quarta-feira, julho 30, 2008

G8... and ate... and ate...


© JONATHAN SHAPIRO. Zapiro (sempre uma ótima charge).
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terça-feira, julho 29, 2008

Verdades camufladas

Ontem no Jornal Nacional foram exibidas algumas matérias sobre a China. Duas me fizeram lembrar coisas que ocorreram (e ocorrem) bem aqui, no RJ.

Uma delas mostrou como o mercado de produtos falsificados recebe aval do Estado, que dá segurança para seu funcionamento. O que me lembrei nessa foi a espécie de acordo que parece haver entre o oficial e o oficioso. Os camelôs parecem atuar livremente mediante acordos tácitos com o "Estado". Exemplos: ambulantes atuam em determinados lugares em determinadas horas do dia, livremente. Isso é facilmente verificável.



A outra matéria mostrava como o Estado Chinês faz uma espécie de "limpeza" na cidade. Camuflando obras e expulsando trabalhadores, mesmo sem pagamento, como a reportagem mostra. Tentam, com isso, passar a imagem de um ambiente sem pobres. Me lembrei da Eco92 e outros eventos mais recentes onde moradores de rua foram retirados dos lugares que mais apareceriam. Assim lá, como cá.

domingo, julho 20, 2008

Feliz dia do AMIGO

"Soneto do Amigo"

Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado
Com os olhos que contem o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual à mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...

(Vinícius de Moraes)

sexta-feira, julho 18, 2008

É hoje. 18 de Julho.

Foi há exatos 90 anos. Um dia, com certeza, iluminado, abençoado. Uma data importante e uma pessoa, um ser humano, mais importante ainda. Me perdoem por tão poucas palavras para falar de tão grandioso ser. Penso que mil páginas, recheadas de elogios, histórias e agradecimentos, ainda assim seriam insuficientes. Por isso, fiz uma paradinha na monografia para desejar um simples Feliz Aniversário para...




... Nelson Rolihlahla Mandela

Indico o artigo Oswaldo Munteal e Tahirá Endo no O Globo Online. (Mandela faz 90 anos na luta contra a desigualdade entre os homens)






Obrigado Mandiba!

sábado, julho 12, 2008

Mais uma oportunidade perdida

"Com a língua solta de sempre, o presidente do Brasil, para agradar aos vietnamitas, disse que vibrou como um habitante daquele país quando da vitória do Vietnã sobre os Estados Unidos. Não poderia jamais ter dito isso. Tivesse o presidente do Brasil, lá atrás, torcido pelo lado dos EUA e "vencido", não poderia igualmente dizê-lo, ainda mais da forma como o fez. Constrange imaginar o que poderiam pensar disso os parentes dos mais de 50 mil soldados dos Estados Unidos que perderam a vida naquela guerra, como, do outro lado, milhares de famílias vietnamitas também choram seus entes queridos."

Clique aqui e leiam na íntegra o artigo "Obrigado por nada, presidente!" de Paulo Saab, na versão online do Diário do Comércio. Onde o autor falar da mais recente oportunidade que o Luiz da Silva perdeu para ficar calado.

segunda-feira, julho 07, 2008

"Segundo testemunhas, a PM teria confundido o carro deles com o de bandidos."

Às vezes falo, em tom de brincadeira, que tenho medo de ser confundido com bandidos. Na verdade esse foi um medo (mais um) que surgiu, ou pelo menos ficou perceptível para mim, no pré-vestibular. O professor, na ocasião, comentou que uma pessoa havia sido confundida com um criminoso procurado, cuja foto ou retrato falado havia sido divulgado num programa cujo foco era apresentar histórias de crimes e criminosos. Não me recordo o nome do programa, acho que Linha Direta, exibido na rede Globo.

Hoje vejo que o medo não é algo irracional meu, embora nunca tenha sido abordado pela polícia. Trata-se do cidadão comum que, com medos parecidos e outras paranóias, juntam o pré-conceito além de exibirem (nem todos guardam, como na campanha) o racismo de forma a discriminar a mim e a outros. Falando em meu caso específico, os exemplos muitos, tais como pessoas que mudam de calçada ou passam para a rua a me verem; seguranças de lojas diversas que me seguem, o tratamento que me dispensam funcionários de algumas dessas lojas que, claramente, é "diferenciado"; o "susto" (algumas vezes literal) que demonstram certas pessoas em situações onde me imponho, uma vez que o estereótipo esperado de quem ocupa certas posições e assume certas posturas é outro.

E o medo vai continuando. Tenho pavor em ser confundido. Isso porque, quem "confunde", na maioria das vezes é despreparado, ou melhor, seu preparo, como ser humano que é, está impregnado de seu preconceito, de sua arrogância, de seu sentimento de superioridade e, mais ainda, de seu medo. Não há frieza ou critério para análise. Simplesmente toma-se a atitude que, muitas vezes, é equivocada, irracional, desumana.

Me desculpem aqueles que não vêem coerência nos assuntos abordados nos parágrafos acima. Mas há, pelo menos em minha opinião. E, como este é um espaço que gostaria que fizesse jus ao nome, os comentários são... festejados.

Esse post tem haver com uma das mais recentes histórias, contempladas com o espaço midiático, da violência nesta cidade. A vítima, uma delas, já que é algo que vai-nos matando aos poucos, é uma criança de três anos, João é o seu nome. Mais uma vez vemos como existe um descompasso na relação polícia[Estado]-sociedade. A polícia apresenta uma versão (o carro onde estava a vítima estaria no fogo cruzado) que varias pessoas desmentem (a polícia confundiu o carro onde a vítima estava com o carro dos bandidos). Primeiramente é interessante observar que o cidadã tornou-se um empecilho numa outra relação, a da polícia com os criminosos. Numa ação de confronto, me corrijam se estiver errado, a vida do cidadão deve ser preservada. Se existem pessoas próximas, um dos lados deve interromper o confronto. E este lado esperamos que seja aquele a quem pagamos.

Mas, continuando, os policiais "confundiram" e, numa troca de tiros onde 30 projéteis foram usados, metade foi num carro ocupado por uma criança de três anos e sua família.

Realmente está tudo muito confuso. À medida que o ser humano deixa de ser humano. A medida que o animal racional comportasse irracionalmente. A medida que a vida [do outro] perde a importância. A medida que nada mais importa, nem a vida, nem a razão, nem o Ser.

Espero que os bandidos (policiais ou não) sejam, todos, presos, julgados e condenados por seus crimes. Para a família... bem, o que dizer?

Estou confuso. E tenho medo.

A menina no mercado

Havia uma menina no mercado. Devia ter uns 12 anos. Talvez menos. Estava atrás de mim no caixa. Tinha dois pacotes de macarrão instantâneo n...