sexta-feira, março 06, 2015

Algumas pessoas carecem. Eu não!

Assaltos e sequestros-relâmpagos em shoppings do Rio, da Zona Sul do Rio. Discutem de quem é a responsabilidade pela segurança nesses ambientes, discutem o “abuso” dos criminosos em atuarem em áreas como essas, discutem, discutem, discutem…

Me compadeço das vítimas. Tenho medo e a cada dia fico mais medroso. Espero que as autoridades façam o que se espera, de maneira simples e eficaz e responsável e justa: conduzir os bandidos (todos) à justiça, para que respondam por seus crimes a luz da legislação vigente. Quero paz!!

Dito isto, devo comentar (e registrar) minha discordância com os que bradam que os shoppings da Zona Sul se tornam ambientes inseguros. Não penso assim. Eu, por exemplo, me sinto seguro.

Ao adentrar nesses ambientes, automaticamente tenho toda a atenção dos prestimosos seguranças. Mesmo os que estão à paisana, facilmente reconhecíveis pela ânsia em me “ajudar”.  Estão sempre próximos. Sempre atentos. Sempre prontos para me prestar seu “apoio”. Às vezes penso até que almejam que eu “precise de ajuda”. Por vezes penso que os seguranças dos shoppings da Zona Sul do Rio de Janeiro têm a certeza absoluta de que “pedirei ajuda”. E até se decepcionam quando não têm a oportunidade de me “ajudar. Triste.

Me sinto culpado por decepcioná-los. Mas, acima de tudo, lamento o fato de que, ao me dispensarem tanta atenção, deixam de observar os que realmente precisam de “ajuda”. São pessoas que, para os seguranças dos shopping centers da Zona Sul do Rio de Janeiro, aparentemente (aparência, aparência suspeita, boa aparência, aparência…) não precisarão de “ajuda”, pessoas com as quais eles não precisam se preocupar. Para eles seria um espanto se determinadas pessoas necessitassem de “ajuda” e eu não.

Essa mesma presteza demonstrada de forma nada sutil pelos seguranças dos shopping centers da Zona Sul do Rio de Janeiro eu noto também em seus congêneres que trabalham mercados, galerias, lojas de rua, vias públicas, espaços culturais e outros estabelecimentos. Até em policiais, sempre tão prestativos.

Já escrevi para estabelecimentos como Hortifruti, Supermercado Zona Sul e outros para reclamar de tanta “atenção”. Mas parece que os responsáveis por esses estabelecimentos não conseguem coibir o impulso assistencialista dos seguranças. Ou até entendem e estimulam. Quem sabe?

Algumas vezes considero um preconceito dos seguranças de shopping centers da Zona Sul do Rio de Janeiro (e seus congêneres), por acharem que precisarei de “ajuda”. Ou mesmo com quem eles pensam que nunca precisarão de ajuda. Um conceito que, por sua reincidência, por sua reiteração, por sua persistência, por sua obstinação… mas parece um conceito. Um infeliz conceito. Uma infeliz certeza.

Mas não são apenas os seguranças de shopping centers da Zona Sul do Rio de Janeiro (e seus congêneres) que pré(conceituam) minha carência de auxílio, de ajuda, de assistência. Existem muitas pessoas que, preparadas e ávidas para “ajudar”, correriam para me “acudir” e outras tantas que, por medo ou receio de uma situação em que eu necessite de ajuda, se afastariam, precavidamente.  Triste. Muito triste.

Finalizo. Existem, infelizmente, muitas pessoas que precisam desse tipo de ajuda. Eu não. Aos seguranças de shopping centers da Zona Sul do Rio de Janeiro eu digo: eu não preciso do tipo de ajuda, do tipo de atenção, do tipo de assistência que cismam em me proporcionar.

Não sou um carente.

Sou um cliente. 

segunda-feira, março 02, 2015

Cai Lun foi para o espaço

Quando penso em NASA, o que me vem a mente é, em essência, tecnologia. Exploração espacial, satélites moderníssimos, viagens a outros planetas, caminhada na Lua... Mas a essência é tecnologia de ponta. 

Há algum tempo assino o "Image of the Day for NASA" uma newsletter do NASA News Services. E vivo me deliciando com as imagens incríveis que são postadas. 

Hoje, um detalhe me chamou atenção. A foto tirada em 1º de Março pelo astronauta Terry W. Virts (@AstroTerry) e entitulada "Astronauts Complete Series of Three Spacewalks" mostra seu colega Barry Eugene "Butch" Wilmore durante uma caminhada espacial (a execução de um serviço externo) na Estação Espacial Internacional (EEI). 

O detalhe a que me refiro é um caderno, preso ao braço de Butch. Isso mesmo. Um caderno. Papel. Folhas presas num espiral. Não é um tablet ou um smartphone ou qualquer outro gadget conhecido ou não. Era um caderno. 

Apesar de certas dificuldades na absorção de tanta inovação que chega em avalanche, eu sou um entusiasta da tecnologia. Porém não de forma irrestrita, cega, fundamentalista. Eu admiro, gosto, tento acompanhar, uso, me surpreendo, sonho...

Mas eis que temos o papel. Tecnologia com mais de mil anos, sempre presente em nosso cotidiano, em nossas atividade. 

Será que Cai Lun imaginou que seu invento pudesse ir tão longe?


Para ver o tweet de Virts clique aqui.

A menina no mercado

Havia uma menina no mercado. Devia ter uns 12 anos. Talvez menos. Estava atrás de mim no caixa. Tinha dois pacotes de macarrão instantâneo n...