quarta-feira, agosto 20, 2014

Para ela, qualquer um serve

Em tempos de eleição, quando muitos estão refletindo e analisando em quem votar, seja para presidente, seja para governador ou deputado na esfera estadual e federal, algumas coisas nos (me) fazem refletir.

Estava eu hoje na Avenida Rio Branco, no Centro do Rio, aguardando o ônibus para o retorno ao lar após mais um dia de trabalho. Eu e muitas pessoas. Com a implantação dos corredores exclusivos para ônibus, chamados BRS, em algumas regiões, com ali no Centro, existem pontos específicos para cada grupo de ônibus. Eu utilizo o BRS1 e, por isso, estava ali aguardando ônibus desse grupo.

Havia uma senhora que possivelmente não estava acostumada com essa reestruturação na logística do transporte público do Rio. Seu destino: Copacabana. São vários os ônibus que a atenderiam. Porém, vale lembrar que Copacabana é uma região onde também foi implantado o sistema BRS. Logo, pontos certos de parada.

Ela abordou um desses veículos e perguntou ao motorista se ele “poderia parar” na esquina de determinada rua onde, ficou claro, não era ponto de ônibus, muito menos ponto daquele BRS. O motorista explicou esse “detalhe” e informou que o ponto não ficava longe de onde ela queria saltar.

Ela recusou e preferiu tentar conseguir o “favor” de outro. Alguém que talvez estivesse em companhia dela, argumentou a razão da recusa. Ao que ela respondeu: “Esse não presta, só para no ponto”.

A declaração pode parecer simples. E talvez até seja. Mas nada tem de inocente quando “transportamos” isso para questões diversas da vida em sociedade. Principalmente, como relatei no início, nas questões eleitorais.

Explico melhor com uma analogia que se formou em minha mente conturbada quase que automaticamente.

Para o Governo do Estado do Rio de Janeiro concorrem políticos que deixaram marcas de inépcia, má administração, uso indevido do cargo público dentre outras cicatrizes nas áreas pelas quais infelizmente estiveram. Muitos, como eu, ficam na dúvida não sobre qual é a melhor opção, mas qual é a menos danosa. Eu, sinceramente, considero que todos estão bem nivelados no quesito incompetência.


Para aquela senhora, no entanto, qualquer uma das opções serve. Não fará diferença. Todos a deixarão fora do ponto, como ela tão deseja.

Nenhum comentário:

A menina no mercado

Havia uma menina no mercado. Devia ter uns 12 anos. Talvez menos. Estava atrás de mim no caixa. Tinha dois pacotes de macarrão instantâneo n...