Triste constatação. Bons dias, boas tardes e boas noites ficam solitários, sem respostas. Quando muito respondidos com um resmungo, sem um olhar, sem sinceridade. Com licença e por favor, parecem ter se licenciado. A falta de desculpas ou perdões denota certa ausência de arrependimento, pelo menos aquele sincero. O como tem passado, como estás, tudo bem com você também estão escasseando, o que mostra que as pessoas parecem não mais se importarem umas com as outras.
Por vezes eu pensei que tudo isso se devia ao desenvolvimento tecnológico, que afastava ou diminuía o contato das pessoas. Mas o problema não é a tecnologia, são as pessoas. E tudo isso parece um ciclo vicioso, algo contagiante em sua perniciosidade. Como disse, triste.
No ônibus, com a implantação do bilhete eletrônico, raramente as pessoas cumprimentam ou mesmo olham o cobrador (presente ali, uma vez que boa parte das passagens é pagas em dinheiro). E o cobrador, por sua vez, parece preferir o isolamento. O mesmo ocorre com o condutor. Aliás, este último parece não se dar conta da importância de seu cargo, da responsabilidade em conduzir seres humanos. Por outro lado, os seres estão perdendo a humanidade.
Essa falta de humanidade, de civilidade, esse afastamento se vê em várias outras situações. Na relação com os atendentes nos mercados, nos caixas, no elevador, nas portarias... e até mesmo dentro de nossas casas.
Tudo isso fica ainda mais triste, mais difícil, eu diria ainda mais perturbador, quando a postura humana, civilizada, é considerada e tratada com estranheza ou mesmo com certa animosidade.
O profeta ficaria triste.
Bom dia, boa tarde, boa noite a todos.
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