domingo, junho 27, 2010

A grandiosidade das coisas

Vivo na cidade do Rio de Janeiro. Antiga capital do país, cheia de histórias. Muitas delas registradas na forma de monumentos, praças, estátuas, chafarizes, casarões, igrejas, museus, bibliotecas… Muita coisa de inspiração européia, muitas adaptadas aos trópicos, são construções de extrema beleza. Muitas, infelizmente, em estado de conservação precário. Mas muitas conservam os detalhes que fazem os mais atentos, e interessados, pararem por algum tempo de modo a contemplar as verdadeiras obras de arte. Belo exemplo é o Teatro Municipal, recentemente reformado e reaberto ao público. Eu, sempre fiquei vislumbrado com tamanha riqueza de detalhes, de formas. Algo que me faz parar são as portas de certos prédios. Já repararam as do Iphan (e Livraria da Travessa) na Avenida Rio Branco? E as portas da Igreja do Colégio Zaccaria, no Catete? Os detalhes, a beleza, a riqueza.

Em Portugal (Lisboa, Porto, Sintra) e França (Paris) não foi diferente. Porém, chamou minha atenção a constância com que me deparava com construções e monumentos com essas características. Além disso, o tamanho de tais construções. Faz pensar que foram feitas não apenas para impressionar e prender nossos olhares, mas também para nos fazer sentir pequenos. Pode parecer estranho, mas essa foi minha sensação em muitos lugares. O primeiro desses foi o monumento na Praça do Rossio, em Lisboa. Uma estátua de D. Pedro IV, vigésimo-oitavo rei de Portugal e primeiro imperador do Brasil. A altura impressiona. A segunda, talvez tenha sido o Arco da Rua Augusta. Igualmente rico em detalhes e em tamanho. E não paro por aí. Igrejas seculares, mosteiros, castelos, casarões… A diversidade de grandiosidades parece não ter fim em Lisboa.

Em Paris, tive mais surpresas monumentais. A catedral de Notre Dame, a basílica de Sacre Coeur, o Museu do Louvre (que não se resume à pirâmide!), a Torre Eiffel, e os prédios, as fachadas…

Posso dizer pelo que vi que Paris está mais conservada que Lisboa. E as comparações param por aí. São cidades diferentes, com características e distintas. Em Paris eu “estive” turista, cumprindo o protocolo de visita a pontos conhecidos. E Lisboa, até pelo tempo de permanência, pude sentir mais a cidade. Além disso, não havia a barreia do idioma e, muitas vezes, nem da nacionalidade, tamanha a quantidade de brasileiros que lá vivem.

Me sentido tão à vontade e relativamente com tempo, pude conferir e me ater aos detalhes que tanto me impressionaram. Pude “respirar” a história, não apenas de Lisboa, mas do Brasil também. O Monumento dos Descobrimentos, às margens do Tejo foi um deles. Outro momento que fiquei boquiaberto foi na Igreja do Mosteiro dos Jerônimos. Logo na entrada, à esquerda têm-se uma grande urna, creio que em mármore (abundante em várias construções, novas e antigas), o túmulo de Vasco da Gama. À direita, por sua vez, outra urna, a de Camões.

Fica difícil expressar em palavras tudo que vi e senti. Mesmo as imagens, como poderão ver, não conseguem transmitir a grandiosidade dos monumentos, tanto os de Lisboa, como os de Paris.

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