sábado, junho 25, 2011

Se os eleitos fossem craques...

Essa semana li uma notícia sobre a reação de torcedores do Flamengo ao comportamento "agitado" de um de seus jogadores. Não sei se é o melhor de fato, mas é certo que é o mais caro e o mais financeiramente valioso. A notícia dizia que um torcedor engajado, e por sinal criativo, criou uma versão do disque-denúncia específica para o craque.

Considerando que o a vida noturna do jogador pode estar afetando seu rendimento (não a sua renda) em campo, o canal de denúncia foi criado como uma tentativa de coibir tais excessos.

Achei muito interessante a iniciativa. O compromisso do jogador não se resume ao cumprimento de um contrato com o clube ou seus patrocinadores. A torcida espera e exige que sua atuação em campo seja, no mínimo, profissional. É preciso que o jogador não apenas cumpra seu contrato, mas atue a contento, acertando as jogadas, marcando gols, levando o time (jogador + clube + torcida + patrocinadores) à vitória.

Pois bem, as pessoas que me conhecem sabem que não sou um apaixonado por uma das paixões nacionais que é o futebol. Embora me agradem as atuações brilhantes, pelo menos da seleção. E não preciso entender de futebol (não entendo mesmo) para vibrar com jogadas, me aborrecer com atuações medíocres, e comemorar gols, vitórias. E, como todo assunto traz uma essência filosófica mais ou menos evidente, permitindo – aos que se predispõe a isso – uma análise crítica, comparativa, associativa... Bem, eu não pude deixar de comparar o mundo futebolístico com o mundo político.

E essa comparação foi relativamente simples. Imaginei um ambiente onde os políticos recebessem a mesma atenção de seus eleitores-torcedores. E os meios existem. A política de transparência já existe em muitas instituições públicas, como o Congresso Nacional, por exemplo. Mas, infelizmente, não ganha tanta atenção quanto uma noitada de um craque.

Nossos eleitos fazem mais do que noitadas. E tais noitadas não têm como resultado uma atuação duvidosa em 90 minutos de uma partida de futebol. Essas noitadas, que bancamos (somos os patrocinadores e os diretores do clube, não apenas torcida), tem como resultado os péssimos índices na educação, o caos na saúde, a falta de uma política de segurança que nos dê... segurança. Isso para citar apenas alguns dos possíveis resultados dessa partida que dura, no mínimo, 2.102.400 minutos!

Imaginem um mundo onde os eleitos fossem craques e os eleitores realmente amassem o time e respeitassem e vestissem a camisa.

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