sábado, maio 14, 2011

A BN e Eu

Hoje parece que resolvi relembrar escritos passados. A exemplo da postagem abaixo sobre o "dia seguinte" ao 13 de maio, ao ler notícia sobre os 200 anos da Biblioteca Nacional não pude deixar de recordar um texto que escrevi há dois anos sobre o que considerei (e considero) barreiras de acesso à informação (e a cultura, e ao saber, e ao conhecimento...). Leia aqui.

Há alguns meses, fuçando no Google Street View, eu passeei pela Quinta Avenida, em Nova Iorque. Como estava de bobeira, parei em frente ao número 455 e fiquei olhando para a Biblioteca Pública daquela cidade. Foi inevitável pensar numa outra biblioteca, a Nacional. Esta fica num outro número, o 219, de uma outra avenida, a Rio Branco. De uma outra cidade, de um outro país. Não fica tão longe, embora distante como exponho em minha crítica.

Me chamou a atenção o movimento em frente a biblioteca de NY. Pessoas e mais pessoas, vida. Fiz uma rápida pesquisa para conhecer melhor e fiquei impressionado ao ler numa matéria no Estadão que, em 2009, aquela biblioteca pública havia recebido cerca de 40 milhões de visitas!

Não faço ideia do número de pessoas que visitam a Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro. E são muitas as variáveis que poderiam desmistificar a imagem de ambas as instituições expostas no Google no que se refere ao "movimento" de pessoas. Uma delas poderia ser o dia da semana, ou mesmo o horário em que o registro foi feito. Porém, não posso deixar de pensar na política de acesso e, por que não dizer, no fortalecimento de uma "cultura de biblioteca" tanto na Cidade Maravilhosa como na The Big Apple.

Há poucos dias, durante um passeio cultural pelo Centro do Rio de Janeiro, estávamos na Cinelândia. Ali, cercados de belas obras arquitetônicas, vemos uma turma de formandos com suas indumentárias posando para a "foto de formatura" (aliás, a palavra formatura denota algo tão conclusivo, quando deveria designar apenas mais um passo). Bem, o grupo, após posar nas escadarias do Theatro Municipal, atravessou a rua para aproveitar outro pano de fundo, as escadarias da Biblioteca Nacional.

Venenoso como sempre, não contive o comentário: "olhe, talvez seja a primeira e única vez que todos ali, ou a maioria, estiveram naquela biblioteca". Falei outros absurdos (?), mas lhes pouparei.





Simbolicamente, aquele pequeno muro ao subir as escadarias da "nossa" biblioteca dizem sobre a questão do acesso. Veem algum na "deles"?


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