca e, mais freqüente, não foi dada a oportunidade de pescar.

Pelo que me informei, o cancelamento do programa Cheque-cidadão se dá juntamente com uma revisão do cadastro de beneficiários (de 94 mil, 10% estão sob suspeita, segundo reportagem do jornal Tribuna da Imprensa relatando “análise feita nos últimos 30 dias pela Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do Estado, comandada pela ex-governadora e ex-ministra da Assistência e Proteção Social Benedita da Silva”) e a incorporação dessas pessoas num programa similar, mas federal, o Bolsa Família. Isso, a meu ver é coerente, uma vez que elimina (?) a possibilidade de uma pessoa se beneficiar de dois programas, o que também acontece.

Pelo que pude perceber, os programas sociais implantados no Rio trouxeram algo de bom e imediato: pessoas tendo possibilidade de adquirirem seu alimento (?); mas também cria algo de ruim, como um presente de grego, uma vez que retirou recursos da saúde. Com isso, o atendimento a essa mesma população ficou extremamente comprometido.

Tudo seria fácil se não fossem as dificuldades” – Barão de Itararé

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