domingo, agosto 28, 2011

Antes que eu me esqueça... novamente

Ontem (e hoje na madrugada) estive no Back2Black Festival, na Leopoldina, Rio de Janeiro. Há dois anos estive na primeira versão e minha opinião não mudou pelo que eu vi ontem/hoje. Logo, a essência do que postei em 2009 ainda vale (leia aqui). Isto é, o evento nasceu deturpado. E, como venho dizendo, agora é só a farra pela farra.

Como nada mudou, a intenção de hoje é provocar. Gostaria de provocar os hipócritas, tanto os conscientes como os ignorantes. Posso até me incluir, num ou noutro caso.

Primeiramente começarei com uma de minhas analogias esdrúxulas e baratas. Vamos lá. Imaginem que promoverei uma festa. Aluguei um salão ou um sítio isolado. Contratei uma atração musical, fiz uma decoração bem legal no espaço, convidei um montão de gente. É claro, cerveja não falta. Mas cobro, para cobrir os gastos. E, devido a proporção que o “evento” toma e seguindo o que manda alguma lei municipal, busco as devidas autorizações. Eu estou promovendo a festa, eu assino, eu sou responsável.

Considerem agora alguns crimes, tais como o consumo e a venda de drogas. Não vale aqui falar sobre a discussão de sempre sobre a descriminalização do uso a maconha, por exemplo. Falo da legislação vigente. Quando for liberado, tudo bem.

Continuando... Na festa que eu promovo (eu patrocino, eu dou meu nome, eu organizo, etc) algumas pessoas estão fumando maconha. Não tenho como saber se esse consumidores levaram o produto consumido ou se, dentre os convidados, existe um vendedor do produto, um traficante. São tantas as pessoas que não tenho como saber tudo sobre todas. E nem sei se realmente quero saber. O importante é o evento e os frutos que trará.

Pergunto: no caso acima, existe alguma diferença considerável entre mim (o patrocinador, o organizador da festa onde “algumas” pessoas estão consumindo drogas) para algum outro sujeito que promova, por exemplo, um baile funk num comunidade carente, num morro, numa favela, onde alguns aproveitam para consumir drogas? Atente para a possibilidade quase evidente de, tendo demanda para um produto que está sendo consumido, existirem fornecedores locais para tal produto.

Eu tenho uma resposta para essa minha pergunta. Não. Não existe diferença alguma. Ah, claro, as camadas sociais envolvidas podem ser consideradas um fator de maior ou menor interesse por parte dos órgãos de segurança (ou da imprensa), que deveriam coibir o que é ilegal onde quer que seja. Já que o crime não pode ser relativizado. O que é ilegal, deve ser considerado ilegal seja no Leblon, seja em Mesquita.

Considerando o exposto acima, termino a postagem com duas frases (na primeira eu afirmo , na segunda eu proponho) e algumas amenidades informacionais.

- O consumo de maconha no Back2Black Festival foi ostensivo!

- Acessem o site do festival e, caso queiram, vejam quem apoia e patrocina o evento.


Para.... terminar a festa...
a) A decoração mais uma vez surpreendeu. Os vagões pintados, bolas gigantes no teto...
b) O som estava muito melhor do que na primeira versão
c) Oumou Sangare foi brilhante!
d) Chaka Khan foi … estridente!
e) Até a terceira ou quarta música Jorge Ben Jor não convenceu. Fui embora aí. Parece que animou depois, pelo que vi nos jornais.
f) Parece a Budweiser está tentando nova inserção no mercado brasileiro (nos anos 90 era comum). Foi a cerveja do evento.
Um charmoso que mata por R$ 0,60

Sempre gostei do Bondinho de Santa Teresa. Me remete ao passado, num tempo áureo da vida cultura, social e boêmia de um Rio de Janeiro que não conheci. Complicado isso. Sentir saudades de um tempo que não vivi.

A primeira vez que passeei de bonde foi no final dos anos 90. Frequentava muito Santa Teresa. Me idealizei morando lá, usando o bondinho em meu cotidiano. Lembro também que levei minha família para um primeiro passeio naquele lindo bairro, cheio de encanto, de beleza, de peculiaridades.

Por isso recebi com muita tristeza mais uma notícia trágica envolvendo o Bondinho . E, embora não seja um frequentador assíduo do bairro com seu veículo sob trilhos, posso afirmar que a tragédia vem sendo anunciada há muito tempo.

O Governo do Estado do Rio de Janeiro e a Prefeitura Municipal da Cidade do Rio de Janeiro devem ser responsabilizados!

O Bondinho de Santa Teresa, apesar de ser considerado uma atração turística, é, em primeiro lugar, um meio de transporte público. E, considerando a topologia do bairro de Santa Teresa, o bonde é uma das melhores opções para o local.

A prefeitura da cidade o apresenta na página de Secretaria de Turismo (Riotur), se referindo ao meio de transporte como “charmosos veículos” e “famoso bonde amarelinho”. É charmoso, é famoso, mas, antes disso, é um meio de transporte. Como tal, deveria receber a atenção necessária dos órgãos competentes (sic).

O ônibus de dois andares que circula em Londres também é conhecido internacionamente, mas atua como o que realmente é, um meio de transporte. Em Lisboa e Porto também circulam bondes e, da mesma maneira, atuam como meio de transporte. Possuem caráter turístico, são charmosos, são famosos, mas não deixaram (pelo menos ainda) de serem o que são: meios de transporte.

A falta de manutenção é evidente. Os profissionais mais parecem astros num palco, se exibindo para turistas de todas as partes do mundo. Manobras bruscas são uma constante. A superlotação é quase uma regra. Ainda mais em feriados e fins de semana. A tarifa, de R$ 0,60, não sofre reajuste há aproximadamente uma década. Reafirmando o caráter de “ferramenta” turística subsidiada. Repito: O BONDE DEVE SER CONSIDERADO UM MEIO DE TRANSPORTE E NÃO UMA ATRAÇÃO TURÍSTICA! E, mesmo que fosse uma atração turística, o Estado/Município deveria fazer o trabalho que lhe cabe.


domingo, agosto 21, 2011

Revolução da Informação

Assisti ao vídeo recentemente num curso sobre linguagens documentárias. A autoria é do professor de Antropologia Cultural da Universidade Estadual do Kansas, no EUA, Michael Welch. A versão a seguir foi traduzida pela Knowtec, que atua na área de Inteligência Competitiva. A versão original (com melhor resolução) pode ser vista aqui.

É muito interessante, pois da informação e do fenômeno informacional com as novas tecnologias numa dinâmica moderna, criativa e acessível.

sábado, agosto 20, 2011

World Paper Free Day

What can you do to reduce paper use in your organization? Get some tips and participate in World Paper Free Day.

domingo, agosto 07, 2011

Livros abertos, livros ligados

Dia desses estava eu no ônibus da empresa e abri um livro. Ao me lado sentou um senhor e ligou o seu. Dispensável dizer que o objetivo de ambos era o mesmo: aproveitar o tempo de deslocamento para a leitura. Mas não deixa de ser visualmente impactante a maneira como o objetivo de ambos era atingido.

Meu livro, o de abrir, não era velho. Comprei há uns 15 anos talvez, quando assinava a Reader’s Digest e sempre adquiria as coletâneas de quatro livros em um. A baixa qualidade do papel, somada a falta de cuidado técnico para sua conservação, deu ao livro um aspecto muito antigo.

Já o do colega ao lado, o livro de ligar, emanava novidade, modernidade. O brilho da tela, as letras bem definidas, o design futurístico. Detalhes notados num olhar indireto; tão visível e destacado era aquele aparelho que parecia ter sido tirado de um filme de ficção.

A cena ficava ainda mais interessante ao ser analisada em seu conjunto, pois a idade dos leitores era inversamente proporcional à idade da mídia que cada um lia.

Os livros em formato digital já existem há algum tempo. Muito antes dos chamados e-Readers, ou dos computadores em formato de prancheta, os Tablets, os livros já podiam ser lidos na tela dos computadores pessoais. Sejam as páginas digitalizadas, sejam livros digitais com programas para “simular” algumas características do livro em papel, tanto para exibição, como para o ato de ler.

Tenho certa resistência a essas novidades. Lembro que o primeiro livro que “baixei” foi Drácula, de Bram Stoker. Cheguei a iniciar uma leitura, mas ficou por aí. Talvez pelo fascínio que a Biblioteca tradicional (será que de agora em diante teremos de classificar a biblioteca?) me desperta, talvez por ser antiquado, continuo sendo amante e usuário de livros à maneira antiga.

Como ser humano, sou caracterizado, dentre outras coisas, pela inconstância. Característica essa (cultural, social, biológica, psicológica, antropológica, etc.) que pode transparecer ao longo dos dias, meses, anos, décadas… séculos, milênios. Logo, talvez daqui a algum tempo eu adira aos livros de ligar.

Da mesma forma existe certa inconstância na “vida” dos materiais. Logo, não podemos precisar quando os livros de abrir não mais poderão ser abertos. E quando os livros de ligar não mais poderão ser ligados.

Até lá, haverá pessoas que se abrirão aos livros de ligar, e pessoas que continuarão ligadas nos livros de abrir. E a leitura continuará ligando as pessoas e abrindo as mentes.

quinta-feira, agosto 04, 2011

O Nelson, o Tonho, a Crítica e a Honra
Comparações e definições

Comparações algumas vezes são difíceis. Por vezes até inadequadas. Mas outras vezes permitem relacionar questões a princípio sem relação aparente de modo a podermos enxergar, e expressar, nossa opinião, tecer comentários, analisar de forma mais ampla, olhar por outro ângulo... Tal como uma licença poética usada para outro fim que não a poesia e a rima.

Nelson Jobim, acaba de deixar o Ministério da Defesa. Entregou sua carta de demissão (ou foi demitido) por conta de suas declarações. As mais recentes tiveram como “alvo” as ministras-chefe da Casa Civil e da Secretaria de Relações Institucionais. Antes, já havia entrado em polêmica ao declarar não ter votado na atual presidente.

Vê-se que a crítica não é e nunca foi bem vista no atual governo. E no anterior também. Aceite, concorde, cumpra... ou cale-se... ou caia fora. Quardadas as devidas proporções, imaginem se todo funcionário do serviço público federal tivesse sua posse (ou manutenção de seus postos) condicionada a sua opinião/expressão política nas urnas. Quem não é dos nossos é contra nós! É inimigo! Deve ser afastado, excluído! Essas são características de governos totalitários. A semelhança com Chaves e Castros Brothers não é mera coincidência.

Não analiso aqui o caráter construtivo ou não das críticas recentes. Foram críticas e ponto. Com relação ao incomodo causado pela declaração do voto, bem... Presidente(a), não votei em vossa excelência, assim como não votei no seu antecessor (em ambos os mandatos). Trabalho numa empresa estatal (com capital da União). Também serei demitido?

Tonho Crocco, músico gaúcho, autor de uma música veiculada na internet na qual tece críticas ao aumento de 73% nos salários que os deputados estaduais gaúchos se concederam em 2010. Ele está sendo processado pelo Ministério Público. O autor da ação, deputado federal Giovani Cherini (PDT-RS), segundo informações recentes, pretende desistir. Porém, o que chama atenção aqui, assim como no exemplo anterior, é a fobia de crítica que parece acometer os políticos e gestores. Tonho foi processado porque ousou criticar, ousou se indignar e expressar essa indignação numa linguagem universal, a música, e num ambiente de ampla visibilidade, a Internet.

“A assessoria do deputado informou que a decisão de Cherini se deu “como presidente da Casa, em defesa à honra dos legisladores em conjunto”...” Honra?! Esse aumento passou de R$ 11.564,76 para R$ 20.042,34 o salário do ilustres deputados. Isso é uma afronta, um descaso, um desrespeito total com a população. E os cretinos (será que serie processado também?) ainda falam em honra?

Eles deturpam o “princípio que leva alguém a ter uma conduta proba, virtuosa, corajosa, e que lhe permite gozar de bom conceito junto à sociedade”. A honra.

Eles não suportam, não respeitam e não aceitam a “arte, capacidade e habilidade de julgar, de criticar”. A crítica.

Eles “agem desonestamente, em benefício próprio e/ou dos seus, especialmente nas instituições públicas, lesando a nação, o patrimônio público”, e se acham acima do bem e do mal, sua ética e sua moral (ou a falta de ambas) é relativa, funcionando de acordo com interesses bem próprios. Para eles, a justiça é ferramenta que deve lhes servir, e só. Para eles a lei é algo que escrevem e reescrevem, e que apagam e usam e desusam quando bem entendem, quando lhes convêm. Eles são corruptos.

A menina no mercado

Havia uma menina no mercado. Devia ter uns 12 anos. Talvez menos. Estava atrás de mim no caixa. Tinha dois pacotes de macarrão instantâneo n...