quinta-feira, abril 22, 2010

Ganhar todas as eleições possíveis

O presidente da Venezuela tem a linguá solta, isso todos sabem. E, nas muitas palavras que profere, vai nos permitindo conhecê-lo melhor. Qualquer semelhança com o "nosso" Luiz da Silva é mera coincidência... ou não. Chaves hoje nos brindou com mais uma aula sobre si mesmo. Numa declaração direcionada aos membros da ALBA (La Alianza Bolivariana para los Pueblos de Nuestra América), instigou-os a ganhar "todas as eleições possíveis para não dar trégua a direita imperialista". Isso, é claro, em tom de ordem. Leia a matéria aqui.

Sempre que esse cômico (porém perigoso) sujeito fala em imperialismo me dá vontade de rir. Afirmando que, a despeito do fracasso do que chamou de "experiência" Soviética, conclui que o Socialismo é o caminho para o mundo sair do caos. Destaquei três frases para comentar rapidamente.

"Socialismo o muerte esa es la consigna que debe impulsarnos a la batalla de todos los días en lo individual y en lo colectivo"

Socialismo ou morte... O Socialismo de Chaves, como vemos, é uma causa de morte. Gostaria de saber a quem caberá esse decisão. A cada declaração ele deixa claro a opção de quem não concorda com ele.

"Nosotros derrotaremos ahora sí al imperialismo y al capitalismo y salvaremos la vida en este planeta"

Mais uma vez o imperialismo. Dessa vez junto com o capitalismo. Prato cheio! Para quem não sabe, o país presidido pelo cavalheiro é um dos maiores exportadores de petróleo do mundo. A comercialização do commodity que ajudar mover a máquina "imperialista", por acaso, seria uma atividade ou característica Socialista?

"Tenemos que seguir aglutinando fuerzas, dando la batalla de las ideas, por eso la importancia tan grande de la convocatoria que ha hecho Evo Morales"

Ele praticamente domina o espaço televisivo na Venezuela. Interfere em todos os veículos de comunicação, como não poderia deixar de ser esse aprendiz de revolucionário. Ainda tem a cara-de-pau de falar em batalha de idéias?! Que ele sabe o que é isso, tenho certeza. Mas se respeita, deixa todas as dúvidas. A batalha de idéias, entendida como liberdade de opinião (e por que não de expressão?) não parece ser algo defendido por este senhor. Será que as armas que ele comprou da Rússia são destinadas a tal batalha?

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