Um artigo publicado ontem no El Pais reflete sobre a dependência cada vez maior que temos da tecnologia. O texto, Hacia el ‘homo technologicus’, que apresenta a obra de Nicolas Carr sobre o assunto, me fez lembrar de uma história que ouvi há uns 15 anos.
Quando atuava como técnico de telecomunicações, prestei serviço para Docenave, companhia de navegação da Vale do Rio Doce. Um dos comandantes da frota tinha uma prática muito interessante durante as viagens. Segundo ele, nos períodos de calmaria, geralmente à noite, reunia parte da tripulação no passadiço para uma aula de navegação com o uso do sextante (instrumento utilizado para calcular o posicionamento global na navegação estimada). Ele dizia que não podiam ficar tão dependentes dos equipamentos tecnológicos, principalmente nas viagens de longo curso (aquelas para Ásia, por exemplo).
Acho que ainda não nos demos conta da problemática envolvendo o que Carr chama de complacência automatizada.