Como não poderia deixar de ser, esse post está relacionado à atrocidade cometida a uma criança aqui no Rio de Janeiro. O fato ocorreu há pouco mais de uma semana e ocupa a imprensa nacional que exibe detalhes, manifestações, análises, repercussões, etc. Não me focarei no caso em particular, essa não é minha intenção como podem ver no título. Gostaria apenas de lembrar alguns dos crimes hediondos que ocorreram nos últimos anos, com repercussões similares às suscitadas pelo que ocorreu a essa criança.
Antes, porém, cito uma explicação do psquiatra José Outeiral sobre banalização que vi numa reportagem sobre Ética e indiferença, do Fantástico. “O que é a banalização? Se um de nós se deitar hoje à noite, ouve o tic tac do relógio durante poucos segundos. Num determinado momento, desapareceu o tic tac. Sempre que alguém é exposto a um estímulo repetido, semelhante, banaliza, não se percebe mais”. Parece-me que o crime, o desrespeito a vida, está banalizado.
O primeiro que cito é o caso da jovem atriz Daniela Perez, assinada em 1992 pelo seu “colega de trabalho”, de forma fria, violenta, bárbara. As manifestações chegaram até a cúpula do poder político brasileiro. O resultado mais marcante, pelo menos em minha opinião: o assassino está solto, vivendo sua vida normalmente, trabalhando, estudando, casando, como um cidadão comum. Importante citar que a partir daí, “o homicídio qualificado (praticado por motivo torpe ou fútil ou cometido com crueldade) passou a ser incluído na Lei dos Crimes Hediondos, que não permite pagamento de fianças e impõe que a pena deva ser cumprida integralmente em regime fechado”. Mas parece que a impunidade continuou.
Em 1997, alguns jovens de “boa família” atearam fogo em Galdino Jesus dos Santos, índio Pataxó, enquanto este dormia em um ponto de ônibus em Brasília. A pressão popular foi essencial para houvesse um julgamento, isso porque os assassinos tinham (têm) parentes bem posicionados. Um menor estava envolvido e, pelo que li, já estaria solto há bastante tempo.
A menina Gabriela Prado Maia Ribeiro foi morta durante um assalto numa estação de metrô em 2003. Ela tinha 14 anos.
Em Dezembro de 2006, o empresário Jonas Eduardo Santos de Souza, foi morto por um segurança dentro de uma agência do Banco Itaú, no Centro do Rio. Crime banal e possivelmente com motivações raciais.
Bem, são alguns casos que tiveram, em maior ou menor grau, alguma repercussão na imprensa. Mas todos geraram algum tipo de discussão que parece ter esmaecido com o tempo. Silêncio.
Esse ano foi com o menino João Hélio de 6 anos, vítima mais recente da banalização da vida. Numa matéria de Alexandre Garcia, ele diz uma coisa muito interessante, o “fundo do poço já está muito acima de nós”.
É preciso dar continuidade à luta contra a criminalidade (que não passa pela simples diminuição da maioridade) e é preciso acabar com a impunidade de quem comete o crime. Um minuto de silêncio, no intervalo duma partida de futebol, num desfile de escola da samba, num plenário, etc. não bastará para devolver o sentido de humanidade e respeito à vida a nossa sociedade.
Algumas das “possíveis” soluções para isso esbarram em interesses de pessoas que fazem muito barulho para receberem nosso voto, silenciando a sociedade através de uma política de ignorância, desigualdade e desrespeito.
Mas como dizem… é Carnaval!
Antes, porém, cito uma explicação do psquiatra José Outeiral sobre banalização que vi numa reportagem sobre Ética e indiferença, do Fantástico. “O que é a banalização? Se um de nós se deitar hoje à noite, ouve o tic tac do relógio durante poucos segundos. Num determinado momento, desapareceu o tic tac. Sempre que alguém é exposto a um estímulo repetido, semelhante, banaliza, não se percebe mais”. Parece-me que o crime, o desrespeito a vida, está banalizado.
O primeiro que cito é o caso da jovem atriz Daniela Perez, assinada em 1992 pelo seu “colega de trabalho”, de forma fria, violenta, bárbara. As manifestações chegaram até a cúpula do poder político brasileiro. O resultado mais marcante, pelo menos em minha opinião: o assassino está solto, vivendo sua vida normalmente, trabalhando, estudando, casando, como um cidadão comum. Importante citar que a partir daí, “o homicídio qualificado (praticado por motivo torpe ou fútil ou cometido com crueldade) passou a ser incluído na Lei dos Crimes Hediondos, que não permite pagamento de fianças e impõe que a pena deva ser cumprida integralmente em regime fechado”. Mas parece que a impunidade continuou.
Em 1997, alguns jovens de “boa família” atearam fogo em Galdino Jesus dos Santos, índio Pataxó, enquanto este dormia em um ponto de ônibus em Brasília. A pressão popular foi essencial para houvesse um julgamento, isso porque os assassinos tinham (têm) parentes bem posicionados. Um menor estava envolvido e, pelo que li, já estaria solto há bastante tempo.
A menina Gabriela Prado Maia Ribeiro foi morta durante um assalto numa estação de metrô em 2003. Ela tinha 14 anos.
Em Dezembro de 2006, o empresário Jonas Eduardo Santos de Souza, foi morto por um segurança dentro de uma agência do Banco Itaú, no Centro do Rio. Crime banal e possivelmente com motivações raciais.
Bem, são alguns casos que tiveram, em maior ou menor grau, alguma repercussão na imprensa. Mas todos geraram algum tipo de discussão que parece ter esmaecido com o tempo. Silêncio.
Esse ano foi com o menino João Hélio de 6 anos, vítima mais recente da banalização da vida. Numa matéria de Alexandre Garcia, ele diz uma coisa muito interessante, o “fundo do poço já está muito acima de nós”.
É preciso dar continuidade à luta contra a criminalidade (que não passa pela simples diminuição da maioridade) e é preciso acabar com a impunidade de quem comete o crime. Um minuto de silêncio, no intervalo duma partida de futebol, num desfile de escola da samba, num plenário, etc. não bastará para devolver o sentido de humanidade e respeito à vida a nossa sociedade.
Algumas das “possíveis” soluções para isso esbarram em interesses de pessoas que fazem muito barulho para receberem nosso voto, silenciando a sociedade através de uma política de ignorância, desigualdade e desrespeito.
Mas como dizem… é Carnaval!
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