Não é questão de não querer
A lógica de evento que traz investimentos não me convenceu. Pode ter dado certo em outros lugares, mas aqui não é outro lugar. Tentar copiar um projeto, um política, um "jeito de fazer" de outros lugar e tentar colá-lo aqui já mostrou que nem sempre dá certo. Eu diria até que, na maioria das vezes, o resultado é o oposto do que se espera.
Mas essa não é a razão para "não querer", nesse momento, que o Rio de Janeiro seja sede das olimpíadas em 2016. Muitos vão achar que sou do contra, que estou falando um absurdo, muitos outros iram simplesmente ignorar o que escrevo ou me xingar de diversas coisas. Não estou nem aí!
Penso que um SIM do COI (Comitê Olímpico Internacional), nessa candidatura que está sendo mais política (no mau sentido) do que qualquer coisa, daria força para manutenção de "seres" no cenário atual. Alguns desses "seres" foram eleitos democraticamente (o que não garante qualidade), outros foram indicados por seus predicados (sic), alguns parecem que simplesmente nos são impostos, como um castigo por um pecado gravíssimo.
Essa força viria da ilusão de que tudo está muito bem. Dirão os que não conhecem a realidade: a cidade está perfeita; tudo está funcionando muito bem; os sólidos projetos atenderão a contento as condições impostas... Ilusão. A cidade NÃO ESTÁ BEM.
Crimes, infraestrutura falha, transporte precário, população de rua... Hoje os representantes do COI visitaram o metrô. Justamente num feriado! Isso não vale. Que tal retornar num dia útil e ver "a vida como ela é"? Que tal entrevistar moradores da cidade que não estão "comprados" pelos que tocam o projeto olímpico? Que tal passear sem batedores uniformizados e motorizados?
Cria-se um ambiente fantasioso para tentar vender mais esse peixe. Varrem a sujeira para debaixo do tapete. Implantam-se medidas paliativas, sem consistência a longo prazo, frágeis, demonstrando até certo egoísmo e desprezo com os que estão por vir.
É preciso criar soluções para benefício da população de hoje e de amanhã. Soluções de fato! E não fazer um teatro para impressionar estrangeiros e usar como trampolim político para futura candidatura.
Talvez um NÃO tenha o poder de colocar os pés de alguns no chão. Um NÃO, assim como para uma criança mimada, pode fazer com que vejam que nem tudo tem solução fácil, que deve haver responsabilidade para com a sociedade. Um NÃO talvez sirva para mostrar que um bom representante público não é aquele que organiza um evento e sim o que prepara a cidade sob sua administração para quaisquer eventos.
Ficaria feliz se o Rio de Janeiro sediasse as Olimpíadas. Mas, nesse momento, o NÃO ajudaria mais que o SIM. Essa é minha opinião.
A lógica de evento que traz investimentos não me convenceu. Pode ter dado certo em outros lugares, mas aqui não é outro lugar. Tentar copiar um projeto, um política, um "jeito de fazer" de outros lugar e tentar colá-lo aqui já mostrou que nem sempre dá certo. Eu diria até que, na maioria das vezes, o resultado é o oposto do que se espera.
Mas essa não é a razão para "não querer", nesse momento, que o Rio de Janeiro seja sede das olimpíadas em 2016. Muitos vão achar que sou do contra, que estou falando um absurdo, muitos outros iram simplesmente ignorar o que escrevo ou me xingar de diversas coisas. Não estou nem aí!
Penso que um SIM do COI (Comitê Olímpico Internacional), nessa candidatura que está sendo mais política (no mau sentido) do que qualquer coisa, daria força para manutenção de "seres" no cenário atual. Alguns desses "seres" foram eleitos democraticamente (o que não garante qualidade), outros foram indicados por seus predicados (sic), alguns parecem que simplesmente nos são impostos, como um castigo por um pecado gravíssimo.
Essa força viria da ilusão de que tudo está muito bem. Dirão os que não conhecem a realidade: a cidade está perfeita; tudo está funcionando muito bem; os sólidos projetos atenderão a contento as condições impostas... Ilusão. A cidade NÃO ESTÁ BEM.
Crimes, infraestrutura falha, transporte precário, população de rua... Hoje os representantes do COI visitaram o metrô. Justamente num feriado! Isso não vale. Que tal retornar num dia útil e ver "a vida como ela é"? Que tal entrevistar moradores da cidade que não estão "comprados" pelos que tocam o projeto olímpico? Que tal passear sem batedores uniformizados e motorizados?
Cria-se um ambiente fantasioso para tentar vender mais esse peixe. Varrem a sujeira para debaixo do tapete. Implantam-se medidas paliativas, sem consistência a longo prazo, frágeis, demonstrando até certo egoísmo e desprezo com os que estão por vir.
É preciso criar soluções para benefício da população de hoje e de amanhã. Soluções de fato! E não fazer um teatro para impressionar estrangeiros e usar como trampolim político para futura candidatura.
Talvez um NÃO tenha o poder de colocar os pés de alguns no chão. Um NÃO, assim como para uma criança mimada, pode fazer com que vejam que nem tudo tem solução fácil, que deve haver responsabilidade para com a sociedade. Um NÃO talvez sirva para mostrar que um bom representante público não é aquele que organiza um evento e sim o que prepara a cidade sob sua administração para quaisquer eventos.
Ficaria feliz se o Rio de Janeiro sediasse as Olimpíadas. Mas, nesse momento, o NÃO ajudaria mais que o SIM. Essa é minha opinião.
Nenhum comentário:
Postar um comentário