sábado, novembro 01, 2008

A postagem a seguir começou a surgir após a leitura do artigo How we fuel Africa's bloodiest war (Como abastecemos - ou alimentamos, ou estimulamos, ou financiamos - a mais sangrenta guerra da África) de Johann Hari no The Independent. Li ontem o artigo publicado um dia antes e uma coisa me intrigou, além do título, é claro: o coltan. Uma das conclusões a que cheguei foi que minha ligação com o continente africano não se dá simplesmente na origem, na história, no sangue. Meu modo de vida, os recursos de que disponho e que acabam se tornando banais, também me ligam àqueles do outro lado do Atlântico e de uma maneira que não imaginava. A propósito, você também está ligado a tudo isso.

Vamos conversar

- Alô! É "do Congo"?
- Sim. Quem fala?
- Aqui é o Alex, do Brasil. Tudo bem por aí?
- Oi Alex. Sinceramente não está nada bem, e há muito tempo.
- Ainda em guerra?
- Sim. Parece interminável. Somos milhões, e todos sofremos muito.
- Por aqui não se fala muito. Parece que se trata de mais um filme hollywoodiano. Parece surreal, ficcão.
- Mas é tudo verdade. Está acontecendo agora, enquanto conversamos.
- Como posso ajudar você, "do Congo"?
- O que vou dizer pode soar contraditório, mas uma das coisas seria parar de conversar.
- Não entendo.
- Alex, parece mesmo difícil fazer a "conexão". Mas, como eu disse, o "parar de conversar" poderia soar contraditório. As pessoas estão conversando muito, e ao mesmo tempo dialogam pouco, refletem menos ainda, se entendem em quase nada, ignoram e não se importam. Essa conversa (e outras modernidades) tem um efeito colateral que poucos sabem: a guerra.
- Poxa! Agora mesmo que não entendi nada "do Congo". Pode explicar melhor.
- Façamos uma coisa Alex, pesquise, analíse, pense, reflita e começará a entender um pouco. A palavra mágica: COLTAN. Até mais!





Fontes:

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