Alguns versus muitos
Terrorismo, fanatismo, extremismo
Uma coisa leva a outra… uma coisa acaba em outra… é tudo a
mesma coisa. É tudo burrice, idiotice, babaquice. É covardia. É estupidez. É
falácia. É ignorância. É desumanidade. É crueldade.
Nada tem a ver com religião. E muito menos com a política
que visa o bem comum. São interesses de alguns imbecis para alguns cretinos e
que fazem milhares ou milhões de inocentes sofrerem. Fanatismo, terrorismo,
extremismo… de alguns.
Os atentados que hoje completam 10 anos e vêm sendo memorados
já há alguns dias não foram – como bradam as vozes da mídia e aceitam os
ouvidos e mentes que teimam em ignorar– os maiores ou únicos da história.
Em Hiroshima e Nagasaki os mortos pelas bombas e,
posteriormente, pela radiação, chegaram há aproximadamente 400.000. Soma-se a
isso o trauma que permanece, assim como permaneceram os efeitos da radiação no
organismo dos sobreviventes. O Projeto Manhattan não foi “desenhado” por 400.000
pessoas para matar 400.000! Foi uma estupidez de alguns covardes, lunáticos,
extremistas que matou centenas de milhares de pessoas. Fanatismo, terrorismo,
extremismo… de alguns.
Outro estúpido, um mostro que soube convencer e fazer valer
sua monstruosidade, matou milhões de pessoas, entre Judeus, homossexuais, Testemunhas
de Jeová, Ciganos, deficientes físicos e mentais, dissidentes políticos, negros…
Milhões de seres humanos mortos por uma idéia na cabeça de alguns. Fanatismo,
terrorismo, extremismo… de alguns.
Em 1994, em Ruanda, pode-se dizer que a máquina e o
maquinário de matança aparecem novamente. Philip Gourevitch, autor do livro “Gostaríamos
de informá-los de que amanhã seremos mortos com nossas famílias” faz uma
comparação com o Holocausto dizendo que os “mortos em Ruanda se acumularam numa
velocidade quase três vezes maior“.
Foram aproximadamente 800 mil mortos em 100 dias. Fanatismo, terrorismo,
extremismo… de alguns.
Houve outros 11 de Setembro em outros tempos, em outros
lugares, mas com os mesmos ingredientes malditos. Mas talvez o destaque que
assume o que hoje completa 10 anos não se refira apenas ao fato de ter ocorrido
“em solo americano”, na “maior economia do mundo”, no país que mais protagoniza
(ou antagoniza) ações militares mundo a fora. Nova Iorque é uma das cidades
mais multiculturais do mundo. Uma grande parte de sua população, de seus
residentes, é formada por não-americanos. Dentre eles se encontram asiáticos,
africanos, europeus, latino-americanos… Dentre eles se encontram ricos e
pobres… Dentre eles se encontram judeus e árabes, católicos e protestantes, cristãos,
muçulmanos, hindus, budistas… ateus, agnósticos… Toda essa gama de seres humanos
foi atingida há 10 anos pelo fanatismo, pelo terrorismo, pelo extremismo… de
alguns.
E esses alguns continuam agindo. Estejam eles no governo
americano, e/ou nas grandes empresas que alimentam e se alimentam do poderio
militar não apenas dos EUA. Sejam integrantes da Al Qaeda (ou de tantas outras
organizações perniciosas) ou dos governos e organizações (igualmente
perniciosos) que a apóiam de forma aberta ou não. Sejam os que deturpam o
Islamismo, misturando convicções ideológicas com religião. Sejam aqueles que
simplificam e caem na armadilha de confundir Islamismo com terrorismo. Sejam
aqueles que se omitem e ignoram e insistem em ignorar. Ignorantes! Fanáticos!
Extremistas! Terroristas com ou sem armas, com ou sem bombas! Terroristas
ideológicos! Terroristas sociais! Extremistas da ignorância! Fanáticos da estupidez,
do dinheiro, do poder! Estúpidos.
Os exemplos foram dados ao longo de décadas, séculos,
milênios. Parece que aprendemos muito pouco.
Se os muitos se omitem e ignoram, os “alguns” ganham força e
impões sua vontade. Se os muitos se enfraquecem ou se acomodam
intelectualmente, os “alguns” se tornam convincentes e impões sua vontade. A
inércia de muitos intensifica a ação de “alguns”.
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