"Segundo testemunhas, a PM teria confundido o carro deles com o de bandidos."
Às vezes falo, em tom de brincadeira, que tenho medo de ser confundido com bandidos. Na verdade esse foi um medo (mais um) que surgiu, ou pelo menos ficou perceptível para mim, no pré-vestibular. O professor, na ocasião, comentou que uma pessoa havia sido confundida com um criminoso procurado, cuja foto ou retrato falado havia sido divulgado num programa cujo foco era apresentar histórias de crimes e criminosos. Não me recordo o nome do programa, acho que Linha Direta, exibido na rede Globo.
Hoje vejo que o medo não é algo irracional meu, embora nunca tenha sido abordado pela polícia. Trata-se do cidadão comum que, com medos parecidos e outras paranóias, juntam o pré-conceito além de exibirem (nem todos guardam, como na campanha) o racismo de forma a discriminar a mim e a outros. Falando em meu caso específico, os exemplos muitos, tais como pessoas que mudam de calçada ou passam para a rua a me verem; seguranças de lojas diversas que me seguem, o tratamento que me dispensam funcionários de algumas dessas lojas que, claramente, é "diferenciado"; o "susto" (algumas vezes literal) que demonstram certas pessoas em situações onde me imponho, uma vez que o estereótipo esperado de quem ocupa certas posições e assume certas posturas é outro.
E o medo vai continuando. Tenho pavor em ser confundido. Isso porque, quem "confunde", na maioria das vezes é despreparado, ou melhor, seu preparo, como ser humano que é, está impregnado de seu preconceito, de sua arrogância, de seu sentimento de superioridade e, mais ainda, de seu medo. Não há frieza ou critério para análise. Simplesmente toma-se a atitude que, muitas vezes, é equivocada, irracional, desumana.
Me desculpem aqueles que não vêem coerência nos assuntos abordados nos parágrafos acima. Mas há, pelo menos em minha opinião. E, como este é um espaço que gostaria que fizesse jus ao nome, os comentários são... festejados.
Esse post tem haver com uma das mais recentes histórias, contempladas com o espaço midiático, da violência nesta cidade. A vítima, uma delas, já que é algo que vai-nos matando aos poucos, é uma criança de três anos, João é o seu nome. Mais uma vez vemos como existe um descompasso na relação polícia[Estado]-sociedade. A polícia apresenta uma versão (o carro onde estava a vítima estaria no fogo cruzado) que varias pessoas desmentem (a polícia confundiu o carro onde a vítima estava com o carro dos bandidos). Primeiramente é interessante observar que o cidadã tornou-se um empecilho numa outra relação, a da polícia com os criminosos. Numa ação de confronto, me corrijam se estiver errado, a vida do cidadão deve ser preservada. Se existem pessoas próximas, um dos lados deve interromper o confronto. E este lado esperamos que seja aquele a quem pagamos.
Mas, continuando, os policiais "confundiram" e, numa troca de tiros onde 30 projéteis foram usados, metade foi num carro ocupado por uma criança de três anos e sua família.
Realmente está tudo muito confuso. À medida que o ser humano deixa de ser humano. A medida que o animal racional comportasse irracionalmente. A medida que a vida [do outro] perde a importância. A medida que nada mais importa, nem a vida, nem a razão, nem o Ser.
Espero que os bandidos (policiais ou não) sejam, todos, presos, julgados e condenados por seus crimes. Para a família... bem, o que dizer?
Estou confuso. E tenho medo.
Às vezes falo, em tom de brincadeira, que tenho medo de ser confundido com bandidos. Na verdade esse foi um medo (mais um) que surgiu, ou pelo menos ficou perceptível para mim, no pré-vestibular. O professor, na ocasião, comentou que uma pessoa havia sido confundida com um criminoso procurado, cuja foto ou retrato falado havia sido divulgado num programa cujo foco era apresentar histórias de crimes e criminosos. Não me recordo o nome do programa, acho que Linha Direta, exibido na rede Globo.
Hoje vejo que o medo não é algo irracional meu, embora nunca tenha sido abordado pela polícia. Trata-se do cidadão comum que, com medos parecidos e outras paranóias, juntam o pré-conceito além de exibirem (nem todos guardam, como na campanha) o racismo de forma a discriminar a mim e a outros. Falando em meu caso específico, os exemplos muitos, tais como pessoas que mudam de calçada ou passam para a rua a me verem; seguranças de lojas diversas que me seguem, o tratamento que me dispensam funcionários de algumas dessas lojas que, claramente, é "diferenciado"; o "susto" (algumas vezes literal) que demonstram certas pessoas em situações onde me imponho, uma vez que o estereótipo esperado de quem ocupa certas posições e assume certas posturas é outro.
E o medo vai continuando. Tenho pavor em ser confundido. Isso porque, quem "confunde", na maioria das vezes é despreparado, ou melhor, seu preparo, como ser humano que é, está impregnado de seu preconceito, de sua arrogância, de seu sentimento de superioridade e, mais ainda, de seu medo. Não há frieza ou critério para análise. Simplesmente toma-se a atitude que, muitas vezes, é equivocada, irracional, desumana.
Me desculpem aqueles que não vêem coerência nos assuntos abordados nos parágrafos acima. Mas há, pelo menos em minha opinião. E, como este é um espaço que gostaria que fizesse jus ao nome, os comentários são... festejados.
Esse post tem haver com uma das mais recentes histórias, contempladas com o espaço midiático, da violência nesta cidade. A vítima, uma delas, já que é algo que vai-nos matando aos poucos, é uma criança de três anos, João é o seu nome. Mais uma vez vemos como existe um descompasso na relação polícia[Estado]-sociedade. A polícia apresenta uma versão (o carro onde estava a vítima estaria no fogo cruzado) que varias pessoas desmentem (a polícia confundiu o carro onde a vítima estava com o carro dos bandidos). Primeiramente é interessante observar que o cidadã tornou-se um empecilho numa outra relação, a da polícia com os criminosos. Numa ação de confronto, me corrijam se estiver errado, a vida do cidadão deve ser preservada. Se existem pessoas próximas, um dos lados deve interromper o confronto. E este lado esperamos que seja aquele a quem pagamos.
Mas, continuando, os policiais "confundiram" e, numa troca de tiros onde 30 projéteis foram usados, metade foi num carro ocupado por uma criança de três anos e sua família.
Realmente está tudo muito confuso. À medida que o ser humano deixa de ser humano. A medida que o animal racional comportasse irracionalmente. A medida que a vida [do outro] perde a importância. A medida que nada mais importa, nem a vida, nem a razão, nem o Ser.
Espero que os bandidos (policiais ou não) sejam, todos, presos, julgados e condenados por seus crimes. Para a família... bem, o que dizer?
Estou confuso. E tenho medo.
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