domingo, abril 26, 2009

É de assustar!

Tenho lido e assistido notícias e noticiários sobre o caso das passagens aéreas, usadas como bem privado, por deputados e senadores em Brasília (Qual seria o resultado de uma investigação nos Estados e Municípios?). Fico enojado, revoltado. Decepcionado não! Infelizmente esse é um sentimento que não cabe mais. Seria ingenuidade e ignorância.

Basta se informar sobre todos os casos de corrupção, de falta de ética, de imoralidade que acontece no meio político. Decepcionado ficaria se o quadro atual trouxesse algo completamente diferente do que temos visto. Não é o caso. O que tem mudado (ou melhor, o que tem vindo à tona) são modalidades diferentes da mesma sacanagem. É como um Kama Sutra político, onde cada ato nos é revelado aos poucos.

Num dia temos aquela posição onde um deputado constrói um castelo com nosso dinheiro. Isso nos enlouquece. Mas aparentemente não satisfaz ao ladrão-político. Passasse então para outra posição, onde um senador emprega seus parentes como assessores de gabinete. Pensamos: o que virá agora? Mais outra posição, e mais outra, e mais outra… parece infindável. São muitas as possibilidades. A mais recente consegue levar os políticos às alturas. Literalmente.

Mas existe algo nisso tudo que me deixa assustado. E infelizmente é um tipo de coisa que observo no meu dia-a-dia. Se notarem algumas das explicações, as declarações desses marginais engravatados, vocês poderão comprovar o que noto. Eles acreditam que o que fazem é um direito que lhes assiste! Eles realmente acreditam nisso.

Fazendo uma analogia que poderá parecer grotesca, pensei em outro criminoso: o Marcola. Isso mesmo, o líder (ainda é?) da organização criminosa PCC (Partido... ou melhor, Primeiro Comando da Capital). Não consigo esquecer a cena onde esse bandido, na cadeia, questiona um agente penitenciário: “Você acredita no que você faz?”. Essa pergunta, direta, com teor ideológico, para reflexão, apesar de ter sido direcionada ao agente penitenciário, relevou (pelo menos para mim) algo até óbvio, Marcola acreditava nos seus atos. Isto é, quando cometeu ou mandou cometer todos aqueles crimes, ele não refletiu sobre o certo e o errado. Ele acreditava em seus atos.

Da mesma forma temos os políticos. Imaginem seres como o Marcola, Fernandinho Beira-Mar (que também acredita no que faz) tivessem o poder de alterar o texto da lei, para que seus crimes fossem tolerados, ou melhor, não fossem mais considerados crimes? Imaginem essa situação. Filme de terror? Não. Nossa realidade.

Senadores, Deputados, Ministros, Presidentes, Vereadores, Prefeitos. Eis nossos representantes. Eleitos pelo “povo” (essa palavra soa cada vez mais pejorativa), pagos com dinheiro público, com a função constitucional de extrema responsabilidade na consolidação de um Estado Democrático de Direito, pelo qual tantos lutaram. É de assustar!

Um comentário:

Anônimo disse...

Valeu Alex...rsrsrs...é isso num dá mole pra essa corja não...rsrsrs
para vc saber quem sou:
thonigomes.blog.uol.com.br
Forte Abraço....estarei na área...

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